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Delito de Opinião

Presidenciais (16)

Pedro Correia, 07.01.11

 

A RTP tenta redimir-se esta noite de uma falha grave: vai enfim entrevistar o candidato José Manuel Coelho (a TVI 24, sem obrigações de serviço público, já o fez ontem à noite).

Tenta redimir-se, sem o conseguir. Porque Coelho, o comunista do Partido da Nova Democracia que tem irritado mais Alberto João Jardim nesta legislatura regional do que todos os cabeças-de-lista do PS nos últimos 30 anos na Madeira, ficou à margem dos debates realizados entre os restantes candidatos presidenciais nos três canais televisivos com expressão nacional. Isto porque os responsáveis editoriais destas televisões decidiram fechar negociações com os estados-maiores dos candidatos para a realização dos referidos debates sem deixar esgotar o prazo legalmente destinado à formalização das candidaturas. Acontece que o Tribunal Constitucional validou José Manuel Coelho quando já estava definido o painel dos debates, o que o deixou excluído deste importante veículo de comunicação com os portugueses. Sendo uma falha grave para qualquer dos canais envolvidos, é-o muito mais no caso da RTP, que tem deveres especiais de isenção e equidistância decorrentes do seu estatuto de serviço público.

Do mal o menos, dir-se-á quando esta noite José Manuel Coelho se sentar defronte de Judite Sousa. É uma das frases mais gastas neste país onde todos nos habituámos a viver sob o signo do mal menor. O facto é que o princípio republicano da igualdade - no caso, o da igualdade de acesso aos órgãos de comunicação social - foi já seriamente ferido nestas presidenciais. Aconteceu com Coelho, candidato "menor". Que clamor não iria por aí se tivesse sucedido com algum dos candidatos ungidos pelo sistema?

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