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Delito de Opinião

Têm os anónimos mães?

jpt, 02.05.22

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Por motivos comensais tornei a cruzar o rio, assomando à capital. Encetei o roteiro num jantar de "até já", congregado ali um grupo de amizades feitas em Maputo pois o casal anfitrião, meus compadres direi, que assim nos viemos a fazer, e também uma bela e muito querida amiga estão mais uma vez de partida, para longas missões em diferentes continentes, rumo que lhes é vida. O que deixa este vizinho um pouco mais sozinho do que aquilo de que vou fazendo alarde, e tartamudeando promessas que nunca cumprirei de futuras visitas a essas paragens americanas e africanas. Enfim, sufragados foram os nossos votos de felicidades e sucessos para os que agora partem. E afiançadas as juras de que aqui estaremos nos seus regressos, acolhendo-os como se nunca se tivessem ausentado, naquilo do que é a amizade, o recomeçar a conversa como se a tivessemos interrompido na véspera.

 

 

Um buraco na ideologia

Paulo Sousa, 02.05.22

Um dia no futuro, estas duas primeiras décadas do sec. XXI serão olhadas, não rigorosamente pelos mesmos motivos, mas com a mesma incredulidade com que hoje olhamos para o que se passou no início do século sec. XX.

Como é que foi possível deixar que o caos se instalasse e progredisse ao ponto de uma ditadura ser vista com simpatia?

Como é que foi possível anestesiar o país ao ponto de chegarmos aos dias de hoje com uma maioria absoluta do partido responsável por duas décadas de estagnação, por uma falência, com uma mais que duplicação do peso da dívida em relação à riqueza do país e com um primeiro-ministro que mercadejou em funções?

Por mais que se tente explicar, os nossos descendentes não irão entender nem aceitar.

Haverá vários motivos que explicam esse mistério, que se prendem com algo sobre o qual já aqui escrevi e que resulta da crise de ambição dos portugueses. Todos já ouvimos, até usamos, expressões, como Antes assim que pior, Cá vamos andando devagarinho, Uma perna partida? Tiveste sorte que a outra ainda mexe, e em todas elas encontramos o conformismo e o encolher de ombros que explica o voto naqueles que garantidamente não querem fazer reformas, sendo exactamente esse o seu factor crítico de sucesso.

O estado absorve mais de metade da riqueza criada e, como se fosse dona dela, distribui-a pela rede clientelar que se foi acomodando à procura de uma beirinha que pingue. Enquanto pingar, não há que levantar ondas e toca a torcer para que isto continue.

Para que o estado reduzisse o seu peso na sociedade e na economia seria necessário que abrisse mão desse poder discricionário que alimenta os seus mais convictos clientes e dependentes.

Baixar impostos? Nunca! Só se for a estrangeiros que queiram cá fixar residência. Esses já estavam isentos antes de vir para cá e se comprarem uma casa então irão pagar IMI, IMT, imposto de selo, e depois irão pagar IVA, ISP, IA, IVA sobre o IA e a restante lista que nunca conseguiria aqui transpor.

Se os impostos baixos são bons para estrangeiros, porque é que não são bons para os portugueses?

Este ponto constitui uma negação quase consentida no alinhamento ideológico do socialismo. É consentida desde que não faça a abertura dos telejornais. É como um arredondar de esquinas nos pilares da fé socialista. É uma forma criativa de alcançar um objectivo fingindo que não se está a cometer uma heresia. Eles não se atrevem a negar a fé na cartilha dos impostos altos, mas é como se tivessem descoberto um pequeno orifício nos compromissos assumidos, um orifício escondido, ou quase, por onde conseguem aumentar a receita fiscal sem ter de cometer a blasfémia que seria assumir que impostos baixos atraem riqueza.

É exactamente nesta altura da análise que faz sentido introduzir um tema musical, que mais não é do que uma metáfora da redução socialista de IRS destinada exclusivamente a estrangeiros que se mudem para cá.

As aparências iludem quando se editorializa em excesso

Pedro Correia, 02.05.22

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Uma imagem faz toda a diferença. Aconteceu na cobertura da campanha eleitoral para a segunda volta das presidenciais em França – o mais importante escrutínio do ano na Europa – quando a candidata da direita radical, Marine Le Pen, visitava uma comunidade rural no norte do país. Um camponês foi ter com ela e desabafou: «Não há franceses a quererem trabalhar nos nossos matadouros. Têm de ser os brasileiros que vêm de Portugal.»

A repórter da RTP, Rosário Salgueiro, estava lá e destacou o facto. Fez bem. Ao invés de outros enviados, que trocavam a reportagem pelo comentário político, ocupando grande parte do tempo a partilharem connosco aquilo que pensam da política francesa em vez de nos mostrarem o que ia acontecendo.

À medida que prosseguia a contagem decrescente para a eleição, alguns canais portugueses dramatizavam. A estação pública, há que salientar, funcionou como modelo de sobriedade. «Tudo aponta para uma vitória de Macron», disse dias antes o correspondente da RTP em Paris, José Manuel Rosendo. Com clareza e concisão, sem uma palavra a mais.

 

Na concorrência, a situação era descrita em tom diferente. «Há um descontentamento muito grande em relação a Macron», assegurava o enviado da TVI. «É um presidente das elites, um presidente dos ricos. Esta ideia não se apaga, dificilmente se apagará», garantia o enviado da SIC, por sinal o próprio director da estação. Em peças muito editorializadas, com a componente opinativa galgando terreno à informação.

O correspondente da SIC em Paris, editorializando ainda mais, dizia-nos já depois de contados os votos que «destas eleições presidenciais sai um grande sinal de alarme». Porque a França é hoje «um país profundamente dividido».

Ninguém diria, analisando este desfecho nas urnas em contexto histórico. Há 20 anos que um Presidente francês não era reeleito. Macron acaba de vencer a sua oponente por 18 pontos percentuais (59%-41%). E obteve maior percentagem que o mítico presidente Charles de Gaulle na única vez em que se submeteu ao sufrágio universal (recolheu 55% dos votos em 1965, derrotando François Mitterrand).

Profundamente dividido estava o país de Jean-Paul Sartre e Raymond Aron nas presidenciais de 1974, quando Giscard d’Eistang venceu Mitterrand por uma unha negra (51%-49%). Ou, sete anos depois, quando as posições entre ambos se inverteram: o socialista derrotou o liberal por 52%-48%. O que diriam os nossos repórteres se nessa altura já existissem SIC e TVI?

 

Macron, suposto representante das elites, saiu vencedor folgado: a classe média confiou nele. Surpresa? Só para alguns enviados especiais. Num país que em 2021 registou um crescimento económico de 7%, tem a idade de reforma mais baixa do continente europeu e apresenta o menor índice de desemprego jovem das últimas quatro décadas, outra coisa não seria de esperar.

Isto explica afinal por que motivo só lá se encontram brasileiros a trabalhar nos matadouros. É um dos muitos ofícios em que nenhum francês está hoje disposto a desperdiçar tempo e calorias.

 

Texto publicado no semanário Novo.

Hoje é dia de

Maria Dulce Fernandes, 02.05.22

Celebramos hoje o Dia Mundial do Atum

 

"Este dia tem o intuito de demonstrar a importância deste peixe na economia dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, bem como na alimentação humana. Por outro lado, pretende-se sensibilizar os decisores políticos e a sociedade civil para a protecção e conservação desta espécie.

Foi criado através da resolução 71/124 da Assembleia Geral das Nações Unidas, a 7 de Dezembro de 2016."

Se há comida que cai sempre bem, com batatas cozidas, salada russa, feijão frade, grão, verduras, etc., acompanhada do respectivo ovinho cozido, é um belo pedaço de atum em azeite, temperado com pimenta e cebola picada fina.

E que dizer a uma bela posta do lombo selada pouco mais de minuto de cada lado acompanhado de espargos e tomate cereja?

Segue um pedaço de história deste estupendo manjar:

"Em 1945, havia quatro arraiais da pesca do atum em Tavira: Livramento, Barril, Medo das Cascas e Abóbora, o último em Cabanas de Tavira. Esta dinâmica de pesca vinha desde a época romana e chegou ao Algarve com os muçulmanos. Consistia numa armação, ou almadrava, uma armadilha de pesca gigante e labiríntica, que era colocada no mar durante sete meses, entre Março e Setembro, para capturar os atuns que passavam pelo Algarve no caminho para desovar no Mediterrâneo. Alguns pesavam mais de 300 quilogramas. Eram vários quilómetros de redes presas por cabos e assinaladas por bóias de cortiça, que conduziam os atuns até uma rede central em forma de balão, a que se chamava “copo”. Toda a estrutura era presa ao fundo do mar por 300 âncoras de grande dimensão.

(Texto de Sandra Costa - revista Saúda ;Vídeo: BFAFR - Marie)

 

No dia 2 de Maio comemora-se também O Dia do Bebé

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As crianças são o futuro. Portugal está envelhecido. Precisa de sangue novo mas precisa de condições para dar condições às crianças que pomos no mundo. Condições para as criarmos e principalmente condições para as educarmos condignamente, porque são os pais os educadores. Nas escolas enriquecem-se conhecimentos, mas é em casa que se formam os indivíduos de amanhã. É fundamental ensinar às crianças que há regras para viver em sociedade e que a palavra respeito não faz parte do português arcaico.

Tudo o que queremos para os nossos filhos é que cresçam felizes, saudáveis, integrados e que nos sobrevivam.

(Fotos Google)

DELITO há dez anos

Pedro Correia, 02.05.22

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Ana Margarida Craveiro: «Insensibilidade, oportunismo, ganância, etc., etc. Tudo coisas que li a respeito das promoções de ontem. Curiosamente, nunca li nada igual sobre as Black Friday, e os frenéticos "refresh" de página para comprar iPods e quejandos. Ou sobre saldos em qualquer outra loja. Como dizia o Caco Antibes, "eu tenho horror a pobre!". E é esta a insensibilidade, só, de quem compra iPads, livros e roupas com desconto, mas olha de lado para quem agradece um desconto na carne, peixe e fraldas.»

 

Helena Sacadura Cabral: «Morreu hoje Fernando Lopes, alguém de quem gostava muito. É mais uma perda para o país e, sobretudo, para o cinema nacional. Agora comove-me particularmente o abraço que há dois dias recebi da sua mulher Maria João Seixas.»

 

João Campos: «No sábado, e excepcionalmente, fui àquilo a que chamam de "Feira do Livro de Lisboa". Para além da imbecilidade da organização, que não se lembrou de colocar uma única caixa multibanco no local e insistiu, com o sucesso que se vê, em marcar a coisa a finais de Abril e inícios de Maio, quando chuva e trovoada são mais do que certas (e toda a gente sabe que se há coisa de que os livros gostam, é de chuva): um espaço comercial exterior que utiliza, junto da entrada e saída de zonas específicas e muito bem delimitadas, alarmes com sensores anti-roubo não é uma feira - é uma loja, um centro comercial a céu aberto.»

 

José António Abreu: «No final da década de oitenta e início da de noventa, a Feira do Livro de Coimbra era uma coisa relativamente pequena, organizada na Praça da República. Mais relevante para o que se segue, à época eu era forçado a contar os escudos com uma atenção que nem Scrooge nem o Tio Patinhas desdenhariam: todos os que não iam para comida e outras despesas correntes, tinham de ser divididos entre livros, filmes e discos (é verdade, tirando uma ou outra cassete gravada a partir de discos alheios – ah, a saudosa TDK SA –, a música pagava-se). Assim sendo, creio nunca ter comprado mais do que dois ou três livros numa Feira do Livro de Coimbra.»

 

José Gomes André: «A esquerda-caviar no seu melhor: o "povo", por quem tanto se preocupa, é afinal uma horda de zombies estúpidos, que vive na ignorância e é manipulada pelo grande capital. Precisa de quem os ilumine, como dizia Rousseau, o pobre do "povo". Gosto quando estala o verniz desta elite gourmet, tão alarmada com os "direitos do povo" quanto alimentada pelo seu sentimento de superioridade moral e intelectual.»

 

José Navarro de Andrade: «Então agora morreste-me, Fernando? Esta doeu. Sei que passeaste comigo ao colo pelas ruas de Évora porque meu pai me contou. Mas alguma coisa deve ter ficado inscrito em mim, porque ainda hoje quando visito a cidade só a vejo em branco-e-branco, como no teu filme. Se mais não tivesses dado - e foi tanto – Belarmino ninguém mo tira. Belarmino é o único instante do cinema português que pode ser confrontado face a face com os seus coevos: Cassavetes, Shirley Clarke, Lindsay Anderson.»

 

Luís M. Jorge: «Parece que os investidores são burros

 

Rui Rocha: «Militantes da secção do PS do Martim Moniz participarão nos últimos dias da campanha presidencial de François Hollande.»

 

Eu: «O problema maior em França está na direita extremista, que sob a insígnia da Frente Nacional capitaliza também o essencial do discurso anti-europeu, mobilizando os cidadãos "invisíveis" e "esquecidos" dos arrabaldes citadinos e das pequenas comunidades do interior que se sentem excluídos desta construção europeia enquanto contemplam, nostálgicos, as ruínas das fábricas - símbolos da França de outrora. Orgulhosa potência industrial e cultural até há poucos décadas, a velha pátria do general De Gaulle atravessa um período de inegável decadência

Chamuças nos Olivais

jpt, 01.05.22

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Há anos que o bom do José Paulo Pinto Lobo faz o favor de ir lendo o que boto em blogs. Por isso sabe bem da minha única adesão ideológica: o chamucismo. Já explicitei a minha crença de que o motor da História é a demanda de chamuças, a Utopia pregnante é perfeição da Chamuça, e que a Estética se funde na Ética no propósito da correcta condimentação sob o crocante da massa.

Disso conhecedor o Pinto Lobo logo me avisou que na festa popular na Encarnação (Olivais) - a decorrer até ao próximo fim-de-semana - ali estaria um templo da Chamuça. Logo acorri e pude comprovar da verdadeira, e inolvidável, excelência das chamuças que o simpaticíssimo Edgar Bragança ali está a distribuir, iluminando mentes e palatos.

Comi várias, falámos um pouco da "Pérola do Índico" - de onde ele é oriundo - e de alguns amigos comuns, mas pouco pois ele não tinha mãos a medir, face aos gulosos clientes que se enfileiravam ali defronte. Para culminar abarquei uma fatia de bebinca que estava, pura e simplesmente, e para não exagerar, soberba.

Parti, com a alma sossegada, pois dotado do folheto do World Masala - Comida com (C)Alma, assim com possibilidades de encomendar a decerto que magnífica "comida ao domicílio" que a equipa do Edgar Bragança providencia.

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Quando é para resmungar um tipo deve fazê-lo. Mas para isso também deve louvar quando é para louvar. E nisso há que frisar que está muito bem a Festa que a Junta de Freguesia dos Olivais está a organizar durante estes quinze dias. Ide lá, mesmo que fregueses de outras paragens. E, insisto, visitai o sítio das chamuças

Always handsome (off the record)

Cristina Torrão, 01.05.22

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Ayrton Senna da Silva

Foto Por Instituto Ayrton Senna - Ayrton Senna 8.jpgFlickr, CC BY 2.0

Abro uma excepção nos "handsome vivos", porque faz hoje 28 anos sobre a morte trágica de Ayrton Senna. E porque vi recentemente, e pela primeira vez, o filme-documentário de Asif Kapadia sobre a carreira daquele por muitos apontado como o melhor condutor de Fórmula 1 de todos os tempos.

Este filme foi, para mim, uma verdadeira viagem no tempo. Um tempo, em que eu não perdia uma transmissão televisiva de um Grande Prémio, mesmo que isso significasse fazer uma directa (vários Campeonatos do Mundo foram decididos no Japão, começando as corridas pelas 4 horas da madrugada). Um tempo, em que quase esquecemos a existência do futebol, com discussões acaloradas entre os fãs de Senna e de Prost, pondo mesmo em causa certas amizades. Um tempo, em que eu passava parte do ano a poupar dinheiro (vivia em Vila nova de Gaia), a fim de poder assistir ao vivo às corridas no autódromo do Estoril.

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A partir de 1 de Maio de 1994, a Fórmula 1 deixou de existir para mim. Enterrei tudo, com o funeral de Senna. A visualização deste filme arrancou em mim recordações e emoções com uma intensidade inesperada. As imagens dos bastidores, que não conhecia, além de elucidativas, fascinaram-me, como se tivesse regressado aos vinte e poucos anos, quando tantas vezes desejava saber o que se passava por trás das corridas.

O filme mostra-nos um Senna forte e frágil, ao mesmo tempo, obcecado com as vitórias, porque ciente do seu talento. E assim sentimos a sua amargura ao ser injustiçado, em certas ocasiões, devido à amizade entre Alain Prost e Jean-Marie Balestre, presidente da FIA até 1991. As emoções, em Senna, transbordavam para além dele e infectavam-nos, o segredo da fascinação que ele provocava em nós, os seus fãs.

Handsome forever!

Hoje é dia de

Maria Dulce Fernandes, 01.05.22

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Comemora-se a cada 1.° De Maio o Dia do Trabalhador

 

"A data remonta ao dia 1.º de Maio de 1886, nos EUA, quando mais de 500 mil trabalhadores saíram às ruas de Chicago, numa manifestação pacífica, exigindo a redução da jornada de trabalho para oito horas.

Em consequência, a polícia tentou dispersar a manifestação, ferindo e matando dezenas de operários.

A 5 de Maio de 1886 os operários regressaram às ruas e registaram-se novamente feridos, com manifestantes a serem presos. A opinião pública repudiou a acção da polícia e do Governo, assim como das entidades patronais.

Em 1889 o Congresso Operário Internacional, reunido em Paris, decretou o 1º de Maio como o Dia Internacional dos Trabalhadores.

Já em 1890, os trabalhadores americanos viram a jornada de trabalho diária ser reduzida para oito horas. Nos Estados Unidos o Dia do Trabalhador celebra-se na primeira segunda-feira de Setembro.

Em Portugal, o 1.º de Maio começou a ser festejado a partir de 1974, após a Revolução do 25 de Abril."

Comecei a trabalhar em 1977, jovenzinha iludida pela política e pela independência financeira. O Dia do Trabalhador, passei-o, quase toda a minha vida profissional, como o nome sugere, a trabalhar e este ano não será excepção. As condições só a partir da entrada para a UE, no meu caso específico, tiveram melhoras consideráveis.

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Dia da Mãe

Convencionou-se pela cada vez maior influência que as datas vão tendo no consumismo, que o Dia da Mãe se celebrasse todos os anos, a cada primeiro domingo do mês de Maio. 

Para mim, que sempre o celebrei com os meus pais e avós a 8 de Dezembro, dia da Imaculada Conceição, este dia não teria qualquer significado especial, não fora o carinho com que os meus netos se aplicam na elaboração de um pequeno presente, que para mim vale um tesouro.

De qualquer modo, como ser mãe (e avó) é a maior bênção que uma mulher pode ter na vida, desejo um óptimo domingo para todas as mães, parideiras ou não, porque criar é também amor.

 

(Fotos do Google)

Pensamento da semana

Ana Cláudia Vicente, 01.05.22

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[Foto:  I.Kupeli, Revolução dos Cravos, Porto, via Wkiicommons, 2011]  

 

Mais um ano passado sobre o dia 25 de Abril de 1974, nova hipótese de rememoração do seu antes-e-depois. Quem nasceu nos anos pós-revolucionários dá por si na condição de primeira geração sem experiência de vida num Portugal não-democrático. Os filhos, sobrinhos, alunos, vizinhos dessa geração chegaram ou estão a chegar agora à idade de compreender o real significado de abstracções como democracia, liberdade, igualdade, separação de poderes. Saibamos ensinar e aprender com eles, neste tempo de pouco vagar para ler ou para conversar.

 

Este pensamento acompanhou o DELITO durante toda a semana.

DELITO há dez anos

Pedro Correia, 01.05.22

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Ana Vidal: «Pelo dia de hoje, duplamente teu. Pela tua vida, que deste generosamente ao teu país. Pela tua morte, que teve o raro condão de conciliar velhas barricadas e, de algum modo, restaurar a nossa fé na seriedade da política. Por essa esperança, ofereço-te o meu dia de hoje. É um presente modestíssimo, comparado com tudo isto.»

 

José António Abreu: «Pensei em terminar com uma piada, escrevendo que, duzentos anos depois de Shakespeare escrever Hamlet, algo continuava podre no reino da Dinamarca. Mas seria patético, uma forçada tentativa de humor. Parece-me mais significativo mencionar algo que Enquist refere cedo: que ainda hoje, duzentos e quarenta anos decorridos sobre os acontecimentos, não existe nenhum monumento dedicado a Struensee na Dinamarca

 

Laura Ramos: «Onde conseguimos arrumar a dor - apenas arrumar - e depois seguir adiante? Acredito que é uma tarefa que só depende da inteligência.»

 

Leonor Barros: «Proponho que doravante o 1.º de Maio passe a ser chamado dia de S. Pingo Doce.»

 

Rui Rocha: «Não me parece que o Pingo Doce tenha conseguido uma vitória estrondosa sobre os sindicatos. É certo que as lojas da Jerónimo Martins estiveram a abarrotar. Mas, para isso, o Pingo Doce teve que dar promoções de 50% aos clientes. Os sindicatos, por seu lado, já promoveram manifestações com centenas de milhares de trabalhadores. E todos sabemos que não dão nada a ninguém.»

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