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Delito de Opinião

DELITO há dez anos

Pedro Correia, 02.08.21

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Ana Margarida Craveiro: «Lisboa (e Porto) estão a responder, finalmente, quase aos mesmos critérios que o resto do país, que, com serviços muito piores, sempre pagou bem mais pelo mesmo tipo de bem. Welcome to the club, amigos

 

João Campos: «Quando se fala do que não se sabe... costuma dar buraco. Pacheco Pereira, na Sábado desta semana, escreve o seguinte na sua crónica: Atacados pela pirataria, os jogos escritos especificamente para PC estão também a desaparecer, a favor dos jogos para consolas dedicadas, mais fáceis de defender dos assaltantes do copyright. Redondo disparate de alguém que, ao que parece, nunca deve ter jogado um jogo de computador mais complexo do que o "Minesweeper" (nada contra).»

 

João Carvalho: «O que a Lusa se esqueceu de indagar é onde andarão as pessoas a gastar o dinheiro todo que lhes sobra e que estava destinado a ser gasto abundantemente nos bares de praia da Costa da Caparica....»

 

José António Abreu: «É giro ver tanta gente que andou anos a aplaudir as mentiras de Sócrates (que nunca subiu impostos, que tomou sempre decisões inatacáveis no imbróglio BPN, que nunca meteu amigos em empresas controladas pelo Estado, etc., etc., etc., etc., etc., etc., etc., etc., etc., etc., etc.*) sendo intransigente com a mais pequena inconsistência do actual governo. Ainda bem. Eu também considero existirem indícios preocupantes. Mas não deixo de achar piada às reacções. É como se certos actos que até há dois meses eram sexo consentido (e, ooooooh, tão agradável) fossem agora violação. Se precisarem de lubrificante, digam.»

 

José Maria Gui Pimentel: «Na linha do que diagnostiquei aqui, o Bloco planeia, segundo o semanário Sol, trazer à baila a derradeira questão fracturante: a eutanásia. É uma opção inteligente, o Bloco precisa urgentemente de se afastar da imagem de PC de segunda categoria.»

 

Sérgio de Almeida Correia: «Estou há mais de duas horas a ouvir o ministro Álvaro Santos Pereira na Comissão Parlamentar de Economia e Obras Públicas. É inacreditável como é que um tipo está mais de duas horas a debitar falando apenas do passado, dos modelos (errados) de desenvolvimento, das estratégias que não deram resultados e dos erros cometidos. Tudo foi ruinoso, na sua perspectiva, e o único elogio que se lhe ouviu foi ao modelo de desenvolvimento dos anos 50 e 60.»

 

Teresa Ribeiro: «Dizem que os animais não têm consciência de si, mas este sabia-se transparente. Caminhava entre as pessoas sem as encarar com a desenvoltura de um agente camuflado e de facto nem para ele olhavam, apesar de ser grande.»

Anedotário nacional

João Sousa, 01.08.21

Há anos, pessoa amiga contou-me uma anedota que foi bastante popular na altura das bancarrotas pós-PREC:

Certa manhã, uma funcionária de limpeza do Banco de Portugal perdeu a sua aliança de casamento numa caixa-forte. No dia seguinte, os jornais anunciaram em delírio: "Reserva de ouro nacional duplicou".

Ver o ministro Siza Vieira falar de "máximo histórico de crescimento do PIB" fez-me recordar aquela anedota. Ou talvez fosse mais exacto eu dizer: aquela outra anedota.

Entre os mais comentados

Pedro Correia, 01.08.21

Em 21 destaques feitos pelo Sapo em Julho, entre segunda e sexta-feira, para assinalar os dez blogues nesses dias mais comentados nesta plataforma, o DELITO DE OPINIÃO recebeu 21 menções ao longo do mês. Fazendo assim o pleno.

Incluindo seis textos na primeira posição, seis na segunda e dois na terceira.

 

Os postais foram estes, por ordem cronológica:

 

O mistério da morte na auto-estrada (2) (110 comentários, o mais comentado do dia) 

Proibir o sexo (68 comentários, o mais comentado do fim de semana)

Sair à rua dá cadeia: cheira a ditadura (68 comentários, segundo mais comentado do dia) 

Contagiado pelo vírus do futebol (24 comentários)

Frases de 2021 (18) (24 comentários, segundo mais comentado do dia)  

O que ele disse (38 comentários, o mais comentado do dia)

Os palavrões do costume (24 comentários)  

Reservado o direito de admissão (101 comentários, segundo mais comentado do dia)   

O regime (30 comentários, terceiro mais comentado do dia) 

África do Sul em chamas (32 comentários)

O discurso da ditadura (26 comentários) 

Estraga tudo em que mexe (82 comentários, segundo mais comentado do fim de semana)

É um problema do País (40 comentários, terceiro mais comentado do dia)

Contra a estupidez (100 comentários, o mais comentado do dia)

Parem as máquinas: há calor no Verão (36 comentários)

O estilo Costa (28 comentários)

Rogério Alves: «Chorei pela última vez no dia 24 de Abril de 1974» (26 comentários) 

Polémico e contraditório até ao fim (84 comentários, o mais comentado do dia)

Antes pôr as mãos na água do que no fogo (56 comentários, o mais comentado do dia)

Apanhado em excesso de velocidade (74 comentários, segundo mais comentado do dia)

A Lisboa de Medina (1) (62 comentários, segundo mais comentado do dia)

 

Com um total de 1133 comentários nestes postais. Do JPT e de mim próprio.

Fica o agradecimento aos leitores que nos dão a honra de visitar e comentar.

Só agora?

Pedro Correia, 01.08.21

«Temos de assumir de uma vez por todas que a população é responsável e adulta e portanto não é o Estado que tem de andar a definir a régua e esquadro qual é o número de pessoas com quem é preciso usar máscara.»

 

António Costa em conferência de imprensa (29 de Julho). Depois de ter andado mais de um ano a tratar todos os portugueses como se fossem irresponsáveis e crianças grandes

Blogue da semana

Zélia Parreira, 01.08.21

Em Proença-a-Nova há um bibliomóvel. Percorre aldeias e montes. Vai onde houver alguém. As estatísticas importam pouco, porque onde há números pequenos, há almas isoladas, que precisam de companhia. Mesmo os que não sabem ler, devoram as palavras que o Nuno Marçal lhes leva. 

A amizade, o carinho e cuidado que estas pessoas nutrem pelo "menino Nuno dos livros" não é um acaso. É  fruto de 15 anos de percursos diários, à chuva e ao frio, ao calor sufocante ou em caminhos que cortam as terras feridas de morte pelos incêndios e pelo abandono do interior. Sem nunca desistir ou hesitar, o Nuno segue a sua cruzada, acompanha as vidas desta gente e regista, com tristeza, o desaparecimento dos que se cansaram do trabalho e da solidão. 

No bibliomóvel segue também um computador, ferramenta indispensável para matar saudades de quem está longe ou para cumprir as obrigações cívicas com o Estado. Há um terminal multibanco, para pagar as contas certas e incertas. De vez em quando há companhia especializada: monitorização dos valores da tensão arterial, da diabetes, distribuição de medicamentos. 

De tudo isto o Nuno nos vai dando conta, em palavras e imagens, no seu blogue O Papalagui e nas redes sociais (Facebook e Instagram). Vale a pena segui-lo, conhecer o interior e perceber a diferença que a vontade de um Bibliotecário que se recusa a ser indiferente pode fazer nas vidas que o rodeiam.

O Papalagui é o blogue desta semana. 

https://1.bp.blogspot.com/-xaTDgMBFpJ0/XTa_C-OsfbI/AAAAAAABC8k/7KdNIpfIROQe-xO5D6c8jLW4j0mX5mouwCLcBGAs/s640/20190722_141612.jpg

DELITO há dez anos

Pedro Correia, 01.08.21

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Ana Vidal: «Tenho habitualmente dúvidas sobre se existe uma escrita "feminina" e outra "masculina", ainda que os próprios conceitos variem conforme o prisma. Mas quando, como hoje, leio belos textos claramente musculados como este, essas dúvidas diluem-se: António Lobo Antunes nunca poderia ser uma mulher. Não porque lhe falte sensibilidade, abrangência ou cor, mas porque tem uma inequívoca "andro-escrita" (às vezes dá-me jeito inventar palavras), que por sinal lhe fica muito bem.»

 

João Carvalho: «"Navio intacto mais antigo do mundo pode estar no fundo do Báltico". O título é do Público e indica que alguém anda atrás de um navio afundado muito antigo e ainda intacto, tendo sido agora possível perceber que existe a possibilidade de o tal barco estar no Mar Báltico. Certo? Errado. É exactamente ao contrário: foi descoberto um navio afundado no Mar Báltico e há indícios que apontam para a possibilidade de ser o barco mais antigo encontrado intacto. É exactamente ao contrário, mas há que saber escrever, antes de se saber titular.»

 

Patrícia Reis: «O mundo dos livros é um mundo estranho, cheio de compadrios, pátios, quintas, reentrâncias, códigos e ligações secretas. O mercado é mínimo, estamos em crise, os livros não vendem, os autores precisam de trabalhar.»

 

Rui Rocha: «Escrito em português escorreito, apresenta um olhar atento sobre os mais diversos temas da vida e não esconde o interesse pela análise de assuntos internacionais. Neste campo, adivinho-lhe uma atenção especial a África e uma preocupação genuína com questões humanitárias. Para além disso, e como se fosse pouco,  é uma fonte de informação privilegiada  sobre aqueles que, realmente, mandam nisto tudo: a Alemanha e a Sra. Merkel. Falo, naturalmente, do blogue da Domadora de Camaleões Helena Ferro de Gouveia onde podemos ainda  encontrar um olhar lúcido, só possível com um certo distanciamento, sobre o Portugal contemporâneo.»

 

Teresa Ribeiro: «Lembrei-me logo daquele telefonema. Do outro lado a minha colega soluçava, ainda em choque: "O médico disse-me que se tivesse passado mais um mês talvez fosse tarde". Referia-se a um melanoma que tinha acabado de extrair. Um sinal a que não dera qualquer importância até ao dia em que uma médica do IPO, que por acaso frequentava o mesmo ginásio, reparou nele e a aconselhou a ir, sem demora, a uma consulta. Solícita, ofereceu-se para meter cunha se houvesse uma grande lista de espera. Havia. E a cunha salvou-lhe a vida.»

 

Eu: «B. é o assassino norueguês. Recuso-me a escrever e até a fixar o seu nome. Como certamente sucede com Almeida Fernandes, indigna-me vê-lo a toda a hora impresso e difundido pelos órgãos de informação. Como se de um filantropo ou um benemérito se tratasse. Como se fosse uma figura familiar, muito lá de casa. Como, no fundo, fosse um de nós.»

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