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Delito de Opinião

«Às escuras» em pleno dia de sol

Crónica lusa do «grande apagão» ibérico de 28 de Abril

Pedro Correia, 30.04.25

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Vivemos na era das hipérboles: não custa perceber a popularidade de Donald Trump, o hiperbólico por excelência que estimula a proliferação de tantos epígonos. Até em Portugal já temos um Donaldinho. 

Sendo este o panorama, não admira que uma súbita falha de energia se converta de imediato em apagão. Faz sentido. Mas há logo quem cavalgue o aumentativo e parta à desfilada rumo ao reino da hipérbole. Daí a nada converte-se em apagão geral e não demora até que lhe chamem grande apagão

Dia inusitado, esse de anteontem. Em que uma quebra de fornecimento de energia eléctrica ocorrido em Espanha produziu consequências imediatas também em Portugal: o país só não ficou às escuras por ter ocorrido em pleno dia, por acaso um dos raros com sol neste 2025 tão chuvoso e nublado.

 

Eram 11.33 quando a coisa aconteceu. «Teve o efeito de um sismo», viria a declarar um idiota. Sem fazer ideia dos estragos que um abalo sísmico de forte intensidade pode produzir em Lisboa, onde ainda são visíveis cicatrizes do cataclismo de 1755.

Este será dos que desatam a aproveitar ocasiões como a de 28 de Abril para espalhar boatos, propagando as teses mais alarmistas: o pânico vende, como evidencia um populista canal de televisão, não por acaso o que serviu de berço ao Donaldinho tuga.

Apanhado de surpresa, como qualquer de nós, procurei a minha lanterna de pilhas, na gaveta do costume, e verifiquei que funcionava. Estava garantida iluminação mínima quando a noite caísse. Água, sem problema: tenho sempre quatro garrafões de cinco litros prontos para uma situação de emergência.

Saí à rua. Os semáforos apagados produziam sensação de caos rodoviário. Mas pude testemunhar o civismo da esmagadora maioria das pessoas, mesmo nos cruzamentos mais congestionados. À falta do velho polícia-sinaleiro, logo cidadãos responsáveis se ofereciam para orientar o trânsito.

Foi complicado, mas funcionou. Sem registo de acidentes.

 

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Admito que tenha havido crises de ansiedade. Sobretudo em pessoas que ficaram presas em elevadores ou nas carruagens do metro. E não faltou quem se interrogasse sobre o destino dos bens alimentares guardados no frigorífico. Preocupações menores, no quadro geral. Nenhum registo de colapso em hospitais, escolas, serviços de emergência. Congestionamento, houve os do trânsito - agravados pela greve da CP ocorrida nesse dia. E no aeroporto de Lisboa, devido à suspensão dos voos. 

Seis horas depois do apagão geral, nem o canal oficioso do alarmismo-mor conseguia legendas mais sugestivas do que estas: «Lojas e restaurantes encerraram»; «Centro comercial às escuras»; «Cafés sem multibanco»; «Autocarros lotados em Lisboa»«Faro: um voo cancelado»

Tal como nos dias iniciais da pandemia, houve quem corresse a mercearias e supermercados em busca de garrafas de água, latas de atum e rolos de papel higiénico. Tudo coisas que qualquer de nós deve ter sempre em casa, haja o que houver. Não é exclusivo português: em Espanha aconteceu o mesmo. Ou pior.

 

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Ansiedade extrema, só daqueles que se imaginam incapazes de viver num mundo analógico, escravizados pela tecnologia ao ponto de se tornarem analfabetos funcionais sem ferramenta digital. Personagens vivas dessa perturbante e premonitória novela chamada O Silêncio, de Don DeLillo.

Sensação acentuada quando os operadores desligaram o 5G para garantir serviços mínimos. Os difusores de boatos via WhatsApp tiveram de suspender a faina.

Afinal não precisei da minha lanterna a pilhas. Também as velhinhas velas de estearina que muitos compraram durante o dia ficaram por estrear. A partir das 18.30 a energia eléctrica foi regressando, os dados móveis reacenderam-se: às 20.30 caía a noite sem grande parte do País ficar às escuras.

O aumentativo daria lugar ao diminutivo. «Apagão com impacto pequeno na economia», assegurava ontem o Jornal de Negócios. Admitindo que possamos ter perdido apenas cerca de 0,1% do PIB trimestral.

Sinal inequívoco de normalidade: volta a falar-se imenso em futebol.

Tanto quanto se sabe, o grande apagão ter-se-á devido a uma sobrecarga do armazenamento de energias renováveis no país vizinho. Mas há inquéritos em curso, tanto em Espanha como em Portugal: só mesmo quem sabe poderá esclarecer. Não certamente os tudólogos que desataram a abrir a matraca em sessões contínuas sem fazerem a menor ideia do assunto.

 

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Manhã cedo, o Público saía ontem para as bancas em versão minguada, resumindo assim, em capa digna de filme expressionista alemão, o que acontecera na véspera: «O dia de um país desorientado e às escuras paralisado em muitos sectores, sem saber quando haveria finalmente luz e porque é que ela se foi.» Nem a menor alusão ao facto de ter havido um apagão ibérico que abrangeu até o sul de França. Estranho num jornal como este, habitualmente atento ao que se passa além-fronteiras.

«Como cidadã, ontem passei um dia difícil», desabafou já de noite uma comentadora residente na TV. Comovedora confissão.

 

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Mas o mais pungente quadro de «drama, tragédia e horror», ao estilo do saudoso Artur Albarran, surgiu em crónica dada à luz (sem ironia) no sisudo Observador.

«Pânico e histeria, ansiedade e caos» num país «sem ninguém ao volante». Foi neste tom calamitoso que um senhor cujo nome eu até agora desconhecia descreveu o dia 28 de Abril em Portugal. 

Apanhado no meio do trânsito sem poder escapar ao engarrafamento? Afectado pela suspensão do acesso à página digital da Autoridade Tributária? Vítima do cancelamento daquele solitário voo de Faro? Nada disso. O cavalheiro até reside «na tranquilidade dos montes, com electricidade própria, internet por satélite Starlink e TV por internet». As dores do mundo não o afligem.

Acontece que começou a receber maçadoras mensagens dando-lhe nota do grande apagão geral que o impediram de continuar a assistir, com plácida bonomia, ao Campeonato do Mundo de Snooker. Vai daí, encheu-se de brios solidários e descarregou a bílis apocalíptica em 12.995 caracteres. Até os montes tremeram.

Solidarizo-me com ele. Deve ser chato.

Lápis L-Azuli

Maria Dulce Fernandes, 30.04.25

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Hoje lemos Freida McFadden, "O Acidente".

Passagem a L' Azular: “Vou morrer aqui. Eu não quero morrer. Quando eu for velho e grisalho, claro, mas não aqui, não agora. Ainda tenho muito para viver, incluindo a minha filha. Eu quero vê-la. Quero segurá-la nos meus braços. Não posso ir agora. Não é a minha hora. Por favor, não.”

"Quando eu for velho e grisalho, claro"? Claro porquê? Os velhos e grisalhos também não querem morrer. Ninguém quer morrer morrer.

É do conhecimento geral que não é uma opção, mas não existe uma única pessoa que, mesmo no seu leito de morte, lá no mais recôndito do seu íntimo, não esteja à espera de um milagre.

Especiarias e condimentos na Bíblia (7)

Pedro Correia, 30.04.25

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CRAVO

Deriva do botão da flor do craveiro-da-índia, que escurece depois de secar, adquirindo um sabor acre e picante. Utilizado como especiaria desde a Antiguidade - também na cosmética e na indústria farmacêutica. É um potente antisséptico. Certos povos do Oriente atribuem-lhe poder afrodisíaco.

 

Apocalipse XVIII, 13:

«Ninguém mais lhes comprará canela, cravo, especiarias, perfumes, vinho e azeite, flor de farinha e trigo, gado grosso e ovelhas, cavalos, carros, escravos e prisioneiros.»

DELITO há cinco anos

Pedro Correia, 30.04.25

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Eu: «A Tia Julia e o Escrevedor demonstra, melhor que mil ensaios, a existência de vínculos próximos entre o antigo folhetim e a sofisticada novela contemporânea. Não por acaso, romancistas consagrados – Balzac, Tolstoi, Dumas, Dickens, Zola, Twain, Camilo, Eça – experimentaram e cultivaram a técnica do folhetim em várias das suas obras, originalmente publicadas na imprensa. Funcionou como uma excelente escola de aprendizagem para quem, como advertia Hemingway em relação ao jornalismo, soubesse retirar-se dela antes de ficar aprisionado por aqueles enredos submetidos ao “gosto do leitor”.»

Especiarias e condimentos na Bíblia (6)

Pedro Correia, 29.04.25

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COMINHO

As sementes desta planta oriunda do Mediterrâneo Oriental, de sabor pronunciado, servem para aromatizar peixe e legumes. Também são usadas na elaboração de pão artesanal, queijos, enchidos e até licores. Possuem propriedades digestivas, diminuem o risco de cáries e fortalecem o sistema imunológico.

 

Isaías XXVIII, 24-25:

«Porventura o lavrador que vai semear passa todo o tempo a arar e a abrir regos na terra? Não! Depois de ter preparado a terra, ele semeia os grãos de nigela e depois os de cominho, semeia o trigo, o milho miúdo e a cevada, nos regos convenientes, e o trigo duro nas bordas.»

DELITO há cinco anos

Pedro Correia, 29.04.25

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Eu: «Um dos melhores conselhos, em matéria de técnica de escrita, foi dado certa vez pelo escritor e pedagogo colombiano Tomás Rueda ao jovem Eduardo Caballero Calderón, que na década de 30 do século XX ensaiava os primeiros passos na literatura. Disse-lhe o mestre: "No trates de escribir bonito. No dejes que se te vea la gramática." É um conselho que vale para todas as épocas, para todas as latitudes. A escrita tem muito de pessoal. Tem de irromper sem artifícios. Límpida como a de Borges, depurada como a de Pessoa, torrencial como a de Kerouac. Mas sem pomposidades, sem adstringências. O estilo diz tudo sobre o seu autor.»

DELITO há cinco anos

Pedro Correia, 28.04.25

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José Meireles Graça: «Representais os restauradores, é, anedotas tristes? Valeis ainda menos do que o advogado oficioso que ofereça, em defesa do seu cliente, o merecimento dos autos. Porque este ainda pode contar com a imparcialidade do juiz, que não tem de engolir necessariamente as fabricações do ministério público; e vós, ao Governo que diz mata!, acrescentais esfola.»

 

Teresa Ribeiro: «A turma do resfriadinho está a ficar nervosa. Quer o povo na rua, a bulir, que é para isso que o povo serve, mas o mundo continua paralisado. Muito religiosa, esta seita sempre sacrificou tudo ao seu deus todo poderoso. O deus universal a quem na América chamam dólar e por cá é conhecido por vários nomes: massa, carcanhol, pilim, papel, taco, pastel, graveto, caroço, bago, guito... Quase tudo designações carinhosas, pois como diz a canção, "money makes the world go around".»

 

Eu: «Depois da emergência, a calamidade.»

Franciscus

Pedro Correia, 27.04.25

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Interior da Basílica de Santa Maria Maior, última morada terrena do Papa

 

Vimo-lo pela última vez faz hoje uma semana, Domingo de Páscoa. Debilitado, enfraquecido, mas com vontade indómita de pronunciar uma última mensagem urbi et orbi, tão inspiradora como a primeira que nos transmitiu mal fora eleito Papa, a 13 de Março de 2013. «Boa noite», afirmara então, mal assomou nesse instante inicial como Pontífice ao balcão da Basílica de São Pedro antes de pedir aos 1400 milhões de católicos que rezassem por ele.

«Boa Páscoa», disse neste dia 20, em cadeira de rodas, à multidão de fiéis que o escutava. Já tão próximo do seu limite físico, pronunciou a palavra que - mais do que qualquer outra - significa a transição da morte para a vida.

 

Repousa desde ontem na Basílica de Santa Maria Maior, no chão de uma nave lateral. Tendo inscrito apenas o seu nome em latim no mármore oriundo da Ligúria, região natal dos seus avós.

«Franciscus».

Ei-lo ali, humilde até ao fim, no termo da sua peregrinação terrena, após os grandes do planeta se despedirem dele numa soalheira manhã em Roma e cerca de meio milhão de pessoas comuns terem acompanhado a urna ao longo do cortejo de seis quilómetros. 

 

Pedra tumular rasa, sem luxo nem ornamentos, para aquele que foi sem dúvida um príncipe da Igreja Católica neste primeiro quartel do século XXI. Quem lhe suceder no trono de Pedro tem um encargo muito pesado: permanecer à altura do legado de Jorge Mario Bergoglio, o bom pastor que veio dos confins do planeta com a missão de unir o mundo. Cumprindo a Parábola dos Talentos, uma das estimulantes lições de vida que podemos colher dos Evangelhos.

Os seus restos mortais moram agora na laje do templo mariano onde nenhum pontífice era sepultado desde Clemente IX, em 1669. O último chefe da Igreja antes dele a escolher como derradeira morada terrena um cenário alternativo à Basílica de São Pedro havia sido o grande Papa Leão XIII, sepultado há 122 anos em São João de Latrão.

 

Ninguém deve invejar a tarefa de quem irá seguir-se, por eleição dos seus pares, no conclave dos cardeais. Terá de prosseguir, sem desfalecimentos, a marcha contra a globalização da indiferença. Por uma igreja sem muralhas, onde «todos possam entrar», na senda deste belo lema que Francisco nos transmitiu.

Acusam-no alguns de se ter desviado da rota. Gente de pouca fé: esta mensagem está inscrita desde o início, na Parábola do Bom Samaritano (Lucas X, 25-37). Pronunciada de viva voz por Jesus no seu apelo de amor ao próximo que nos leva a socorrer os mais necessitados, venham de onde vierem, por imperativo moral. 

«Amarás o teu próximo como a ti mesmo.» Dois mil anos depois, nenhum estribilho ideológico conseguiu ser mais inspirador e luminoso do que este mandamento, pedra angular da civilização. 

DELITO há cinco anos

Pedro Correia, 27.04.25

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Eu: «Contra a corrente, imponho a mim próprio uma rigorosa selecção de consumo noticioso. Só escuto quem comprovadamente merece ser escutado, dispenso os sermões dos novos tele-evangelistas agora em voga, mudo de canal assim que me soa a propaganda seja do que for, reservo um tempo máximo para o fluxo informativo. Que, pelo que me vou apercebendo, equivale ao tempo mínimo para muitos outros. Passo ao lado das opiniões arrebanhadas das "redes sociais", não consumo nem partilho os incontáveis memes que me chegam das mais diversas proveniências, não gasto um minuto com "cenários" que reproduzem outros "cenários", quase sempre de teor apocalíptico, em obediência à mesma lógica de alinhamento dos telediários cá do burgo.»

Sérgio de Almeida Correia, 26.04.25

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Gostava de futebol, apreciou a beleza feminina, namorou, sabia saborear um bom vinho. Depois escolheu o seu caminho.

Atingiu o pináculo do poder terreno da sua tribo no trono de São Pedro. Dispensou os múleos papais vermelhos da Prada, não usava óculos Gucci, e viveu uma dúzia de anos no quarto 201 da Casa Santa Marta.

Encarou os erros, procurou corrigir, pediu desculpa quando importava fazê-lo. Não perdeu a face.

Sorria, ria com gosto, tinha sentido de humor.

Trabalhar, rezar, cumprir as suas obrigações, cuidar da sua gente, pensar nos outros, estender-lhes a mão, ajudar quem precisava a levantar-se, mantendo a postura, a dignidade, o carácter, a autenticidade, a humildade, o amor até ao fim.

Fé é isto.

Gostava de ter esperança.  De ter fé. Por eles – fiéis, infiéis e os outros –, também por mim.

Não sei se alguma vez haverá outro como ele. Mas seria bom.

Polémica tuga sobre o luto pelo Papa

Pedro Correia, 26.04.25

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Medra uma acesa polémica nas redes digitais em torno dos três dias de luto nacional concedidos pelo Governo para assinalar o falecimento do Papa Francisco, esta manhã sepultado em Roma.

Porquê? Porque Portugal "é um Estado laico". 

Uma daquelas polémicas tipo bolhas de sabão, tão férteis no caldeirão das redes, como a dos jacarandás de uma avenida lisboeta que há um par de semanas sobressaltava outras almas - ou talvez as mesmas. 

 

Acontece que o luto nacional por um líder religioso em nada fere a laicidade do Estado. Muito débil andaria a dita laicidade se assim fosse. Muito menos de uma confissão religiosa claramente maioritária no País (80,2% dos portugueses declaram-se católicos) e que aliás precede a própria fundação da nacionalidade. Ou seja, antes de haver Estado neste território que hoje chamamos Portugal, já existia religião cristã. 

Acresce que a declaração de três dias de luto nacional é prática reiterada, não nasceu agora. Aconteceu há 20 anos, quando faleceu o Papa João Paulo II e o Chefe do Estado português era Jorge Sampaio, que aliás compareceu às exéquias solenes do Pontífice no Vaticano. À data, José Sócrates chefiava o Governo.

Falta sublinhar que, à luz do direito internacional, Francisco era também chefe de um Estado - a Santa Sé. Figura política, não apenas religiosa. 

 

Três dias de luto nacional decretados pelo Estado português mereceram antes, por exemplo, o presidente egípcio Anwar Sadat (1981), Samora Machel (1986), o imperador japonês Hirohito (1989), Nelson Mandela (2013) e a Rainha Isabel II (2022), aliás também chefe da Igreja Anglicana. 

Já o Estado brasileiro, igualmente laico, não fez a coisa por menos: Lula da Silva decretou sete dias de luto nacional pela morte do Papa. E dirigiu-se aos cidadãos do seu país enaltecendo a figura de Francisco em palavras comovidas, além de ter comparecido não apenas no funeral mas no próprio velório do Santo Padre, que contou com a presença de 60 chefes de Estado - 51 presidentes e nove monarcas - e 18 primeiros-ministros. 

O que talvez cale alguns dos críticos cá na terra, muitos deles admiradores incondicionais do socialista Lula. Ou, se calhar, não. As redes equivalem às fornalhas: precisam de ser alimentadas com incessante combustível. Quando não há polémica, qualquer pretexto serve para parir mais uma.

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