Clint Eastwood
(Ontem Clint Eastwood fez 93 anos. No FB da "lisboa" erudita vai polémica sobre o homem, teclam-no qual "fascista", pois de "direita", e, pior ainda, "machola" - um terrível neo-insulto - e etc. Alguns insurgem-se e defendem-no..., citam-se filmes que o "eximem" a tais pecados, etc. Ao ver o relambório lembrei-me de velhos postais que sobre ele botei ao longo dos anos no meu antigo blog ma-schamba. E depois encontrei este, de 2016, no qual mais ou menos resumi o que penso do autor. É certo que também poderia embrulhá-lo em papel de jargão, e com laço conceptual, e até o poderia candidatar a participar no concerto de trinados contra a "macholice". Mas não me parece que viesse a entoar no tom certo. Por isso aqui o coloco, para quem tenha paciência. Ou goste do Clint:)
Se na actualidade há algum bardo por aí é este e há muito que o encontrei, a fazer-me a vida. De todos os vivos é o meu cineasta preferido e, também, o meu pensador preferido. E compreendo que nos filmes dele, até nos falhados, fico feliz, suspendo todo o juízo crítico. Ora, não é isso o amor? Segue ele pensando o mundo com uma intensidade e uma densidade ímpares, incompreensíveis para os “bem-pensantes” das ideologias lites e muito para além dos pobres boçais que dele retiram o culto de colts, magnums ou drones. Julgo que a paupérrima apreensão da obra de Clint é mesmo o espelho do superficialismo militante do hoje em dia.