Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Delito de Opinião

O dialecto bantu

jpt, 28.05.22

pcpublico.jpg

Leio o "Público", o que me é raríssimo (por hábito limito-me a ler as colunas semanais de Ana Cristina Leonardo e de António Guerreiro). Mas a edição de hoje dá um enorme destaque a Paulina Chiziane, com entrevista. Por isso acorro ao papel, a ver o que diz a Paulina. E deparo-me com a introdução do jornal, enquadrando-a, nisso dizendo-a falante "do dialecto bantu". Em 2022!!!! E logo no boletim da demagogia "póscolonial"....!!!
 
Diante disto logo clamo, em monólogo altissonante, citando Milhazes!!!
 
E depois atirei o jornal para longe, entre outras imprecações. Lá para domingo ter-me-á passado a irritação e irei ler, curioso do que disse a Paulina. Em dialecto latino, presumo...
 
Adenda: em contributo para a agenda de "reparação da História", tão cara à célula neo-comunista do "Público", deixo a certeira boutade divulgada por Max Weinrich, "A língua é um dialecto com exército e marinha".

Hoje é dia de

Maria Dulce Fernandes, 28.05.22

transferir.jpeg-3.jpg

Hoje comemora -se O Dia Internacional da Saúde Feminina

"Este dia, criado em 1987, visa alertar a população para a desigualdade entre mulheres e homens no acesso aos cuidados de saúde e promover acções de sensibilização para a importância da saúde feminina e do devido acompanhamento médico a todas as mulheres. Algumas patologias são exclusivas da mulher, chamando este dia também a atenção para sintomas e doenças especiais do sexo feminino e para a necessidade de uma higiene diária cuidada."

Estas descrições que existem nos sites de referência sobre as efemérides chegam a ser um tanto ridículas. Onde é que em Portugal, com o magnífico serviço de saúde que temos, existe "desigualdade entre mulheres e homens no acesso aos cuidados de saúde" ? Se não há médicos para fazer consultas, ser homem ou mulher interessa?

Isto é o que eu chamo sensibilização da Farinha Amparo.

 

diamundialdobrincar-300x160-190221151918.jpg

No dia 28 de Maio comemora -se O Dia Internacional do Brincar

"O Dia Internacional do Brincar celebra o artigo 31.º da Convenção sobre os Direitos da Criança das Nações Unidas, reforçando que brincar é um direito da criança.

Esta data sublinha a importância de brincar e o valor que as brincadeiras têm no bem-estar, saúde e desenvolvimento das crianças. Os pais/educadores são os preferidos das crianças para as suas brincadeiras, não há nada mais divertido e terapêutico que ver pais e filhos a brincar.

Contudo, com a correria do dia-a-dia, o brincar fica esquecido, dando-se cada vez mais ênfase à educação e a actividades mais formais. Mas brincar devia fazer parte da rotina diária de qualquer família."

Qualquer pai ou mãe que regressa a casa quinze horas depois de ter saído para o trabalho não chega seguramente com vontade de brincar. Falo por experiência própria. Brincar é importante? Pode ser, mas mais importante é dar atenção às crianças, conversar com elas, ajudar a esclarecer dúvidas, ler uma história antes de dormir. Brincadeiras em família eram deixadas para os fins-de-semana, com o pai e para as folgas da mãe que muito raramente eram ao fim-de-semana. Aí sim, poderíamos ir até ao jardim brincar à apanhada, mas não era a nossa "cena". Íamos visitar o palácio da Pena, o Convento de Mafra, a Quinta da Regaleira , etc. No final, acabava sempre por haver algum tipo de apanhada, sim.

 

22303038_hWNSC.jpeg

A 28 de Maio comemora -se O Dia Nacional  da Bombeiro Português 

"No último fim de semana do mês de Maio comemora-se o Dia Nacional do Bombeiro Português. Pretende prestar homenagem a quem dá a vida a salvar os outros, não apenas nos incêndios, mas em vários outros serviços de emergência. A todos os que, sob qualquer circunstãncia, por mais adversidades que existam, estão sempre na linha da frente na prestação de socorro às populações. Homens e Mulheres que deixam para trás as suas famílias e que, numa missão nobre, não olham a meios para ajudar, para salvar, para socorrer."

Os Bombeiros portugueses merecem toda a homenagem que lhes possamos prestar e melhores condições e equipamentos que possam  minimizar os riscos do seu abnegado serviço, porque na sua maioria, são voluntários no exercício de cidadania mais ingrato que existe.

DELITO há dez anos

Pedro Correia, 28.05.22

21523202_SMAuI.jpeg

 

José Navarro de Andrade: «Quando o quadro foi dado a ver ao público aconteceu o inesperado: a arte do retrato, supostamente convencional e estabilizada, deu azo a polémica das antigas. Um coro de protestos se levantou e houve quem aventasse a hipótese de falta de respeito para com a real figura; Freud pintara Isabel de um modo implacável, sem cerimónia nem atenuantes, afinal, tal como se auto-retratava

 

Luís M. Jorge: «Isto, claro, presumindo inocências a eito desta gente toda, porque não estamos no tempo do Sócas e agora há estado de direito, liberdade e muitos caldos de galinha.»

 

Eu: «Trabalho, palavra bíblica. "Bem basta a cada dia o seu trabalho", diz Jesus no Sermão da Montanha. Reescrita à luz da novilíngua dominante, quem trabalha deixou de ser trabalhador: é "funcionário" ou, de modo ainda mais eufemístico, "colaborador". Pela mesma lógica, não pode ser despedido mas "dispensado". Ou, de modo ainda mais eufemístico, alguma Alta Entidade da corporação empresarial "prescinde" dos seus serviços. Ou da sua colaboração

Há mulheres a mais?

José Meireles Graça, 27.05.22

Às sextas-feiras o meu apreciado amigo Luís Aguiar-Conraria escreve no Expresso e eu andava há que tempos a concordar com o que diz.

Preocupante: Luís é, confessadamente, de esquerda, coitado, e eu sou uma pessoa sensata.

Isto estava-me a parecer um indicador de que das duas, uma: ou ele deslizava imperceptível e saudavelmente para o lado bom do espectro político ou a terceira idade começava a cobrar o seu preço, afectando-me negativamente as circunvoluções cerebrais.

Mas hoje o mundo reconstruiu-se ordenadamente e nesta coluna o asneirol irrompe, pujante.

É o caso que uma lei (que desconhecia) exige, para o pessoal dirigente na Administração Pública, que cada sexo tenha uma representação mínima de 40% e que haja alternância sexual, e esta intromissão aberrante aplica-se aos órgãos directivos da Universidade. Ora, Luís encabeça uma lista concorrente a um órgão, mas, zás, tem uma mulher a mais. E há outras listas, uma concorrente desta e duas para outro órgão, com igual problema: mulheres, na Universidade do Minho, há avonde – são dois terços dos professores e, parece, a maioria nos alunos e nas licenciaturas. O mesmo sucede na magistratura, na medicina e j’en passe.

Um ponto prévio: não fui ler a lei (não tenho excessiva paciência para remexer no lixo, isto é, na engenharia social imposta contranatura em legalês de provável má factura) mas, se bem transcrita, fala em sexo, não em género, o que levanta interessantes problemas: se dissesse género em vez de sexo bastaria a candidata que Luís obedientemente substituiu na lista declarar-se homem desde pequenina e logo o problema ficaria resolvido. Aparentemente, em Braga os gajos são gajos e as gajas gajas, o que indicia um insuficiente progressismo.

Nas outras listas a substituição é mais significativa: são várias as mulheres que têm de dar o lugar a homens.

Coisa curiosa: quem encabeça as candidaturas para o Conselho da Escola e o Conselho Científico não pode escolher, para a sua equipa, os que reputa melhores, porque é obrigado a ter a adequada proporção de pénis e vaginas. E, parece, o desprezo por aqueles órgãos colegiais é tão grande, e a fé nas competências próprias tão pequena, que estas pessoas são peças intermutáveis – na realidade tanto faz uns como outros, o que é preciso é que nas reuniões não fale toda a gente com voz fininha, ou grossa.

Como se justifica isto? É que, diz Luís, “o desequilíbrio a favor das mulheres pode simplesmente ser o reflexo de haver discriminação em outras carreiras mais aliciantes”. Não especifica quais sejam elas, mas não poucas magistradas, inteiradas desta tese, haverão de dizer para os seus botões: devia ter ido para o Exército, onde se pode ir de passeio a missões de paz na Roménia e chegar a major-general com o benefício de dizer asneiras na televisão, ou para as minas, onde pagam muito bem, mas não, são eles que têm estes grandes privilégios. Ai credo, que ele ainda há por aí muito machismo.

Vem a seguir a necessária correcção à lei: como não produziu, nem podia produzir, resultados úteis, elimina-se uma distorção criando outras, que a seu tempo se descobrirão. Revogar é que nunca, que a sociedade perfeita mora no Diário da República, nos próximos tomos.

Mas não fica por aqui o festim. No artigo em questão trata-se de outro tema completamente diferente, que é a possível cooptação para o Tribunal Constitucional de um tresloucado com impecáveis credenciais científicas. O homem parece ser um católico integrista e tem, a respeito da criminalização do abortamento, posições contrárias à lei em vigor e às crenças dominantes. O que diz, embrulhado na retórica académica muito respeitada pelos seus pares, ofende o senso – o meu, pelo menos, e decerto o da maioria das pessoas.

Sucede porém que não há nenhuma razão para pensar que no Tribunal Constitucional não cabem juristas cujos pontos de vista se afastam das soluções consagradas na lei. Se fosse assim a condição de comunista, que é a de, fatalmente, alguns juízes, dado ser uma doença disseminada em todas as categorias da população, como a rinite crónica, precludiria a escolha de magistrados com aquela afecção. O que não apenas nunca sucedeu como ao excelente Luís não ocorreria manifestar-se contra a escolha de um magistrado comunista no caso de este ter publicado escritos em que tivesse defendido, por exemplo, que Zelensky é um agente do imperialismo ianque.

Convém lembrar que o juiz não faz, apenas interpreta, a lei. E mesmo sendo ingenuidade pensar que as convicções pessoais não afectam o pendor da interpretação, é um injustificado processo de intenção supor que um jurista honesto, na condição de juiz, é capaz de decidir contra legem. Depois, o que todo este arraial esconde é um facto simples: em Portugal pode ser-se um troglodita se se for de esquerda e até as portas do Conselho de Estado se abriram para acolher um Torquemada das ideias boazinhas como frei Anacleto Louçã. O caramelo é de direita? Temos a burra nas couves: aqui d’el-rei que a democracia está em perigo.

Maior massacre em Angola foi há 45 anos

Pedro Correia, 27.05.22

27Maio77.jpg

Faz hoje 45 anos, iniciava-se uma das maiores atrocidades jamais ocorridas na África lusófona. Barbaridade que as narrativas dominantes tudo fazem para ocultar, como se nunca tivesse acontecido. O chamado "golpe do 27 de Maio", nunca devidamente esclarecido, que vitimou parte da jovem elite do Movimento Popular para a Libertação de Angola - o partido que se tem perpetuado no poder em Luanda desde a independência, em Novembro de 1975.

Nessa data e nas semanas imediatas, milhares de militantes foram chacinados. Historiadores independentes e organizações de direitos humanos calculam em 30 mil o número mínimo de vítimas provocadas pelo esmagamento de uma suposta rebelião contra Agostinho Neto, selvaticamente reprimida pelas forças cubanas que serviam de guarda pretoriana ao ditador marxista-leninista e pela DISA, a sinistra polícia política que fazia do homicídio extrajudicial prática corrente.

A violenta repressão dos «fraccionistas», como eram apelidados no jargão do poder da época, pode ter causado um total de 70 mil mortos. Prolongou-se por dois anos envolvendo torturas, deportações forçadas para campos de concentração e fuzilamentos sem julgamento. Com Neto a dar rédea livre aos esbirros da DISA quando proclamou: «Certamente não vamos perder muito tempo com julgamentos. Nós vamos ditar uma sentença.»

 

Famílias inteiras desapareceram e os corpos, atirados para valas comuns, nunca foram recuperados. Incluindo o de Bernardo Alves Baptista, conhecido por Nito Alves, que a 25 de Abril de 1974 era comandante militar do MPLA na estratégica região dos Dembos e fora ministro do Interior desde a independência até Outubro de 1976. E também de José Jacinto Van Dunem e Sita Valles, pais de um bebé de três meses que viria a ser criado pela tia Francisca, futura ministra da Justiça em Portugal.

«Amarrem-nos onde forem encontrados: Nito Alves, José Van Dunem, Bakalof, Pedro Fortunato, Betino»; «Todos os fraccionistas pagarão pelos seus crimes», gritava em títulos garrafais o repugnante Jornal de Angola, fiel serventuário do regime, na edição de 31 de Maio. A 18 de Maio, em comunicado, o MPLA concluíra, num macabro aviso para o que se passaria dias depois: «Todas as organizações se depuram.»

A purga, como também lhe chamaram, incluiu matanças a sangue-frio nos cárceres e em locais como a praia das Palmeirinhas. Os mais afortunados - incluindo o actual ministro português da Economia, António Costa Silva, foram apenas vítimas de simulação de fuzilamentos.

Grande parte dos mortos não tinha sequer vínculo ao MPLA: foram apanhados no local errado e à hora errada, a pretexto da "purificação" do partido governamental, como sublinhou a Amnistia Internacional em vários relatórios.

Só em 2021 o Presidente da República, João Lourenço, pediu desculpa em nome do Estado angolano aos familiares dos assassinados, prometendo toda a colaboração das autoridades para a exumação dos cadáveres, a identificação dos restos mortais por equipas forenses e a emissão das respectivas certidões de óbito. Então com apenas 20 anos, a sua mulher, Ana Dias Lourenço, foi uma das militantes aprisionadas na sequência do 27 de Maio. 

 

6a8202bddb5474c01d734829da99f9df_XL.jpg

 

Apesar do louvável pedido de desculpas, falta fazer quase tudo. Falta, desde logo, criar uma Comissão de Verdade para que o massacre não caia no esquecimento colectivo ditado por conveniências muito selectivas. As mesmas que ainda idolatram Agostinho Neto como poeta, virtuoso humanista e «libertador» do seu povo.

A 21 de Maio de 1977, seis dias antes de esmagar os opositores, o ditador incentivou a população a «fazer um combate contra todos os fraccionistas que encontrarmos no caminho». Espécie de senha para o que logo se seguiu.

Mesmo que nenhum dos torcionários venha a pagar pela participação nestes homicídios, a memória não prescreve. Há que pôr fim à desinformação, à autocensura e aos silêncios, como alerta a Associação 27 de Maio. Há que repetir, uma vez e outra, que isto aconteceu. Uma nódoa inapagável na história do MPLA e da Angola pós-colonial.

 

ADENDA de 28 de Maio: um leitor chamou-me a atenção para este documentário realizado por Margarida Cardoso e exibido há dois dias na RTP 2: Sita - a Vida e o Tempo de Sita Valles. Vi-o na noite de ontem. Verdadeiro serviço público.

A Animação é para crianças (ou não) - 6

João Campos, 27.05.22

wolfwalkers_0.jpg

Wolfwalkers
Realização: Tomm Moore e Ross Stewart
Argumento: Will Collins, com base numa história de Moore e Stewart
Produção: Cartoon Saloon, Mélusine
Ano: 2020
Duração: 103 minutos
Países: Irlanda, Luxemburgo e França

Wolfwalkers foi o melhor filme de 2020 que pouca gente viu. 

Não estou sequer certo de que tenha estado em exibição nas salas portuguesas por alturas do Natal de 2020; se esteve, terá certamente sido por poucos dias, com a azáfama da quadra e o contexto pandémico a abafarem a estreia. Foi distribuído em streaming pela Apple TV, onde tanto quanto sei ainda é possível vê-lo, mas a segunda grande desvantagem do streaming (a primeira é a falta do grande ecrã, claro) também lhe terá retirado alcance: afinal, quem pode hoje em dia subscrever a quantidade cada vez maior de plataformas digitais, com os seus conteúdos exclusivos?

Os problemas de distribuição em nada diminuem a qualidade dos filmes, claro - e seja no grande écrã de uma sala de cinema ou no pequeno ecrã da televisão das nossas salas, Wolfwalkers é uma pequena maravilha. Será talvez o filme mais juvenil que trarei a esta série, mas também será decerto um dos mais prodigiosos em termos artísticos. Não é por acaso que há já quem se refira ao Cartoon Saloon como os Estúdios Ghibli da Europa: a cada novo filme os estúdios irlandeses e os seus parceiros europeus exploram novos territórios narrativos e novos estilos artísticos, até à data com enorme sucesso. Este enquadra-se na "trilogia irlandesa" de Moore, explorando, tal como A Canção do Mar e Brendan e o Mundo Secreto de Kells, aspectos da história e do folclore da Irlanda.

Wolfwalkers recua à Kilkenny setecentista (pormenor: Kilkenny é também a cidade onde o Cartoon Saloon está sedeado) para contar a história de duas crianças: a rebelde Robyn, filha do caçador inglês Bill Goodfellowe, convocado àquela região pelo Lorde Protector para exterminar os lobos que dominam a floresta local e aterrorizam os cidadãos; e Mehb, cujo espírito se transforma num lobo enquanto dorme, e assim defende a floresta com a sua alcateia das incursões dos lenhadores de Kilkenny. A animação, nunca é demais dizer, é absolutamente magnífica no traço vivo e irregular - um desenho animado em estado puro, se quisermos - e na utilização da cor, com Moore e Steward a adaptarem o estilo a cada momento: a cidade de Kilkenny é sempre rígida e geométrica, em tons mais esbatidos, como uma gravura antiga viva; já a floresta é toda ela curvilínea e irregular, numa explosão constante de cores vivas, na vertigem desenfreada da alcateia por entre as árvores. 

E é com esta animação espantosa que acompanhamos as aventura das duas raparigas, da qual se podem fazer várias leituras: sobre os papéis femininos naqueles tempos, sobre a colonização pela figura do Lorde Protector, símbolo da opressão inglesa; e sobre o conflito eterno entre a civilização e a natureza. Podemos pensar nas semelhanças com A Princesa Mononoke - a floresta dominada por criaturas mágicas com lobos como protectores, uma rapariga selvagem forte e resoluta, a civilização como elemento destruidor do mundo natural. Nesse aspecto o filme de Moore e Stewart será menos ambíguo - menos complexo? - do que a obra-prima de Miyazaki, mas nem por isso deixa de ser menos tocante, incidindo mais sobre a força colonizadora de uma entidade externa (no caso, a Inglaterra personificada no Lorde Protector) e sobre a forma como cada personagem luta para aceitar a sua natureza e para fazer o que está certo. 

Se os Óscares primassem pela justiça, Wolfwalkers teria saído da cerimónia de 2021 com a estatueta de Melhor Filme de Animação. Salvo raríssimas excepções, porém, este prémio está destinado à Disney ou à Pixar - que, não desfazendo, há anos que não surpreendem com os seus filmes de animação. Ficou pela nomeação da Academia, pelos vários Prémios Annie conquistados, pela aclamação da crítica e pelo carinho do público que o viu. A maioria dos filmes desta série serão exclusivamente para adultos, mas para Wolfwalkers deixo a recomendação sem reservas a miúdos e graúdos.

wolfwalkers 1.jpeg

wolfwalkers 3.jpg

wolfwalkers 4.jpg

Hoje é dia de

Maria Dulce Fernandes, 27.05.22

22303014_TrZ4U.jpeg

No dia 27 de Maio celebra-se O Dia do Protector Solar

"Na medida certa, o sol é fundamental para a manutenção da saúde física e mental. O sol melhora o humor e contribui para a prevenção de doenças como a depressão, por exemplo. Isto porque a exposição aos raios solares auxilia a produção de endorfina e serotonina, conhecidas como as hormonas da felicidade. Todos sabemos que o protector solar é importante para evitar queimaduras, manchas e principalmente o cancro de pele em longas permanências sob a luz solar. Mas é um facto que o corpo humano precisa do sol. 

Os protectores atenuam a transmissão da radiação UV na pele. O factor de protecção solar é determinado com base na razão entre as quantidades de radiação UV necessárias para que ocorra a queimadura solar, com protector e sem protector. É importante saber que este efeito de protecção não aumenta linearmente com o FPS. Por exemplo, um FPS de 10 reduz em cerca de 90% a radiação UVB, um FPS de 20 em cerca de 95% e um FPS de 30 reduzirá adicionalmente apenas um pouco mais.

Tendo em atenção os danos causados pela radiação UVA, recomenda-se a verificação da existência de filtros UVA no produto. De qualquer modo, o protector não deve ser usado para prolongar o tempo de exposição, mas para limitar os danos resultantes da exposição ao sol. Por isso os protectores se aplicam em zonas não cobertas pela roupa, especialmente em áreas sensíveis, como o nariz, o pescoço, os ombros ou o peito dos pés."

Não tenho ideia de, quando era pequena, me besuntarem com cremes na praia. Talvez pelos meus 6 ou 7 anos já usássemos creme Nivea, nos ombros, nas bochechas e na testa. Não gosto de protectores solares. É um horror estar-se na praia feita croquete, peganhenta e com areia. Por isso, quando retorno das férias de Verão, parece que ainda nem cheguei a ir. Mas sabendo o que se sabe sobre os efeitos nocivos das radiações solares, tive sempre muito cuidado com as crianças e creio que este tipo de prevenção é importante. 

O meu pai era adorador do sol e o meu marido também. Para eles, é imperativo voltar das férias na praia com um bronzeado saudável, usando litros de protectores solares. Nem um centímetro de área exposta fica desprotegida. Requer muita paciência, já que o corpo humano é espaçoso e perde-se um tempo de lazer precioso. 

A protecção solar que me deu mesmo gozo usar foi uma uma camada de argila verde que se dizia com propriedades medicinais e que havia à disposição de quem pretendesse usar, na Praia de Porto de Mós, em Lagos, quando passávamos dois meses das férias de Verão acampados no Parque de Turismo.

Triunfo onde já se dominou

João Pedro Pimenta, 27.05.22

A Roma, clube mais popular da Cidade Eterna, ganhou o seu primeiro título em muitos anos e o primeiro troféu da Conference League, essa nova competição do futebol europeu. E também a primeira final internacional em Tirana, capital da Albânia.

Não deixa de ser uma extraordinária coincidência: é que o estádio, um imóvel vanguardista recente com uma torre lateral que à primeira vista, de fora, nem se percebe ser um recinto desportivo, fica situado numa zona urbana construída por italianos e que alberga grande parte dos edifícios públicos e administrativos da capital. Todas aquelas construções datam do tempo da anexação da Albânia pela Itália, nos anos trinta, e são de típica arquitectura fascista, racionalista e monumental. O exemplo perfeito é o edifício da universidade de Tirana, ao fundo de uma larga avenida, tendo o estádio do seu lado esquerdo, para quem está de costas para a fachada, e as construções das imediações e da dita avenida obedecem ao mesmo plano. Nem o singular regime marxista/maoísta que se lhe seguiu mudou a sua configuração. E a praça de entrada para o estádio chama-se mesmo Praça da Itália.

É muito natural que com tanta construção dos seus patrícios, e parecida com outras que há em Roma, os romanistas nem se tenham sentido no estrangeiro. Até porque na Albânia muita gente fala italiano e não faltam gelatarias.
 
Ah, e Mourinho voltou a ganhar um troféu, continuando 100% vitorioso em finais internacionais. Isso também é familiar.
 
 
Pode ser uma imagem de 4 pessoas, céu e arranha-céus
 
Pode ser uma imagem de 5 pessoas, monumento e ao ar livre

Ele bem sabia

Pedro Correia, 27.05.22

45099017_403.jpg

 

«Putin pretende (e a Alemanha aceitou) construir um gasoduto directo entre a Rússia e a Alemanha, sem passar pela Polónia. O que evidentemente permite à Rússia fazer chantagem com a Polónia (como já fez, por exemplo, com a Ucrânia). O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, protestou. Angela Merkel tenta tratar o caso - um caso eminentemente político - como se fosse uma questão económica. Por outras palavras, solidariedade europeia ou não, a Alemanha prefere negociar com a Rússia à custa da Polónia. Pior ainda: planeia um monumento aos "deslocados" do Leste, garantindo que ele não "relativiza" a guerra do III Reich. Faz, de facto, muito mais do que isso: põe em causa a legitimidade da Polónia tal como ela hoje existe. Por enquanto, estas querelas não são graves. Mas servem para lembrar de onde vem o grande perigo para a "Europa". E não vem da América.»

Vasco Pulido Valente (Público, 16 de Dezembro de 2007)

DELITO há dez anos

Pedro Correia, 27.05.22

21523202_SMAuI.jpeg

 

Helena Sacadura Cabral: «Há dias fui à Baixa que, para mim, está irreconhecível. Desapareceram lojas que eu conhecia, apareceram outras que nem suspeitava que existissem naquelas bandas e mantiveram-se umas quantas que perderam muito do atractivo, do cheiro, da magia que antes possuíam.»

 

José Navarro de Andrade: «Piero Della Francesca era matemático, conhecia sem hesitação a geometria dos rostos e à época já a pintura dominava a perspectiva. Até parecia mal retratar os patrocinadores com tão pouca graça e garbo.»

 

Leonor Barros: «Quando foi a última vez em Portugal que um Ministro se demitiu por ter traído o seu eleitorado?»

 

Luís M. Jorge: «À espera dos comentários do professor Marcelo, lá papo uma reportagem da TVI sobre a educação d'antanho. Vinte ou trinta carquejas com o diploma da quarta classe recitam títulos das obras de el rey Duarte e feitos da dona Barbuda de Guimarães. O subtexto da coisa é cristalino: os meninos antigamente sabiam mais que os doutores agora, e tal.»

 

Teresa Ribeiro: «Ricardo Costa, na edição de ontem do Expresso, demarca-se do coro de indignados, começando por afirmar o óbvio, sobre o caso das "pressões do Miguel Relvas" que diga-se, a cada dia que passa fica mais interessante.»

 

Vasco Baptista Mendes: «A Califórnia há muito que está falida, tal como o estado da Nova Gales do Sul, na Austrália, e ninguém fala do iminente colapso do dólar americano ou australiano. Ambos são estados numa federação, têm governo e capacidade de endividamento próprio mas não têm moeda própria. Penso que será o mesmo caso dos estados no Brasil e na Alemanha na altura do marco.»

Portugueses em Cuxhaven

Cristina Torrão, 26.05.22

Por vezes, há coincidências interessantes. Tinha eu acabado de publicar (aqui e aqui) fotografias de Cuxhaven, quando o Jornal Católico da Diocese de Hildesheim (do qual sou assinante) publicou uma reportagem sobre os portugueses daquela cidade costeira, na sua edição nº 19, do passado dia 15 de Maio.

Portugueses em Cuxhaven - nº 19 15-05-2022 (1).jp

Em Cuxhaven, vivem cidadãos de 112 nações diferentes e a comunidade mais numerosa é, precisamente, a portuguesa, com cerca de 1300 pessoas. Estamos no Norte da Alemanha, de maioria Protestante, de maneira que os portugueses representam uma parte importante da paróquia católica de Santa Maria.

Portugueses em Cuxhaven - nº 19 15-05-2022 (2).jp

Duas portuguesas mereceram destaque, nesta reportagem. Maria Santos é, há vários anos, a coordenadora da comunidade portuguesa da paróquia. No dia da visita do jornal, Maria Santos não tinha mãos a medir, pois as crianças da primeira comunhão treinavam para o grande dia e, a 14 de Maio, como todos os anos, far-se-ia a procissão de Nossa Senhora de Fátima.

Portugueses em Cuxhaven - nº 19 15-05-2022 (3).jp

A outra senhora destacada é Áuria da Cunha, em Cuxhaven desde 1969. Tinha 22 anos, quando lá chegou, a fim de trabalhar na indústria pesqueira, como muitas outros portugueses e portuguesas. A missa na língua de Camões realiza-se todos os sábados, às 16h 15m. Áuria da Cunha chega sempre à igreja meia hora mais cedo, a fim de ter tempo de rezar primeiro o terço, na companhia de algumas outras pessoas.

Na verdade, trata-se de uma missa só em parte portuguesa, já que, à falta de um padre da nossa terra, é rezada em alemão, enquanto a comunidade responde em português. Dois padres alternam-se na celebração: um alemão e um polaco. Este último, de nome Dabrowski, começou a aprender português há cerca de dois anos e reza já parte da cerimónia na nossa língua. «Vejo grande alegria e agradecimento nos olhos da comunidade, quando o faço», assegura o clérigo polaco.

As Associações portuguesas, que nasceram como cogumelos neste país nos anos 1960 e 70, há muito que agonizam, por falta de interesse das novas gerações. Já as paróquias católicas continuam a ser um grande amparo para os portugueses emigrados. Porque, como diz Maria Santos, «sem Igreja, nada funciona» (ohne Kirche geht es nicht).

Calúnias anónimas não merecem palco televisivo

Pedro Correia, 26.05.22

polígrafo 3.jpg

polígrafo.jpg

Polígrafo 2.jpg

 

Em televisão abundam boas intenções que se esvanecem ao serem postas em prática. Exemplo: o Polígrafo da SIC, em complemento ao Jornal da Noite de segunda-feira. Começou em 2018 num blogue dinamizado por um núcleo de jornalistas apostados em separar o trigo do joio nesta era de desinformação acelerada. O blogue assumia vocação de jornal digital, com merecida visibilidade no circuito mediático. Faltava-lhe viabilidade comercial, alcançada quando a SIC interveio com a sua poderosa marca, firmando-se a partir daí uma parceria consistente.

Como acontece em muitos percursos, também este foi sofrendo uma deriva. Parte do crivo analítico do Polígrafo foi-se desviando da monitorização do conteúdo dos órgãos de informação clássicos – jornais, rádio e televisão, além do material produzido pela agência noticiosa estatal – para dedicar cada vez mais tempo e ocupar cada vez mais espaço ao que é soltado nas chamadas redes sociais. Dir-se-ia que em obediência ao mote “tudo quanto vem à rede é peixe”.

Nada mais incorrecto. Boa parte das bacoradas que por aí circulam não merece sequer um segundo de análise ponderada, sob pena de invertermos prioridades e concedermos tempo de antena ao analfabetismo mais galopante, sob o rótulo da denúncia.

Um erro factual em manchete na chamada imprensa de referência, com assinatura reconhecida, não deve colocar-se em plano similar ao da contra-informação alarmista ou do discurso de ódio que circulam nas plataformas digitais. Nem às delirantes teorias da conspiração que se propagam na massa informe da Rede, com recurso a perfis falsos.

Falar nisso, em horário nobre de televisão, é conceder aos autores anónimos de tais dislates uma projecção que jamais sonharam. E é incentivar outros a surgir em cena. Produzindo um efeito inverso ao da intenção que se proclama.

Assim a atoarda torna-se notícia. Este é um pecado que o Polígrafo vem cometendo com insistência.

 

Se não fosse a publicidade que a rubrica de segunda-feira lhe faz, muitos telespectadores não saberiam que uns quantos imbecis sem rosto nem nome andam a insinuar nas tais redes ditas “sociais” que Carlos Moedas vai cumprir uma emblemática promessa eleitoral – acesso gratuito dos mais jovens e dos mais idosos aos transportes públicos em Lisboa – com recurso a receitas do Orçamento do Estado.

Entende-se mal que o Polígrafo dê palco a tal gente. Tal como aos anónimos que, com linguagem insultuosa, juram aos gritos que só alemães e dinamarqueses pagam impostos mais elevados que nós. Já para não falar nos trolls robotizados, talvez paridos em Moscovo, que cospem torpes insídias contra o Presidente da Ucrânia, herói da resistência às atrocidades russas.

 

Eis a demonstração prática de como uma ideia louvável pode ficar desvirtuada quando sofre uma alteração de rota. No caso concreto, causa danos reputacionais ao Polígrafo, tão óbvios quanto desnecessários.

Calúnia anónima é lixo, seja por que meio for. E deve ser ignorada. Não merece outro tratamento em caso algum.

 

Texto publicado no semanário Novo.

Hoje é dia de

Maria Dulce Fernandes, 26.05.22

22301953_6mc53.jpeg

Hoje celebra-se a Quinta-Feira da Ascensão  

"40 dias após a solenidade da Páscoa, celebramos a solenidade da Ascensão do Senhor

Nesta solenidade, a Igreja convida-nos a termos os olhos voltados para o céu, nossa Pátria definitiva. Como tão bem diz São Paulo: “Vós que ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas do alto, onde está Cristo (Col 3,1)”. Em nossa profissão de fé, rezamos que Jesus “subiu aos céus e está sentado à direita do Pai”. Por isso, na Ascensão, celebramos Jesus dando por completa a sua missão. Ele veio do Pai, revelou-nos o rosto Misericordioso do Pai, ensinou-nos a amar o Pai e a fazer em tudo a Sua Vontade. Ele cumpriu até o fim a missão que o Pai lhe confiou. Agora Ele volta para o Pai, após ter-nos ensinado a percorrer o caminho que nos levará de volta para Deus, e Ele próprio se faz ao caminho – “ninguém vai ao Pai, senão por mim” (Jo 14,6). Por isso, seguindo Jesus, que é o Caminho, a Verdade e Vida, chegaremos ao coração do Pai; sendo assim, como bem rezamos na liturgia: “A Ascensão do Senhor já é a nossa vitória”. Mas o caminho que leva de volta à glória do Pai passa pela cruz, pela capacidade da entrega da vida: “Quando eu for elevado na terra, atrairei todos a mim” (Jo 12,32) – a elevação de Jesus na cruz significa e anuncia a sua elevação ao céu."

A Ascensão de Cristo é o coroamento da sua Ressurreição. Quem acredita em Deus e acredita em Cristo, crê no divino e nos ensinamentos do homem. E tem fé.


22301955_mW3tU.jpeg

Dia 26 de  Maio celebra-se a Quinta Feira da Espiga 

"A Quinta-Feira da Espiga simboliza a excelência das forças da natureza, assumindo de forma clara os auspícios da Primavera. Designa-se como Ascensão, remetendo para a festividade religiosa, ou Espiga adquirindo um carácter pagão e intrinsecamente ligado ao ciclo da natureza. É nesta data que se comemora o “dia da espiga” ou “quinta – feira da espiga”, que as pessoas vão para o campo apanhar espigas de vários cereais e flores campestres para formar um ramo, designado de espiga. Tradicionalmente, o ramo deve ser guardado algures dentro de casa e só poderá ser substituído por um novo no dia da espiga do ano seguinte. As diversas plantas que compõem o ramo têm um valor simbólico profano e religioso:
 
Espiga = pão
Malmequer = ouro e prata
Papoila = amor e vida
Alecrim ou rosmaninho = saúde e força
Raminho de oliveira = azeite e paz
 
Este hábito, mais comum no centro e sul de Portugal, pode ter nascido de um antigo ritual cristão de bênção aos primeiros frutos. No entanto, pela sua forte ligação com a natureza, julga-se poder recuar ainda mais no tempo e ligá-lo a antigas tradições pagãs associadas às festas da deusa Flora (deusa das flores na mitologia romana) que se realizavam por esta altura do ano."
 
Festa pagã associada à deusa romana, foi como tantas outras absorvida pelo Cristianismo, sendo celebrada no mesmo dia em que se celebra a Ascensão de Cristo. 
Ter um ramo de espiga significava " pão e prosperidade".
Fui muitas vezes, quando era miúda, com a minha Tia Adelaide pelos campos da Outurela apanhar espiga, com as "raparigas" da idade dela, tudo velhotas alegres e cantadeiras.
 
" Combinámos ir à espiga
Quinta feira da Ascensão
Combinámos ir à espiga
Quinta feira da Ascenção
Combinámos , mas não fui
Assim em combinação 
Era a meias o farnel
Davas o vinho eu o pão
Mas se quebraram as meias
E foi-se a combinação 
Mas se quebraram as meias
E foi-se a combinação 
Agora até tu te zangas
Mangas, fazes caras feias
Agora até tu te zangas
Mangas, fazes caras feias
Mangas da combinação 
E mangas das próprias meias
Mangas da combinação 
E mangas das próprias meias"

 

Em casa fazíamos e atávamos os molhinhos e cada uma levava o seu. Enquanto a Tia Adelaide foi viva, nunca me faltou espiga em casa. Depois desapareceu durante um tempo e agora a tradição foi reavivada e até já se vendem aos molhos nas grandes superfícies comerciais. 

DELITO há dez anos

Pedro Correia, 26.05.22

21523202_SMAuI.jpeg

 

João Carvalho: «Para as religiosas, era um milagre: o Santo Cristo tinha escolhido São Miguel para aportar, onde o povo tinha fama de ser muito crente, e a população de Água de Pau, ao saber da imagem aparecida, cresceu na sua fé. Rapidamente, essa imagem foi também alvo do culto de toda a ilha, de todo o arquipélago, sem tardar a ser admirada por fiéis de tantas outras paragens.»

 

José António Abreu: «O Miguel vai-se lixando por, desde há muito, estar demasiado embrenhado nos jogos do poder, incluindo no da relação com a comunicação social e, através dela, com a opinião pública. Já o Álvaro vai-se lixando por nem saber que está a jogar. Apenas num dos casos o resultado pode ser considerado justo.»

 

Teresa Ribeiro: «Hoje, nos jardins do Museu da Electricidade, há workshops zen (shiatsu, yoga do riso, tantra yoga) entre muitas outras actividades para miúdos e graúdos