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Delito de Opinião

Como se liquida um Estado.

Luís Menezes Leitão, 29.07.13

 

 

A soberania de um Estado é essencialmente simbólica, pelo que depende da preservação dos seus símbolos. Ora, o que se tem visto nos países que se submeteram a este vergonhoso protectorado é a destruição total dos símbolos da soberania nacional. Os Governos transformaram-se em simples paus mandados dos credores, obedecendo cegamente a qualquer disparate por eles sugerido, mesmo que esteja em causa grande parte da herança cultural de um povo. Em Portugal, o país deixou de comemorar a sua independência e o regime republicano. Na Grécia vai-se paulatinamente destruindo tudo o que resta do Estado grego, transformando o país novamente num território ocupado. Primeiro encerra-se a televisão pública numa noite e agora é a sua orquestra nacional que vai encerrar. Nas lágrimas desta violinista o que eu consigo ver é a alma grega a desaparecer. Ora, nem todo o dinheiro do mundo, venha ele da troika ou de outro lado qualquer pode pagar isto. Apetece citar a velha sabedoria do evangelho: "De que adianta o homem ganhar o mundo inteiro se perde a sua alma?" (Marcos 8:36).

Blogue da semana

Fernando Sousa, 29.07.13

O tema religião continua  limitado entre nós a uns quantos colunistas, por exemplo Frei Bento Domingues, no Público, aos domingos, Fernando Calado Rodrigues, no Correio da Manhã, às sextas, e Anselmo Borges e Tolentino Mendonça, respectivamente no Diário de Notícias e Expresso, aos sábados. Não é ainda parte da nossa cultura, tradicionalmente laica e republicana. Nem - infelizmente - uma especialidade jornalística a cultivar. Por isso escolhi como blogue da semana o Religionline, um trabalho colectivo de Manuel Pinto, professor da Universidade do Minho, do jornalista António Marujo, ex-Público, com anos de experiência acumulada, e de Joaquim Franco. Contra o que possa parecer não é um blogue proselitista, é um espaço voltado para o “sentido da vida, a dimensão religiosa e a cultura”, com “notas, notícias, procuras e interrogações”, abrangente, atento e crítico. 

Regresso ao passado (I)

Pedro Correia, 28.07.13

 

Se há coisa de que sempre gostei foi de consultar jornais antigos. Sou capaz de estar horas esquecidas numa biblioteca ou numa hemeroteca, aprendendo em cada notícia sobre o passado - e, através dele, conseguindo perceber também um pouco melhor o presente.

Sucedeu-me na tarde de quinta-feira, numa consulta à colecção do Jornal do Fundão, em cuja redacção fui muito bem recebido. Pretendia ler, fotocopiar e guardar notícias especificamente relacionadas com a minha família. Houve épocas em que os jornais - particularmente os jornais sedeados em cidades ou vilas da província - eram repositório de acontecimentos que constituíam marcos na vida privada de muitos dos seus assinantes e leitores, tornando-os notícia.

A partir de muitos desses textos é possível reconstituir hoje grande parte do quotidiano das décadas precedentes.

 

 

 

Recolhi várias notícias que de algum modo me diziam respeito. Incluindo a notícia do meu próprio nascimento, que não possuía em nenhum arquivo familiar. Seis linhas apenas, numa coluna do jornal que tinha imensa leitura, sob a epígrafe "notícias pessoais". Uma coluna que registava nascimentos e casamentos, naturalmente. Mas também internamentos hospitalares. Ou alterações de estatuto profissional ("Foi nomeado tesoureiro da Agência Geral de Depósitos em Oliveira de Azeméis o nosso amigo sr. X a quem cumprimentamos e desejamos os melhores êxitos"), ou simples visitas em gozo de licença ou de férias ("cumprimentámos o sr. Y, natural do Alcaide, oficial da Força Aérea em Lunda, que no continente se encontra em visita de alguns dias à família").

E há pormenores deliciosos, que nos remetem para um imaginário nada condizente com os nossos dias e nos falam de um Portugal que há muito deixou de existir.

 

Uma das rubricas fixas destas "notícias pessoais" era a dos pedidos de casamento. Lá vêm dois, registados para os devidos efeitos, na edição da semana em que nasci.

Não resisto a transcrever uma destas notícias (omitindo apelidos):

"Pela srª D. Otelinda... e sr. Aníbal..., solicitador e residente em Anadia, foi pedida em casamento para seu filho sr. dr. Serafim..., Delegado do Procurador da República em Lagos, a srª D. Maria..., gentil filha da srª D. Regina... e do sr. Francisco..., falecido."

Outros hábitos, outros costumes, outra imprensa, até outra linguagem. Outro País.

 

Imagem: avenida principal do Fundão, nos anos 50 (do blogue Postais do Fundão)

Não citarás Beauvoir em vão

Rui Rocha, 27.07.13

Cécile Kyenge, ministra italiana da Imigração, tem sido alvo dos actos mais abjectos. Há dias, Roberto Calderoli, vice-presidente do Senado, chamou-lhe orangotango. Na passada sexta-feira, atiraram-lhe bananas. Estes actos definem, naturalmente, apenas e só quem os pratica. A barbárie vem à superfície, desta vez, por Cécile Kyenge ser negra. A ministra da Integração poderia ter respondido, por exemplo, citando Simone de Beauvoir: não podemos deixar que os nossos carrascos nos criem maus hábitos. Poderia e teria razão para isso. Todavia, Cécile Kyenge preferiu outro caminho. A citação seria um mero recurso retórico. Cécile meteu o discurso na realidade: com tantas pessoas a morrer de fome por causa da crise é triste desperdiçar comida assim. O sentido democrático e a maturidade cívica também são isto. O desapego de si, da sua posição formal como ministra e a sensibilidade que permite pensar em terceiros mesmo sob fogo cerrado. Acossada, não se defendeu a si própria, mas remeteu para o sofrimento de outros, ridicularizando assim, ainda mais, o gesto obsceno dos que a pretendiam ofender. Na resposta, Cécile foi simplesmente Cécile. Trata-se, obviamente, de uma chapada de luva negra que estalou na face dos energúmenos. Mas é, também, um exemplo para quem, a uns milhares de quilómetros de distância, ainda há umas poucas semanas, com altivez, desvio corporativo e insuflado sentido da própria honra, citou Beauvoir para chamar carrascos, de forma absolutamente desproporcionada, aos cidadãos que se manifestaram nas galerias da casa que se diz ser a da nossa democracia.

Teoria e prática do líder inspirador

Rui Rocha, 27.07.13

O líder eficaz inspira pessoas. Promove mudanças de comportamento e atitude. Constrói um código de conduta com os membros dos grupos dos quais faz parte em torno de valores que são explicitados, disseminados e praticados por todos. Numa época de superexposição, o comportamento do líder ganha destaque pois mais importante que atingir um resultado é a forma como se age para conquistá-lo. O modo de fazer é a característica do líder inspirador. Neste contexto, entusiasmar os cidadãos através de um discurso motivador parece ser o caminho mais curto para o sucesso. A tarefa exige a escolha dos termos certos, emoção e sensibilidade. Quem sa­­be comunicar exerce influência positiva. Se os pés estiverem bem assentes na terra, às vezes é suficiente uma única palavra para congregar uma comunidade em torno de um objectivo comum. Passos Coelho consegue frequentemente esse quase milagre de sintetizar numa forma verbal inspiração e acção, presente e futuro, individualidade e solidariedade, convocando todos para um propósito partilhado. Desta vez essa palavra foi, singelamente, sejemos.

 

Livros que deixei a meio (1)

Pedro Correia, 27.07.13

 

20 MIL LÉGUAS SUBMARINAS

de Júlio Verne

 

O primeiro livro que me lembro de ter deixado a meio foi um daqueles de que mais gostei. Custa a crer, bem sei, mas eu já explico.

 

Há livros que devemos ler na idade própria - nem cedo de mais nem tarde de mais. Nunca compreendi aqueles pais que se apressam a proporcionar aos filhos, ainda muito novos, literatura "adulta" para "amadurecerem" com maior rapidez. Também me faz alguma impressão ver adultos mergulhados numa espécie de infância retardada, deliciando-se com a leitura das histórias do Tio Patinhas. Nada melhor do que tudo ocorrer no tempo certo.

Parafraseando o outro, a propósito de algo bem diferente, eu fui um miúdo do meu tempo. Devorei as aventuras dos Cinco e dos Sete, era fanático de banda desenhada, não perdia uma série do bom velho Oeste na televisão (Bonanza, O Maioral, Os Monroe, Shenandoah, High Chaparral). E não perdia também uma só obra de dois autores muito lá de casa: Jack London e Júlio Verne.

 

Associo sempre muitas tardes da minha infância aos livros do aventureiro norte-americano, com as magníficas capas multicoloridas da editora Civilização, e do respeitável burguês de Nantes, que pôs várias gerações de jovens a percorrer o globo sem saírem das quatro paredes do quarto.

Apreciava particularmente o Verne editado pela Bertrand no início dos anos 70, com uma estampa antiga emoldurada por um grafismo moderno. Nunca soube quem era o autor destas capas: julgo que tal referência não constava da ficha técnica. Mas presto-lhe hoje homenagem. Este é um dos segredos editoriais para consolidar uma legião de leitores fiéis.

E, claro, havia a sedução da própria escrita de Verne - didáctica sem nunca ser maçadora, capaz como poucas de nos prender a atenção no fim de cada capítulo, abrindo o apetite para o capítulo seguinte - técnica herdada dos melhores textos folhetinescos, relíquia de um tempo em que o jornalismo era indissociável da literatura.

 

Li vários livros dessa colecção: cada um deles era uma espécie de tesouro íntimo para um garoto como eu, então à descoberta do fascínio da literatura. Tenho ainda muitas dessas obras: A Volta ao Mundo em 80 Dias, O Náufrago do Cynthia, O Bilhete de Lotaria nº 9672, Viagem ao Centro da Terra, A Carteira do Repórter, Os Filhos do Capitão Grant, O Farol do Cabo do Mundo, Matias Sandorf.

Mas a Bertrand editava por vezes algumas destas obras, um pouco mais extensas, em dois volumes. Eu ignorava tal facto até ler, absolutamente empolgado, o primeiro volume d' A Mulher do Capitão Branican: chegando ao fim, deparei com o aviso de que a continuação viria noutro tomo da mesma obra. Corri à procura dela: estava esgotada. Só muitos anos depois, já quase esquecido do empolgamento juvenil, adquiri esse outrora ansiado segundo volume.

Mas - como seria de esperar - o fascínio perdera-se.

Aconteceu-me o mesmo com as 20 Mil Léguas Submarinas. Com a diferença de que este foi um romance que me atraiu ainda mais. Não tenho a menor dúvida em classificar o capitão Nemo entre as grandes figuras de sempre da literatura mundial. Recordo as ementas minuciosas das refeições a bordo do submarino e a atmosfera claustrofóbica daquelas cenas. E não esqueço a aura de mistério que envolvia Nemo.

 

Terminei o primeiro volume: a mesada não chegava para o segundo. Quando chegou, já não havia o livro. Nem no mês seguinte, nem no ano imediato.

Nunca li a segunda parte das 20 Mil Léguas Submarinas. Talvez com receio de que a magia se perdesse para sempre, como sucedeu com A Mulher do Capitão Branican.

Assim permaneceu intacta.

 

Respect

Patrícia Reis, 27.07.13

 

O senhor doutor entende-me, não é verdade?

Ah, eu espero que sim.

Olhe que nunca pensei em ter de recorrer a estas coisas da psicanálise e da terapia, mas uma colega convenceu-me e a minha angústia é tão grande que achei melhor marcar uma consulta com urgência. A sua assistente foi de uma delicadeza sem fim, percebeu logo o desespero na minha voz, até me disse de que nada valia estar assim, que vou morrer e que preciso de canalizar as minhas energias para coisas positivas. Mal sabe ela, a sua assistente, o que eu faço para pagar as contas.

Há mais de vinte anos que escrevo sobre mortos. Não fique tão admirado. É um trabalho honesto. É, para ser sincero, a minha especialidade. Nos dias que correm já não escrevo sobre nada a não ser sobre os mortos.

Se o senhor doutor me disser um nome de um morto, pois decerto que escrevi o obituário e, posso dizer com certo orgulho, tenho livros publicados, sempre correctos, sem margens de risco para a difamação ou eventuais processos judiciais. Escrevi sobre quase todas as personagens importantes da nossa História.

As pessoas confiam em mim, sabe? As famílias. E contam tudo o que podem. Mostram os objectos, as cartas, os guarda roupas, as coisas mais íntimas. Muitas vezes, sou eu que faço censura. Claro que o editor não sonha que tenho informações sobre as quais não escrevo uma linha, mas que sabe um editor? Actualmente? Sabe pouco.

O que me custa mais, senhor doutor, é o arrivismo extremo da juventude que ainda não percebeu que a morte é algo respeitável e que lhes irá acontecer, mesmo que tenham um automóvel de marca ou uma namorada nova a cada quinze dias. Nada disso tem importância.

O que acontece, senhor doutor, é que é muito diferente escrever sobre os mortos, muitas vezes no próprio dia da morte, sob pressão, com os olhos de todos em cima de mim, todos à espera do meu texto. Muito mais fácil do que escrever sobre os vivos. Aqueles que irão morrer.

Pois, a minha ansiedade deriva desta lista que aqui tenho. Veja só o senhor o que me incumbiram de fazer até finais do mês de Junho. Estiveram fechados numa sala a ver quem tem mais probabilidades de morrer e depois, com um enorme desplante, entregaram-me a lista dizendo que deveria ser um alívio ter tempo para escrever sobre um putativo morto.

Não, não estou a brincar, o editor disse “putativo”. Não é uma palavra da minha eleição, mas... enfim, nem todos somos versados no melhor português e morte com palavras destas não andam bem de mão dada.  Mesmo que isto pareça um cliché, terá de me perdoar, mas estou deveras perturbado. À cabeça da lista, como pode ler, está o nome dela.

Ora, foi ao ler o nome dela que eu entrei neste frenesim. Eu posso fazer os obituários que quiserem, de políticos a estrelas de cinema, mas da Aretha Franklin? Sabe quantas vezes eu canto “the moment I wake up...”... Todos os dias, senhor doutor, todos os dias.

Só seria mais dramático se o nome fosse o da Barbra Streisand, confesso.  Sim, sim, todos temos os nossos fétiches, os nossos sonhos e momentos de euforia pessoal. Comigo são estas duas e, senhor doutor, não consigo. Simplesmente não consigo escrever a história de Aretha.

Não sei se está a par. Não tem tido uma vida fácil, agora está semi-retirada. Há três anos ainda a vi em Nova Orleães, comprei o bilhete on-line, estava cheio de medo que as coisas não corressem de feição, no entanto na hora lá estava eu e ela a cantar como mais ninguém. Trazia um vestido com as mangas rendadas. Eu sei que há homens que preferem as mulheres esqueléticas, cadavéricas. Aretha, para cantar como canta, preciso de ter peso, de ter caixa. Como as cantoras de ópera, de certa forma.

A revista Rolling Stone escreveu, há uns anos, que é a melhor cantora de todos os tempos. Eu subscrevo. Gosto especialmente de a ouvir cantar o que começou por ser o seu chão, o gospel. É uma forma de conversar com Deus e, quando a ouvimos, Ele fica mais próximo e acreditamos, mesmo quando não somos crentes.

Em Memphis, onde ela nasceu, pois o gospel era obrigatório e Aretha não tardou a ser solista. Daqui até à fama foi um salto. O Estado de Michigan declarou a voz desta deusa como uma das maravilhas naturais. É a rainha da soul, a rainha do gospel, a rainha. Olhe, é tão importante, que é a primeira mulher a ter conseguido chegar ao Rock & Roll Hall of Fame. Tem dezoito grammies. E mais uma série de prémios que não vale a pena enumerar. Está a olhar para mim um pouco alarmado? Cristo! Não sabe quem é Aretha?

Espere lá... Gosta de George Michael, aquele rapaz que é constantemente apanhado em casas de banho a assediar outros rapazes? Pronto. Aí tem: Aretha gravou com ele o “I knew you were waiting for me”. Não está a ver? Certo. Deixe ver se eu consigo cantar um bocadinho...

 

Like a warrior that fights
And wins the battle
I know the taste of victory
Though i went through some nights
Consumed by the shadows
I was crippled emotionally
Somehow i made it through the heartache
Yes i did. I escaped.
I found my way out of the darkness
I kept my faith (i know you did), kept my faith

When the river was deep i didn't falter
When the mountain was high i still believed
When the valley was !ow it didn't stop me, no no
I knew you were waiting. I knew you were waiting for me

With an endless desire i kept on searching
Sure in time our eyes would meet
Like the bridge is on fire
The hurt is over, one touch and you set me free
I don't regret a single moment, no i don't looking hack
When i think of all those disappointments
I just laugh (i know you do), i just laugh

When the river was deep i didn't fairer
When the mountain was high i still believed
When the valley was low it didn't stop me
I knew you were waiting. I knew you were waiting for me

So we were drawn together through destiny
I know this love we snared was meant to be
I knew you were waiting, knew you were waiting
I knew you were waiting , knew you were waiting for me

 

Acha mesmo que tenho boa voz? Já a minha mãe, Deus a guarde, dizia o mesmo. Eu dediquei-me a esta coisa da escrita e fiquei por aqui. Não é uma escrita qualquer, está a ver? Escrever sobre os mortos é importante e a fronteira entre a elegância e o macabro pode ser ténue. Não imagina o que eu passei para escrever o obituário da Withney Houston. Coitadinha. Estava disposta a recompor a sua vida... Era sobrinha da Dionne Warwick.

Outra que está aí na lista e eu não consigo, não consigo, garanto, escrever uma linha sobre as pessoas como se elas já tivessem ido. É de mau gosto.

Se me pedirem para escrever sobre a Maryln Monroe? Faço as páginas que me pedirem, acho que sei mais da loira burra, que não tinha nada de burra, que muita gente. Há uma série de televisão muito interessante, está a passar agora. Já viu? Chama-se Smash. A ideia é fazerem um musical com base na vida de Maryln. Estou ali a ver, na sala com a Mimi, a minha gata, e fico com os nervos em franja só com os disparates que dizem sobre a senhora.

Com Aretha, tenho de ser honesto, nem sei por onde começar e, depois de a ter visto cantar, acho que preferia que outro colega lhe escrevesse o obituário. Sim, não fique aí a pensar que sou só eu a escrever sobre os mortos. São sete cães a um osso. E nos dias de hoje, a competição é ainda mais estranha. Eu tenho um certo estatuto e tal, talvez por isso me tenham dado a lista. Como é que lhes vou dizer que posso escrever sobre todos menos sobre a Aretha?

O senhor doutor, diga-me, que comprimido é que devo tomar?

 

 

 (este texto faz parte da colecção Divas, colecção que tem saído às sexta-feiras com o DN e JN, sempre com CD e um texto de Ruy Vieira Nery a acompanhar)