FMI: o final da linha
Numa longa entrevista ao Diário de Notícias, Pedro Passos Coelho deixou bem claro que, naquilo que depender de si, o recurso ao FEEF e ao FMI será o fim da linha para o Governo. Será “um falhanço político grande e grave do Governo”, o que no actual quadro parlamentar e com os bloqueios que o caracterizam terá como consequência previsível e inevitável a realização de eleições legislativas antecipadas.
A leitura do líder do PSD está em linha com a própria avaliação do Presidente da República que recentemente também interpretou o recurso pelo Governo ao FEEF/FMI como um sinal de inequívoco fracasso.
Naturalmente, estas afirmações elevam a fasquia, na medida em que estimulam o Governo a resistir à pressão externa e interna muito para além do que seria desejável de um ponto de vista racional e abstracto. Mais do que uma questão de imagem ou de prestígio, a questão passou a assumir contornos de sobrevivência. E em tempos de desespero não se limpam armas…
Mas estas declarações de Aníbal Cavaco Silva e de Pedro Passos Coelho revelam também que os dois estão absolutamente convencidos que, independentemente da sua vontade, José Sócrates não será capaz de resistir e que o recurso ao FEEF/FMI é apenas e tão só uma questão de tempo.
[Adenda]
Paulo Portas junta-se a Passos Coelho e Cavaco Silva.