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Delito de Opinião

Por estes rios acima (37)

Pedro Correia, 02.08.18

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RIO CÉRTIMA

 

Nascente: junto à povoação de Ponte de Viadores, na freguesia de Casal Comba, Mealhada

Foz: Rio Águeda, na freguesia de Requeixo, concelho de Aveiro

Extensão: cerca de 45 km

 

«Os agregados populacionais constituíram-se normalmente perto do rio, do riacho ou outro tipo de lençol de água, que, no caso vertente de Oiã, (freguesia) a rodeava, a norte pela lagoa do Pano e, a nascente, parte pela Pateira de Fermentelos e parte pelo Rio Cértima, onde abundava por entre nenúfares e bunho a mais diversa fauna piscícola e onde, depois, já no século XVIII, se estenderam ao sol de Abril a Setembro as praias de arroz, que, em muitos casos, sobrelevavam o rendimento da própria vinha.»

Amor Pires Mota, Oiã - Terras e Gentes 

Madonna em Cuba.

Luís Menezes Leitão, 02.08.18

Não tenho paciência nenhuma para estas vedetas que vêm para cá, abusando do deslumbramento dos indígenas, para depois compararem o país a uma Cuba ou acharem que parou no tempo de Salazar. Mas, de facto, desde que a geringonça chegou ao poder, está muito parecido com uma Cuba. Em que outro país europeu a câmara da capital lhe tinha oferecido 15 lugares de estacionamento a preços irrisórios para depois ouvir estas declarações? De facto, é graças ao fado, futebol e Fátima que os portugueses continuam a andar distraídos com a actuação dos nossos políticos.

A floresta arrasada em Moçambique

jpt, 02.08.18

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(imagem colhida aqui)

 

Em finais de 2017 após 3 anos de ausência fui a Moçambique. Vi, nessa altura, um mapa da involução florestal moçambicana. E vejo agora este partilhado por várias pessoas no Facebook. Durante essa minha viagem todos por lá me perguntavam o que achava que tinha mudado nessa minha ausência. Para quê responder, diante daquela desgraça e da radical inconsciência dos cidadãos e residentes? Quando voltei a Portugal botei um postal sobre as mudanças - para quê falar?, elidi tudo, completamente desiludido. Ainda por cima porque quando um português fala do assunto logo vem a conversa de que somos colonos. Brancos. Que queremos imiscuir-nos, que temos inveja dos chineses, que esse sim fazem, dão, cooperam. A permissividade à rapina externa é gigantesca. E ao boçalismo interno também. Sem rebuço (sem burka, como adoram os multiculturalistas), a capacidade crítica no país é pequeníssima. A devastação ecológica é dramática. A hipoteca do futuro é abissal.


Olhe-se para a desgraça que acontece. A ecológica. E o que significa para o futuro do país. É uma dor de alma. Sim, a minha cor de pele é branca, sou cidadão português. Não sou "dono da terra". Mas, raisparta, que "donos da terra", coitada da terra. Da fauna, da flora. E do futuro de tudo aquilo.

A discussão sobre as escravaturas

jpt, 02.08.18

 

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Portugal "É também o local onde nasceu a escravatura e por isso há tantas influências musicais de Angola e Cabo Verde e também de Espanha." - são as declarações de Madonna transcritas pelo Jornal de Notícias (ou será uma construção do jornalista João Manuel Farinha, mas quero duvidar, seria demasiado atrevimento). Só por si a afirmação seria risível. Mas serve que nem uma luva para a campanha obscurantista em curso, adequa-se.

Nos últimos dias dois nomes conhecidos do agit-prop falsificaram a obra de um historiador, especialista no tema do escravismo (as pessoas interessadas na História, que tanto resmungaram com a nomeação de Santana Lopes para a vetusta Academia de História, num estatuto peculiar, a este tipo de coisas dizem ... nada, que para isso não lhes sobra a atenção). Li ontem um artigo da BBC, enviado por um queridíssimo colega moçambicano, e crente neste tipo de tralha, sobre o "tabu do racismo que se vive em Portugal", assente na temática do escravismo e adornado por declarações ridículas do líder do Movimento Internacional Lusófono contrapostas a elaborações historicistas desaustinadas de alguns académicos, em prol do "afrodescendentismo".

Continuamos a ter uma disparatada ideia dos portugueses como "bons colonos"? Sim? A extrema importância do escravismo na expansão portuguesa é ensinada nas escolas? Não. Isto ajuda à reprodução dessa apatetada visão da história portuguesa e de um "carácter nacional" de "brandos costumes", "lusotropicalista"? Sim. Essa melodia é um poluente diesel da actual tralha da "lusofonia"? Sim. A longa tradição escravista alimentou as práticas de "trabalho forçado" (eu gosto de lhe chamar corveia, não sei se estou certo) nas colónias africanas, o qual Portugal praticou durante mais 15 anos do que a iluminista França e 35 do que a abolicionista Grã-Bretanha, por exemplo? Sim. Esse "trabalho forçado" foi fundamental e omnipresente nas colónias africanas portuguesas? Sim.

Portugal inventou a escravatura? Não. Introduziu o seu comércio em África? Não. Foi o país que mais comercializou e utilizou escravaturas? Não. Nunca se estudou a escravatura em Portugal, nas navegações e nas colónias portuguesas? Não. São precisas estas patranhas para divulgar uma visão menos dulcificada da história nacional? Não. É Portugal o país menos racista do mundo? Não. É Portugal o país mais racista do mundo ou da Europa, prisioneiro de um "racismo de Estado"? Não.

É preciso um monumento/memorial às escravaturas? Não. Os monumentos não são precisos. Pode ser feito e ser útil? Sim, se for desmistificador, se não for aprisionado por este obscurantismo de moda - algo qual D. Sebastião de Cutileiro seria um "must".

Há uma genealogia linear, directa, entre o comércio escravista pós XV e os actuais obstáculos de imigrantes ou cidadãos negros em Portugal? Sim, se explicarmos da mesma forma esses obstáculos racialistas ou racistas em países europeus que não praticaram o comércio escravista e a economia escravista com africanos (Ucrânia, Sérvia, por meros exemplos). Sim, se acreditarmos na metafísica dos "inconscientes colectivos". Não, se se olhar para as flutuações sociológicas e as cesuras históricas (e, muito em particular, as respeitantes aos africanos em Portugal). E se entendidas as representações sociais ("os negros", "os imigrantes") como alimentadas pelas heranças históricas mas muito mais como reconstruções contemporâneas, ainda para mais tão lestas na nossa era. Ou seja, se se pensar.

Em suma, há muito para divulgar, muito para criticar na bela imagem da "gesta nacional"? Sim. É isso equivalente a racializar a sociedade (e os seus censos) - porque é disso que se trata com todo este alarido -, transformar as raças-em-si numas raças-para-si para que sejam activadas como clientelas de projectos totalitários dos neo-comunistas, muito em especial através da redistribuição de recursos estatais através de "subsídios" geridos por apparatchiki? Vão perguntar aos trânsfugas do velho marxismo, órfãos da "classe" . (Nos intervalos dos seus negócios imobiliários).

O corpo de bailarinos de Madonna (II)

Diogo Noivo, 01.08.18

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Parte da intelectualidade nacional defende que uma publicação de Madonna no Instagram faz mais por Lisboa do que mil estrangeiros anónimos que venham para cá viver. Tanto assim é que a mais recente entrevista à cantora, publicada na Vogue italiana, valerá bem os lugares de estacionamento que lhe foram atribuídos pelo município da capital. Pois bem, nessa entrevista Madonna diz que Lisboa se assemelha a Cuba e que Portugal “é governado por três 'Fs': Fado, Futebol e Fátima”. De facto, publicidade desta não tem preço. E a culpa não é de Madonna.

Santuários

Alexandre Guerra, 01.08.18

marcelo-gutierrez-a-curvar.jpg Marcelo Gutierrez, um dos riders de downhill de topo a nivel mundial, veio em 2016 experimentar um dos trilhos na Serra de Sintra com os riders locais/Fotos: Red Bull

 

Um santuário pode ser um local de culto, de oração, mas pode ser também um refúgio, um sítio onde se encontra tranquilidade e distanciamento daquilo que é o tradicional quotidiano, com as suas rotinas e gentes. Cada pessoa terá o seu próprio conceito de santuário, o local que serve de escape àquilo que é a sua vivência diária, um espaço de índole quase sagrado, onde cada um vai explorar outros limites, viver diferentes experiências com outras pessoas, outras "tribos".

 

“Apanhar” uma onda, escalar uma montanha, descer um trilho, mergulhar nas profundezas do mar ou fazer base jumping, são daqueles momentos pelos quais se anseia durante toda a semana e que assumem uma obrigação quase religiosa que, durante algumas horas, se sobrepõem à realidade diária, ao trabalho, à família, ao círculo dos amigos de sempre… É todo um outro mundo. São tempos de "retiro" físico e também espiritual, onde os cânones da normalidade não se aplicam e o que conta é explorar ao máximo os nossos limites. São aqueles momentos de libertação dos constrangimentos diários e das convenções sociais, dos problemas e das pressões, para dar lugar à adrenalina, a um estado de satisfação quase transcendente.

 

Nesses santuários encontramos outras gentes, normalmente ausentes do nosso circuito do dia-a-dia, mas que naquele contexto quase tribal são companheiros de aventura. Provavelmente, a maioria das pessoas não terá essa necessidade ou o ímpeto intrínseco para procurar outras realidades mais “extreme” que, de certa forma, sejam disruptivas mental e fisicamente com o quotidiano. Nunca perceberão a vontade suprema de uma pessoa, sem qualquer ambição de ser pró seja no que for, se “fazer" a uma onda, ou de pegar no seu skate para sacar umas manobras num qualquer cenário urbano e decadente da cidade, ou ainda de se meter em cima da “bike” e fazer umas descidas serra abaixo. 

 

Globe_Portugal_photo14_750px_2x.jpgRyan Dicenzo, um dos skaters profissionais da equipa da Globe que esteve há uns meses em Lisboa, a sacar um ollie abusado sobre dois lanços de escadas algures num bairro nada turístico da cidade de Lisboa/Foto: Thrasher Magazine/Globe.

 

De certa maneira, tal como um crente procura conforto e uma certa paz interior numa missa de Domingo de manhã, junto de pessoas que naquela circunstância e momento partilham uma ideal comum, também um surfista, um skater ou um rider espera encontrar no seu santuário a serenidade necessária para se transcender para um outro estádio físico e mental. Quando encontramos esse tal santuário, normalmente é uma relação para a vida, porque dificilmente abdicaremos daquilo que nos proporciona sensações únicas. Infelizmente, os santuários não são locais herméticos e podem acabar por ser desvirtuados pelas dinâmicas das próprias sociedades, sendo que, muitas vezes, não há sequer essa consciência da parte de quem “invade” massivamente (com todo o direito, note-se) determinados espaços, que foram locais de conforto para tribos antigas.

 

Um dos exemplos desta realidade tem a ver com o recente fenómeno “trendy” dos “trail runners”, cuja massificação se faz sentir de forma particularmente intrusiva naquele que sempre foi o meu santuário na Serra de Sintra, tido há muitos anos como um dos melhores spots em Portugal e na Europa para a prática de BTT nas vertentes Enduro e Downhill. Desde sempre, houve uma relação harmoniosa entre a tribo local e o ambiente, com a aventura a iniciar-se no mesmo ponto de encontro, aos primeiros raios de sol dos sábados e domingos, juntando alguns riders, num clima sereno, mas devoto à aventura. Foi assim durante anos. Custa agora ver ali uma mudança praticamente imparável.

 

download.jpgO brasileiro Gabriel Medina na final do Meo Rip Curl Pro Portugal de 2017, em Peniche 

 

Aquele que foi um ponto de encontro sagrado dos riders nativos, é agora alvo de uma invasão massiva de carros que despejam dezenas de “trail runners”, muitos deles em grandes grupos, por vezes, ruidosos e demonstrando um entusiasmo histriónico na descoberta de um mundo novo, acabando por desrespeitar, de forma inconsciente, é certo, as tribos ali instaladas há muitos anos. É um pouco como no turismo de massas em Lisboa, no qual se reconhece o seu direito e algumas virtudes, mas é impossível negar o custo que isso implica na vivência das comunidades autóctones e na descaracterização dos locais. Os tais santuários que sempre foram local de culto ficam comprometidos.

 

Esta questão, no entanto, merece um olhar mais sociológico. Ao contrário daquilo que são as actividades mais “extreme” de carácter tribal que, por natureza, são disruptivas com o quotidiano e irreverentes com as normas sociais instaladas, o fenómeno do “trail running” resulta precisamente da aceitação das normas, numa lógica urbana e cosmopolita, associada a um estilo de vida regulado e organizado, dotado de um certo “status”. Não é por isso de estranhar que o “trail running” tenha surgido de rompante como uma tendência de massas, como tantas outras que surgem nestes tempos onde impera a ditadura do politicamente correcto e dos hábitos “saudáveis”, ao contrário de modalidades como o surf, o skate ou o BTT, que nos seus primórdios apareceram como elementos de contra-corrente ou contra-cultura.

 

Compreende-se, por isso, que o “trail running” esteja muito instalado em quadros de empresas e organizações, como elemento agregador e modernizador. Também no seio dos amigos e famílias, é uma actividade socializante e potenciadora de práticas “saudáveis”. No fundo, e é aqui que reside a grande diferença com as actividades de matriz “subversiva” ou "irreverente", o “trail running” acaba por ser uma extensão social das vivências diárias, de uma lógica “mainstream”, fruto das novas tendências urbanas e cosmopolitas. Não é que isso tenha algum mal, até porque a prática do desporto é sempre louvável, mas para quem sempre ansiou pelo fim-de-semana, de modo a pegar na bike e ir ao santuário para se reunir com a tribo, é uma desolação espiritual começar a manhã rodeado de carros e pessoas, pondo em causa o equilíbrio de um ambiente que devia ser sagrado e imune à “contaminação” pelos hábitos e comportamentos das vivências diárias da urbe e das cenas “trendy” da sociedade cosmopolita.

Por estes rios acima (36)

Pedro Correia, 01.08.18

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RIO CEIRA 

 

Nascente: Serra do Açor, perto da aldeia de Piódão, concelho de Arganil

Foz: Rio Mondego, à entrada de Coimbra

Afluentes: Rios Arouce, Dueça e Sótão

Extensão: cerca de 100 km

 

«O rio Ceira, em apertos, apesar de fundo é óptimo para tomar banho e é uma experiência sensorial única atravessar o canhão fluvial olhando para a imponência dos penedos da Senhora da Candosa, que nos mitigam e nos fazem restringir a nossa verdadeira importância.»

Orlando Ribeiro, Finisterra - Revista Portuguesa de Geografia (1968) 

Metáfora do destino português

Pedro Correia, 01.08.18

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Os crónicos problemas de Portugal relacionam-se com a profunda impreparação e a manifesta venalidade das nossas elites. Este pensamento, que percorre grande parte da obra de Vasco Pulido Valente como historiador e ensaísta, ressurge num livro agora editado pelo autor de O Poder e o Povo, justamente intitulado O Fundo da Gaveta.

Um título com sentido duplo: não apenas alude ao facto de incluir dois ensaios, escritos desde 1989 e até hoje inéditos, mas funciona também como metáfora de um certo destino português.

São «dois fragmentos de uma hipotética História do Portugal moderno», concebida quando Pulido Valente era investigador do Instituto de Ciências Sociais (ICS). O projecto abrangia aspectos económicos, sociais, militares e diplomáticos, como o autor explica num breve prefácio. «Isto não caiu bem na sopa turva do esquerdismo metafísico e simplório, de que a universidade e as suas ramificações têm vivido», acrescenta.

Ao fim de três anos, o empreendimento abortou. Sobraram os ensaios aqui reunidos, inicialmente apresentados num seminário do ICS. Embora visem diferentes décadas do século XIX, têm em comum a peculiar resistência dos portugueses à mudança: entre nós foi sempre mais fácil fazer revoluções do que concretizar reformas.

 

Do absolutismo à "fusão"

 

"A Contra-Revolução (1823-1824)" aborda o turbulento ano decorrido entre a Vilafrancada, movimento restauracionista promovido pelo infante D. Miguel, e a Abrilada, nova tentativa de golpe de mão dos absolutistas - desta vez contra a "terceira via" ensaiada pelo Rei D. João VI para pôr fim à guerra civil larvar que já grassava no País e dilacerava a própria Família Real, com irreparáveis consequências na década seguinte. É um retrato sumário, mas expressivo, da debilidade das nossas instituições, postas à mercê de sucessivos estados de alma dos dirigentes, num momento de comoção colectiva provocada pela recentíssima perda do Brasil, que os integristas domésticos ainda procuravam reunir à coroa portuguesa. 

"Ressurreição e Morte do Radicalismo" (1867-1870) debruça-se em estados gerais sobre os chamados governos de "fusão" naquela época iniciados - correspondentes àquilo que hoje chamaríamos "bloco central". Era uma amálgama de liberais, progressistas, conservadores e até antigos legitimistas convertidos ao desígnio comum de «pastorear a nação», com a bênção do palácio real e do voto censitário num país que permanecia em larguíssima medida analfabeto. Os gabinetes ministeriais sucediam-se num frenético jogo de cadeiras enquanto as finanças públicas entravam em derrocada.

 

Editoriais e motins

 

Produziam-se reformas contestadas em motins de rua e nos inflamados editoriais da imprensa: a reforma do mapa administrativo, a reforma da justiça, a reforma fiscal. Quase todas condenadas ao fracasso mal soltavam os primeiros vagidos. Desse período sobrou o monumental Código Civil (com a introdução do casamento laico) que viria a perdurar um século e a abolição total da pena de morte em território português - marcos civilizacionais submergidos na algazarra política da época, em que os apóstolos da "revolução socialista" alternavam com arautos da "integração ibérica" e a incipiente oposição republicana conspirava já pela abolição da Monarquia.

«Sempre me queixei nos jornais da falta de memória dos portugueses. Mas os portugueses não se podem lembrar de uma história que ninguém lhes contou», observa o autor no prefácio. Justificando estas suas acutilantes incursões num século ainda tão mal conhecido entre nós - e que ganhariam, em reedições da obra, se vissem adicionado um verdadeiro dicionário onomástico nas páginas finais, além de notas de rodapé que permitam situar os acontecimentos, aqui por vezes relatados com excessiva brevidade.

 

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O Fundo da Gaveta, de Vasco Pulido Valente (D. Quixote, 2018). 231 páginas.
Classificação: ****
 
Publicado originalmente no jornal Dia 15

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