25 de Novembro
Francisco Assis, 2019
Há 46 anos, em 25 de Novembro de 1975, o PS de Mário Soares, Maria Barroso, Salgado Zenha, Jaime Gama, Sophia de Mello Breyner Andresen e Manuel Alegre não se absteve, como a grande maioria do PS actual: estabeleceu uma linha fronteiriça entre a democracia representativa e a extrema-esquerda política e militar que queria implantar em Portugal a réplica de uma ditadura cubana, albanesa ou soviética.
Soares era então inimigo n.º 1 dessas forças extremistas, que o comparavam a um girondino da Revolução Francesa ou a Aleksandr Kerenksy, o efémero líder social-democrata russo destituído pela insurreição bolchevista de Lenine em 1917. O fundador do PS esteve à altura do seu papel histórico, assumindo-se como um resistente de primeira hora a uma ditadura de esquerda. Com a mesma fibra de lutador que revelara no salazarismo.
O 25 de Novembro complementa e completa o 25 de Abril. São duas datas indissociáveis - excepto para fascistas e sociais-fascistas. Quem no PS hoje não entende isto, traindo o seu legado histórico, não entende nada.