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Delito de Opinião

DELITO há dez anos

Pedro Correia, 30.09.24

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Luís Naves: «Francisco Seixas da Costa sublinha a forte legitimidade do novo líder do PS, que é superior à que teria numa vitória em congresso. Isto representa um capital político inestimável. Também há textos como este, de Isabel Moreira, publicado em Aspirina B antes da votação nas primárias. A prosa sugere que o PS sai da crise (ou transição) com feridas profundas. As clivagens são entre os que querem uma coligação mais à esquerda, que nos levaria a uma possível ruptura europeia, e os moderados que julgam inevitável um bloco central que prossiga as reformas estruturais.»

Racismo Sistémico

jpt, 29.09.24

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Às vezes até com alguma amizade, a maioria das vezes sem ponta disso, gente das minhas áreas de formação, dizem-me "direitolas" - visceralmente avesso que sou a estes demagogos das "identidades", do "género", da "depuração da fala", do "racismo sistémico", e das tralhas associadas.
 
Talvez este seja um exemplo explícito da pantomina que são estas correntes locutoras. Imagine-se o escândalo que correria mundo afora (e Portugal esquerdalho adentro) se um grande central branco desse um estalo num pequeno roupeiro "racializado". Mas o enorme preto Rudiger dá um tabefe a um incomodado branco Manolin? Nada dizem estes "identitaristas", que isto não lhes dá jeito. Não lhes anima o objectivo, a gritaria que entendem possibilitar-lhes o acesso a uns nacos do erário público. E a uns empregozitos, precários ou não. Porque, entenda-se bem, para essa gentinha, a esquerdalhada burguesota, "it's economy, stupid!". O subsídio, o contratozito, o parco financiamento...

O glutão

José Meireles Graça, 29.09.24

Como é que se topa um glutão à mesa? Explico:

A consulta da lista é momento de demorado exame, madura reflexão e eventual consulta ao empregado no caso de o prato ter, como às vezes tem, uma designação confidencial ou para especialistas (“bife à casa” – casa de quem?; perdiz à conventual – mas qual convento?).

Segue-se o problema do que os restantes comensais vão pedir. Porque a ideia de que cada qual encomende o que lhe apeteça é conceito que o glutão rejeita. Segundo o próprio porque assim se evitam erros, na realidade porque tem um medo pânico de que, chegado o conduto, conclua que afinal devia era ter encomendado o que vem para o vizinho.

Com frequência assume para si o papel de dirigente das operações, servindo de intermediário para o empregado. E como não toma nota de nada, antes vai memorizando o que cada um diz, que entremeia com comentários e sugestões, cantarola no final o resultado com defeitos, que os companheiros de mesa vão corrigindo com precipitação e surpresa, o destinatário da lista improvisada, estoico, tentando navegar na algaraviada e na confusão que se estabeleceram.

Admitindo que não haja enganos (e raramente há, uma singela homenagem a quem tem a obrigação de, com simpatia, perceber no nevoeiro das contraordens o que cada um quer) regressa-se ao convívio e, nesse intervalo, dir-se-ia que o glutão é uma pessoa normal.

O problema é quando chegam as travessas ou os pratos. Porque responde mecanicamente à pergunta que ficou em suspenso, ou titubeia distraidamente uns apostos ao que estava a dizer, os olhos brilhando de gula e seguindo com fixidez os maneios do empregado. Mandam as regras que se comece só quando toda a gente está servida. E o sacrifício nesse pequeno intervalo, se fosse dedicado à invocação de Nossa Senhora por quem o sofre, faria com que não poucos se safassem do Inferno indo parar ao Purgatório, onde parece que o passadio é melhor.

Só isto? Não. Gente ingénua suporá que a conversa gire durante algum tempo em torno do apuro ou mediocridade dos cozinhados. Que nada, isso é coisa para gente com moderado apetite. Quem o tem em abundância está ocupado a atochar-se e acha, mesmo que não o confesse, que quando é bom é muito bom e que quando é mau também é bom, de modo que contribui apenas com uns murmúrios para devaneios conversariais.

Provar dos pratos dos outros é coisa, se o ambiente não for demasiado formal e houver variedade, de rigueur. E o maduro que não quer provar nada e resiste a que lhe invadam o prato com um garfo intrometido passa por antipático.

A sobremesa encomendam as senhoras e os tíbios. Porque os glutões (não contemplei até agora a hipótese de haver mais do que um porque semelhante infelicidade, felizmente rara, complexifica excessivamente esta problemática) não querem sobremesa. Oficialmente. Porque depois provam de tudo, só para ver se está bom, momento em que, devido às movimentações, algumas nódoas vão, se não aconteceu antes, ornar as camisas até aí irrepreensíveis. Medalhas, dirão com satisfação se interpelados.

A gula, pecado capital. O que me vale é que, não sofrendo de soberba, perdoo e a alguns até aprecio a companhia.  

Blogue da semana

Ana CB, 29.09.24

Foi uma viagem que os juntou, e as viagens continuam a ser uma parte importante na sua vida a dois. A Vera e o Marcelo são um dos casais mais simpáticos da blogosfera portuguesa de viagens, e criaram o blogue Ir em Viagem para partilharem as suas aventuras e experiências:

Através da escrita e da fotografia pretendemos inspirar as pessoas a viajar mais e, através de dicas e sugestões, ajudá-las a preparar as suas viagens.”

São caminhantes infatigáveis, e por isso de vez em quando organizam passeios nos trilhos mais bonitos do nosso país. Falam-nos das suas viagens, dentro e fora de Portugal, com muita sensibilidade (de uma forma quase poética) mas sem esquecerem os pormenores práticos, sempre úteis para quem lê. E como se isto não fosse suficiente, todos os artigos são ilustrados com fotografias de mestre.

O Ir em Viagem é a minha escolha para blogue da semana.

DELITO há dez anos

Pedro Correia, 29.09.24

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José António Abreu: «O Verão já se acabou, Setembro está-se a acabar, Lisboa quase se afogou nas primeiras gotas de chuva mas a eleição de António Costa faz com que o Sol brilhe outra vez. Não soa assim fora de estação a power pop dos The New Pornographers, uma de várias superbandas canadianas (outras: Arcade Fire, Broken Social Scene) que colocam em palco um número inusitado de executantes*. O tema pertence ao novo álbum, Brill Bruisers, e devo tê-lo ouvido dezenas de vezes nas últimas semanas.»

 

Luís Menezes Leitão: «A saída dos EUA do Iraque, associada a um apoio às primaveras nos outros países arábes, foi um campo fértil para os militantes islâmicos radicais, que conseguiram nos territórios sírios e iraquianos aquilo que desde sempre ambicionavam: a reconstrução do califado. Ora, esse Estado islâmico vai ser seguido pelos militantes radicais de todo o mundo e pode ter um sucesso muito mais rápido que o califado original, cujos exércitos chegaram em 80 anos desde a península arábica em 632 até Poitiers em 711. E esse Estado todos os dias proclama o seu ódio aos ocidentais, como se vê pelas execuções que sistematicamente são exibidas.»

 

Luís Naves: «O centro-direita está basicamente tramado. Em 2011, pegou num país à beira da falência e sujeito a um programa de resgate mal negociado, num contexto de crise da zona euro que dificultou a flexibilização das metas orçamentais, que foram mínimas e arrancadas a ferro. Apesar do espartilho, este governo pagou dívidas, conteve a despesa e evitou a saída do euro, mas esteve sempre dividido e atraiu a hostilidade de sectores importantes da própria direita, que serão aliás os primeiros a entrar agora em pânico e a tentar abandonar o barco a tempo.»

 

Sérgio de Almeida Correia: «Seria bom que o Congresso do PS fosse marcado para a data mais próxima possível, de maneira a que todo este conturbado processo das primárias atinja o seu fim e o PS estabilize, se reorganize e possa pensar nas questões que importam a todos, a tempo de poder propor uma alternativa política de mudança susceptível de ser devidamente avaliada, ponderada e discutida pelos portugueses até às próximas eleições legislativas.»

 

Eu: «Concorde-se ou discorde-se da sua actuação e do seu estilo, Seguro liderou o partido durante mais de três anos muito difíceis, em que mais ninguém se dispôs a fazê-lo. Três anos muito difíceis devido ao estado de emergência financeira em que Portugal se encontrava. Três anos muito difíceis para o PS enquanto partido da oposição num quadro político dominado pelo memorando negociado e assinado pelos próprios socialistas quando ainda eram governo, antes do mandato de Seguro. Três anos em que, apesar disso, o PS registou três vitórias eleitorais -- nas regionais açorianas, nas autárquicas e nas europeias.»

Lápis L-Azuli

Maria Dulce Fernandes, 28.09.24

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Hoje lemos: Coleen Hoover, "Isto Acaba Aqui".

Passagem a L-Azular: “Todos os seres humanos cometem erros. O que determina o carácter de uma pessoa não são os erros que cometemos. É a forma como pegamos nesses erros e os transformamos em lições, em vez de desculpas.”

Fácil de dizer, difícil de praticar. Como a batida frase "desculpas não se pedem, evitam-se" que ouvia sempre que pretendia razoabilizar com os donos da verdade, a deles, a única e imutável. Ninguém  aprende lições vitalícias. Ficamos com a consciência de que erramos e com a convicção de que foi a última vez. Mas nunca é.

Livros de cabeceira (10) - série II

José Meireles Graça, 28.09.24

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Há três grandes prazeres na vida: ler, comer e esquece-me agora o nome do terceiro.

Pode-se viver apenas com o segundo e o terceiro pode ser intenso mas dura pouco.

A vida sem ler, porém, é só uma; e lendo, muitas. As paisagens, as cidades, os países, as guerras, os costumes e sobretudo as pessoas. As de agora, as de ontem, as de anteontem e até à noite dos tempos quando o primeiro literato se deu ao trabalho de coligir textos, possivelmente acrescentando muito de seu, aí há coisa de 42 séculos.

Nunca mais se parou de escrever, tanto que não é hoje possível haver gente culta no sentido renascentista da palavra, e não só porque o conhecimento científico explodiu, também porque uma vida não chega para percorrer todos os clássicos. Em sentido lato, isto é, os que construíram o edifício da literatura universal até hoje, excluindo os contemporâneos – destes não sabemos quais e quantos são imortais.

Esta grande maçada de a esperança de vida ainda não estar, como devia, aí pelos 160 anos, faz com que cada um seja obrigado a fazer a sua selecção porque simplesmente não há tempo para todos. E há maduros, com a mania que são originais, que de autores clássicos não sabem muito, mas dos contemporâneos ainda menos. Nada que me aflija, se a companhia for de grandes fumos literários refiro de passagem Terêncio, Plauto, Santo Agostinho, Sá de Miranda ou outro monstro sagrado qualquer suficientemente antigo para que a conversa estiole.

Sucede que comecei a substituir a leitura ávida de ficção, ainda que parcialmente, aí há uns 30 anos, por ensaios sobretudo de natureza histórica, de economia, de costumes, de ciência política. Em suma, tudo coisas quase sempre perecíveis – não as matérias, o que sobre elas se escreve.

O livro de cabeceira da fotografia é o dois em um. É do género autobiográfico e talvez não seja uma peça literária, por ser demasiado descritivo e não ter um fio narrativo. Que se dane, lê-se bem. Saiu em 2016 da pena do colega de Trump no ticket de candidatura às eleições e retrata dolorosamente um tempo, uma classe e uma região. Aquela em que vivem o que Hillary Clinton designou como os deploráveis.

Não é um panfleto nem um manifesto e, com base naquele filme vivido, podem-se construir teorias políticas não apenas diferentes mas até opostas.

Bem empregado, e prazeroso, tempo.

DELITO há dez anos

Pedro Correia, 28.09.24

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Francisca Prieto: «De tempos a tempos, mal renasce das trevas a estafada discussão sobre a lei do aborto e os direitos das mulheres e blá, blá, blá, fico sempre a pensar que nunca vi ninguém a discutir os direitos dos homens, neste caso concreto, dos pais dos fetos.»

 

João André: «Ganhei o hábito de ter cuidado em não escrever (especialmente em forma de blogue) sobre temas que não domino o suficiente para ter a certeza de não cometer erros. Isso, contudo, não invalida que a leitura sobre ciência seja uma das minhas actividades preferidas, especialmente quando tem como objectivo claro o aumento da cultura científica de cada um.»

 

João Campos: «Há uns anos, um amigo emprestou-me o DVD do filme Alien vs. Predator, uma combinação improvável entre os monstros icónicos do filme de Ridley Scott (e da sequela de James Cameron) com a criatura do filme de John McTiernan (com Arnold Schwarzenegger) que surgiu na banda desenhada no final dos anos 80 e que já nos anos 90 deu origem a um videojogo muito popular e muito divertido - essencialmente por poder dar-se ao luxo de abdicar de qualquer noção de narrativa para apostar na atmosfera e no combate. O filme não correu tão bem, como de resto não podia correr, e antes de chegar à meia hora já eu desligava o leitor de DVD entre bocejos - tenho um fraco por aqueles filmes tão impossivelmente maus que se tornam bons de uma maneira muito retorcida, mas Alien vs. Predator é apenas e só mau, sem qualquer hipótese de redenção.»

 

Luís Naves: «Fiquei feliz com o casamento de George Clooney, que é um rapaz da minha criação. Todo aquele ambiente de Hollywood clássico, o amor tirado de um livro de Hemingway, tudo isto encanta. Eu e o George nascemos no mesmo dia e, tendo em conta a diferença horária, julgo que nascemos mais ou menos à mesma hora. Somos gémeos de ascendência gémeos e no signo chinês ambos búfalo, mas desconheço os detalhes e as implicações, julgo que estarão envolvidos o yin, a água e o metal. Ambos temos aspecto de pessoas felizes e, se fôssemos cantores de ópera, ele seria o barítono que tentava impedir o meu amor com a soprano (felizmente, não canto, mas sou tenor).»

 

Eu: «Eram tempos em que a censura retalhava um disco inteiro do Quarteto 1111, liderado por José Cid, que em 1958, quando ainda era conhecido por José Cid Tavares, integrou em Coimbra os Babies, "primeiro conjunto português de rock". O LP inaugural do quarteto, intitulado Quarteto 1111, foi retirado do mercado por ordem das autoridades. Basta enumerar os nomes de algumas faixas para se perceber porquê: "João Nada", "Domingo em Bidonville"; "Trova do Vento que Passa"; "Maria Negra"; "Lenda de Nambuangongo"; "Escravatura"; "Pigmentação". O álbum Epopeia, editado em 1969 pela Filarmónica Fraude (que incluía António Pinho, futuro mentor da Banda do Casaco), muito aplaudida à época, tinha uma capa desenhada pela artista Lídia Martínez, que assinou Lídia 69. O disco passou no crivo da censura, mas a assinatura não: a indicação do ano foi cortada. "Eu, ingenuazinha, nem fiz de propósito, sabia lá o que era 69, era uma abelhinha", lembra Lídia Martínez, hoje bailarina em Paris. Outros tempos, na verdade.»

Leituras

Pedro Correia, 27.09.24

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«Os descendentes dos antigos europeus não têm de pedir desculpa pela escravatura aos descendentes de povos que já a praticavam antes de terem contactado com esses europeus. Todos os povos, num ou noutro momento da História, praticaram a escravatura, escravizando gente de outros povos. O que é específico não é a escravatura, é a sua abolição

João Pedro Marques, A Culpa do Homem Branco, p. 133

Ed. Guerra & Paz, 2024

Sobre o nosso nono centenário

Paulo Sousa, 27.09.24

Num jantar com uns amigos, dei por mim a debater esta coisa que é Portugal a caminho do seu nono centenário.

Li algures que a nossa identidade, independência, conceito de estado-nação, depois de tudo ser bem espremido, dependeu sempre muito mais da nossa geografia do que de mérito próprio. Estando aqui, no fim da estrada, onde ninguém passa a caminho de lado nenhum, livramo-nos dos impérios em marcha. Excepção única às tropas francesas no início do século XIX, que onde julgavam encontrar a glória de mais uma conquista, encontraram apenas uma sangrenta rotunda. A despesas próprias, descobriram também que os aqui residentes eram de brandos costumes, até deixarem de o ser.

Além da geografia, atrevo-me a acrescentar outro factor não menos importante. Refiro-me à proporção da nossa dimensão relativamente à de Espanha. Se fôssemos maiores, ao ponto de podermos constituir uma ameaça para eles, já se tinham entretido em nos eliminar. Se fossemos menores, ao ponto de não podermos resistir a um investida, já nos tinham absorvido. Assim, além da geografia, a fórmula do nosso “sucesso”, salvo seja, passará também pela relação de força comparativa com nuestros hermanos.

Quem nos olha a partir da Ucrânia ou de Israel, achará que se alguém sabe andar nisto, somos nós, os portugueses. É inquestionável que a nossa longevidade nacional nos faz lidar com os embates do dia-a-dia de outra forma. No exacto momento em que nos sentimos apodrecer perante o imobilismo da centenária adicção à burocracia, alguém que nos observa fora do país acena a cabeça e pensa que sim senhor, como era bom podermos viver assim, relaxados, anestesiados, ocupados a lidar com banalidades. No exacto momento em que, perante o absurdo, o impensável, o despropósito de um serviço público, em vez de berrar como se impunha, em vez de bater com os punhos no balcão de uma repartição, em vez de denunciar um inerte prevaricador, optamos por não colocar em risco a própria saúde, damos umas gargalhadas, entremeadas pelo clássico, isto só neste país.

Esse deve ser o nosso mais bem guardado segredo. A alienação é a nossa chave.

Fazendo jus a quem elogia esta cinzenta maneira de estar, aparentemente desligada da realidade, arrisco dizer que a melhor celebração de mais um centenário, que, entretanto, chegará, é fazer o mesmo que se fez com o quinto centenário de Camões. Não se celebrar coisa nenhuma, será provavelmente a forma mais portuguesa de assinalar o que, para outros, parece ser impossível de alcançar.

TUDO É TABU: ecos do meu livro

Pedro Correia, 27.09.24

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12 de Junho

«[O livro vai] ao fundo buscar casos de censura, casos de cancelamento, muitos deles em Portugal. São muitos os casos aqui tratados, alguns deles nem eu conhecia.»

Fernando Alvim, Prova Oral (Antena 3)

 

28 de Junho

«Hoje, a censura progressista espalhou-se pela universidade, pela imprensa e pelas artes. Para registar esses atropelos, Pedro Correia escreveu um livro precioso, Tudo é Tabu

Francisco José Viegas, Correio da Manhã

 

1 de Julho

«Um livro curioso sobre a actualidade.»

Rui Calafate, Jornal Económico (podcast "Maquiavel para Principiantes", minuto 28)

 

2 de Julho

«O Pedro Correia, amigo de longa data, lançou hoje mais um livro sobre o que ele designa dos novos polícias do pensamento, no qual reúne 100 exemplos de uma espécie de nova censura, da literatura ao cinema, a que nem as séries de culto escapam. Sempre mantive com o Pedro uma saudável discordância na política, mas não deixo de o considerar um pensador livre e um excelente escritor e jornalista, talvez o mais talentoso blogueiro nacional que resiste no seu Delito de Opinião.»

Rui Daniel Rosário, Facebook

 

5 de Julho

«Contra todos os que reclamam "na dúvida proíba-se", com convicção resista-se. Contra o obscurantismo, a visibilidade. Contra o silenciamento, a partilha. Contra os tabus tribalistas, a civilização. Contra a mesquinhez, a integridade, coragem, humor, e inteligência. E o Pedro Correia está a fazer a sua parte, e que grande parte, com o "Tudo é Tabu".»

António Costa Amaral, Linkedin

 

16 de Julho

«Um trabalho jornalístico, de investigação, de pesquisa. (...) Uma boa maneira de celebrar estes 50 anos de democracia -- luta que continua todos os dias.»

João Paulo Sacadura, Rádio Observador

 

29 de Julho

«Gostava de ter sido eu a escrever este livro.»

«Isto não só é jornalismo, mas é de facto serviço público.»

Joana Amaral Dias, jornal Nascer do Sol (videodcast "Córtex Frontal")

 

2 de Agosto

«"Cem casos de novas censuras" é o subtítulo deste ensaio que documenta situações de limitação da liberdade de expressão em pleno primado do chamado "mundo livre" e das sociedades democráticas ocidentais.»

Luciana Leiderfarb, Expresso

 

4 de Agosto

«Kant tinha uma "faceta misógina", Darwin era "racista", Gauguin "pedófilo", Voltaire "defendeu" a escravatura, Hemingway revelou "antissemitismo", a estátua que Miguel Ângelo fez de David é "pornográfica", a peça Romeu e Julieta, de Shakespeare, pode levar espectadores ao "suicídio". Os cem exemplos escolhidos por Pedro Correia para o livro "Tudo é Tabu" (ed. Guerra & Paz) sublinham alguns dos absurdos da actual tendência para condicionar a liberdade de expressão, com "patrulheiros" a "ditar dogmas" e a "decretar anátemas".» 

Fernando Madaíl, Correio da Manhã

 

20 de Agosto

«[Pedro Correia] acaba de publicar um novo livro: Tudo é Tabu, edição Guerra & Paz. É um livro sobre a Liberdade. Ou melhor, um livro sobre a Vida. Sem liberdade de falar ou escrever não há liberdade para pensar. O que significa que não há liberdade para criar. (...) Qualquer tentativa de censura, chamem-lhe bloqueio, mitigação, afinação, depuração ou profilaxia, acaba num desejo de ambiente único, de narrativa única. Ou seja, de uma ditadura.»

Rodrigo Saraiva, Expresso

 

9 de Setembro

«O meu amigo Pedro Correia recentemente escreveu "Tudo é tabu - cem casos de novas censuras". O livro, muito bem escrito e muito polémico, é sobre isso mesmo. No texto, o autor sublinha o que entende serem os exageros desta onda avassaladora de pressão para a adoção de novas atitudes. Estou a lê-lo aos poucos. Há coisas com que estou de acordo, outras bastante menos. Mas recomendo francamente a leitura.»

Francisco Seixas da Costa, blogue Duas ou Três Coisas

 

22 de Setembro

«Hoje, o OFF (Ofendidismo Foleiro-Fanático) alastrou a todas as camadas da sociedade. No meu tempo, eram os mais velhos que se indignavam comigo, agora são os mais jovens. É chato viver com tabus, encurtam-nos as vistas e, ao encurtar-nos as vistas, encurtam-nos a vida. "Tudo é Tabu" é um livro de Pedro Correia, que em entradas breves faz um educativo catálogo de 100 casos recentes de OFF. Podiam ser mais.»

Rui Zink, Correio da Manhã

 

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Agradeço também as referências ao livro feitas por Diogo Noivo, José António de SousaJosé Pimentel TeixeiraPaulo MoutaPedro Oliveira e no espaço digital do Centro Nacional de Cultura.

 

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Na livraria Bertrand do Centro Cultural de Belém

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Na livraria Bertrand do Shopping UBBO (Amadora)

 

TUDO É TABU pode ser adquirido via Almedina, Bertrand, BooksmarketFNAC e Wook. E também, claro, por encomenda à Guerra & Paz.

DELITO há dez anos

Pedro Correia, 27.09.24

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Luís Naves: «O caso Tecnoforma visa destruir o principal capital político de Passos Coelho, a sua imagem de honestidade. Embora o primeiro-ministro tenha esclarecido as questões ligadas à denúncia anónima e as dúvidas sobre a exclusividade parlamentar, há quem ainda não esteja satisfeito. A denúncia era falsa e o processo foi arquivado. Sem novas informações, esta história está morta. O primeiro-ministro demonstrou de forma convincente que cumpriu as regras da exclusividade parlamentar a que se obrigou quando recebeu um subsídio. Passos Coelho é aliás um político pouco habitual, sem sinais exteriores de riqueza e que tem resistido aos interesses que dominam o regime democrático.»

 

Sérgio de Almeida Correia: «O sonho de todos os portugueses é viver só com a representação. Só com o palco. Para poder colocar todo o salário em certificados de aforro. Numa espécie de modelo cor-de-rosa. Como as revistas. E com um cartão de crédito, de preferência dourado ou platina, dessa mesma ONG, que contasse milhas até se chegar ao pacote das Maldivas. Ou da Manta Rota. E depois com a reforma toda em despesas de representação. E em tacos de golfe e senhas para análises e ecografias. Lá chegaremos.»

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