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Delito de Opinião

Educação perversa

Laura Ramos, 25.02.11

 

No Jornal i, verdades velhas.

Bem conhecidas de qualquer mãe de filhos-homens, que tenham vivido a fase pré-escolar e o ensino básico aí pelos anos 90 e pelos primeiros anos deste século.
Só agora é que lá chegaram?
Quando eu me embrenhava na vida escolar da descendência, até aos mínimos pormenores, já então não podia evitar o  distanciamento crítico e aperceber-me dessa evidência que era a feroz feminização do ensino, na tenra idade em que se molda a personalidade dos homens e das mulheres, no seu diário de sucessos e insucessos.
E eu, que cresci num tempo em que persistiam, bem potentes e injustas, as  résteas sexistas  do sagrado direito à concorrência desleal masculina, vi-me mãe-investida-em-advogada-do-diabo, a  insurgir-me contra um sistema de aprendizagem e de avaliação totalmente dominado pelo modelo de comportamento feminino, onde os rapazes não encontravam espaço cognitivo nem  re-cognitivo.
Há dez anos atrás, numa daquelas penosas reuniões de escola, gostava de ter tido à mão este artigozinho para acenar à maioria dos pais estupefactos perante mim, quando tentava insinuar assertivamente esta realidade.
A ideia era influir no processo em curso nas aulas e sensibilizar os responsáveis para esta pequena grande perversão involuntária.

Mas é claro que o quorum foi escasso e ficou tudo na mesma.

 

(Nota: escrevi isto há um ano, a propósito disto, e assim o assunto vai andando a ritmo de caracol... Agradeço o link do i.)

 

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