Há quem viva dentro de uma bolha
Perante os números que desmentem os cartazes que há uns meses mandaram fazer às crianças, nem tudo está a correr bem, nem a caminho disso.
A correlação entre os novos casos de covid na região de Lisboa e os transportes públicos superlotados apareceu há mais de um mês nas noticias através dos empregados da Sonae da Azambuja. Depois disso voltei a ouvi falar da lotação dos comboios de linha de Sintra através de uma publicação de um familiar no Facebook. Entretanto já entendemos que o actual problema do (des)controlo da pandemia no nosso país resulta exactamente do facto de existirem pessoas que não se podem dar ao luxo de estar confinadas em casa, porque assim arriscar-se-iam a morrer não pela doença mas pela cura.
Quem tem a sorte, ou o mérito, de na actual situação poder trabalhar a partir de casa, consegue assim o melhor dos dois mundos, uma vez que continua a produzir riqueza e a manter a economia em movimento, e ao mesmo tempo resguarda-se de ser infectado nos transportes e nos espaços públicos.
Mas claro que existem sempre aqueles que vivem num mundo pequenino e cuja visão não vai além do seu próprio umbigo.
Não chegassem todos os privilégios que têm em relação a quem trabalha no privado, os Sindicatos da função pública vem agora exigir mais dinheiro pelo privilégio de poder trabalhar a partir de casa.
O governo se estivesse de facto a negociar com eles deveria terminar com o tele-trabalho e assim contar com eles no seu posto de trabalho à hora habitual. Mas o que está é apenas a tentar garantir o seu voto nas próximas eleições. O interesse do país é um detalhe.