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Delito de Opinião

É inútil fugir

Sérgio de Almeida Correia, 29.12.10

Está convencido de que uma parte do País está empenhada numa “campanha suja”. Já antes dele houve quem pensasse o mesmo.

 

Quando confrontado com os factos a única resposta que encontra para todas as dúvidas que surgem sobre a sua actuação e os factos políticos que rodeiam o seu mandato é dizer que é honesto.

 

Sejamos claros: o problema não está numa viagem a Paris ou numas férias na Alemanha, cruzando auto-estradas ao lado de Dias Loureiro. As companhias podem ter alguma importância para os lados de Boliqueime. Para os portugueses isso é indiferente desde que não tenham qualquer interferência nas funções que se exerce e se saiba explicar isso quando a dúvida surge. Não se é desonesto por causa disso.

 

O problema não é de honestidade. É de protecção de camarilhas. Perceber isto é básico para quem quer ser Presidente da República.

 

Para ler Keynes e Friedman, e trocar impressões com Fernando Lima ou Dias Loureiro, Cavaco Silva não deve ter tido tempo para ler Jorge de Sena. E se leu, por aquilo que tem vindo a dizer, não percebeu nada. Alegre devia ter-lhe dito isto. Olhos nos olhos.

 

Quando se veste o mesmo casaco durante demasiado tempo ele acaba por ganhar formas, vícios, jeitos, cotovelos coçados e às vezes também borbotos. O casaco nunca mais se livra deles, mesmo depois de pendurado no cabide. E a limpeza a seco, ao fim de mais de uma década, já não faz milagres. Os outros podem fingir que não reparam. Mas está tudo lá quando se olha para ele e voltamos a vesti-lo.  

 

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