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Delito de Opinião

Alinhados com a ditadura castrista

Pedro Correia, 22.10.10

 

 

Um indivíduo isolado, disposto a levar uma greve de fome às últimas consequências, conseguiu o maior sinal de abertura da ditadura cubana do último meio século, levando à libertação de algumas dezenas de presos políticos. Esse indivíduo, o cubano Guillermo Fariñas, acaba de ser justamente distinguido com o Prémio Sakharov, anualmente atribuído pelo Parlamento Europeu. Na Assembleia da República, os grupos parlamentares aprovaram hoje um voto de congratulação por esta escolha. Todos? Todos não: o PCP e o seu apêndice verde estiveram não ao lado do resistente Fariñas mas da ditadura castrista. Espantosa justificação invocada num partido que se diz internacionalista: o Prémio Sakharov é um "instrumento político de intervenção e ingerência".

Como se um prémio com estas características não tivesse precisamente a obrigação de consumar o direito à justa ingerência da comunidade internacional em regimes que escravizam os seus povos. Como se na galeria de vencedores deste prémio não figurassem personalidades e organizações que justificam, só por si, este direito. Refiro-me a Nelson Mandela, Aleksandr Dubček, Aung San Suu Kyi, as Mães da Praça de Maio, Taslima Nasrin, Ibrahim Rugova, Xanana Gusmão, os Repórteres Sem Fronteiras e a própria Organização das Nações Unidas. Por vontade do PCP e do seu apêndice, o prémio iria antes para a família Castro.

 

Imagem: alguns dos galardoados, desde 1988, com o Prémio Sakharov.

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