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Delito de Opinião

Um par de Purdeys

Rui Rocha, 06.01.11

Apesar de ontem ter escrito sobre a caça ao Cavaco, confesso que não sou grande especialista na arte venatória. E que estava longe de imaginar que os tiros eram dados com o gatilho aristocrático de um par de Purdeys. Por isso, transcrevo na íntegra, com a devida vénia, um texto do Miguel Abrantes (que disto sabe bastante mais do que eu) publicado na Arrecadação Corporativa em Dezembro de 2008. A palavra ao especialista:

Quem diria que o insuspeito homem de esquerda — da verdadeira, a da Bayer —, sempre pronto a atacar qualquer suposto desvio à linha justa e a fazer uma ampla coligação com os órfãos de Trotsky, Brejnev e Enver Hoxha, seria capaz de acreditar no capital financeiro? Ai o maroto, ainda por cima precisamente em relação ao “banco das grandes fortunas”?

Pois é, de Manuel Alegre seria de esperar tudo — menos isto. Cantar Che Guevara em poesia, desancar o PS, caçar perdizes ou coelhos em ambiente bucólico, declamar com voz grave Os Lusíadas, etc., etc., etc., é habitual e ninguém se surpreende. Mas, no meio de tudo isto, Manuel Alegre ainda ter tempo para nos alertar para os perigos de salvar bancos, quando por “um par de Purdeys” (as Roll-Royce das espingardas) andou a cantar loas ao banco de João Rendeiro, mostra um amor desmesurado pela caça — e uma profunda convicção de que em política não há memória.

 

Adenda às 16.28: a cave corporativa acaba de publicar a nova posição abrantina sobre o mesmo assunto. O autor é o mesmo.

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