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Delito de Opinião

Chapelada

Ana Vidal, 19.12.10

Chama-se Maria do Carmo Fonseca e foi distinguida com o Prémio Pessoa 2010, pelo seu importante contributo para o conhecimento do genoma humano. Com o galardão vieram também 60.000 euros, um prémio pecuniário pessoal que o premiado pode, naturalmente, gastar como quiser. Em entrevista, a cientista revelou que essa verba será integralmente aplicada na compra de um microscópio essencial para as suas investigações, que não existe no laboratório onde trabalha. Um caso exemplar, e ao mesmo tempo uma notável e irónica chapelada aos imperiais polegares que decidem os destinos  dos dinheiros públicos. Infelizmente, é pouco provável que alguma cabeça enfie a carapuça, num país e numa época em que se vive de aparências. Mas vale a pena meditar nisto: o valor de um só carro de alta cilindrada de uma qualquer empresa pública chegaria para comprar o equipamento em falta. Fica a lição.

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