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Delito de Opinião

biografias

Patrícia Reis, 30.06.13

Dizem - aqueles que acham que o mercado guarda segredos para uns eleitos - que as biografias não vendem.

O mercado português - seja isso o que for - não gosta (para quem estiver interessado, O Inferno de Dan Brown sai dia 10 de Julho).

Pois, eu sempre gostei e há uma em especial que acarinho. Minto. Duas. Não, há mais, pronto, não vou fazer a lista. Mas para quem precisar de dicas para as férias leiam a biografia de Benjamin Moser sobre Clarice Lispector, leiam a biografia de Ruy de Carvalho ou a biografia ficcionada - brilhantemente - por David Lodge de um dos meus autores de sempre, Henry James, chama-se Autor, Autor. Tendo-lhe tomado o gosto escreveu recentemente uma outra sobre H.G.Welles e quem lê só pode suspirar de admiração.

O comentário da semana

Pedro Correia, 30.06.13

«Quando se fala de greves e da estabilidade no emprego, onde está a minha estabilidade? O Estado garante à minha empresa o rendimento mensal necessário para pagar salários (primeiro), ao Estado (segundo) e aos fornecedores (terceiro) para ver se, no final de tudo, sobra alguma coisa.
O Estado garante-me as noites mal dormidas porque alguém se atrasou nos pagamentos e agora não sei a cinco dias do fim do mês onde vou desencantar dinheiro para pagar IVA, Segurança Social e os ordenados?
Fala-se dos Ferraris (como disse) e dos empresários que, tal como uma caricatura, devem ser anafados e de charuto. De ser fácil não ter de respeitar horários ou ter um "patrão". Mas não se fala do peso na consciência de o negócio não andar tão bem quanto devia (quando acontece...) e ter-se 10 ou 20 ou 30 pessoas que sabemos que podem ficar mal de um momento para o outro e a responsabilidade é nossa (mas ainda quando, em muitos casos, ou se despedem todos ou não se consegue despedir nenhum, mesmo que a empresa afunde).
O Governo fala de "contribuintes cumpridores" e não perdoa um dia de atraso no recebimento de impostos ou contribuições para a SS. Mas devolver IVA não é com ele e quem o pede ainda se arrisca a ser inspeccionado pelas finanças porque - suponho - se tem lucro e a empresa é pequena, deve estar a fugir ao fisco (se for grande isso não se põe, obviamente).
Custa, custo muito a "prisão" de ter uma empresa, de não se poder pura e simplesmente mandar tudo às malvas - porque temos pessoas que dependem de nós, porque a empresa é uma parte forte de nós, porque, se calhar, até já é um legado familiar. Tem de se aguentar, de lutar dia-a-dia contra o desânimo, contra o Estado, contra alguns clientes que de honestos têm pouco (mas nada lhes acontece), contra os senhores sindicalistas (e os senhores políticos na televisão) a falarem do que não sabem, do que nunca viram ou do que já esqueceram - esses sim bem resguardados das agruras da vida.»

 

Do nosso leitor Carlos Duarte. A propósito deste texto da Patrícia Reis.

 

O fetichista

Teresa Ribeiro, 30.06.13

Era já um vício. Todos os dias gastava umas horas a espiá-las, procurando adivinhar através do que escreviam os seus traços de personalidade e potencial intelectual. Depois entrava no jogo ainda mais arriscado de lhes atribuir formas e traços fisionómicos sugestionado pela construção frásica, agilidade narrativa, enfim pelas características formais dos textos que lia. Quando um trecho o enfeitiçava deixava-se sempre tomar pela convicção de que a autora só podia ser linda. Pernas longas e bem  torneadas como a sua escrita, o rosto iluminando-se como a mais bela das frases intercalares entre o corpo e a alma.

Os seus dotes de comunicador facilitavam-lhe a abordagem elegante, com perfeita noção dos timings. Era sempre épica a fase em que as seduzia numa valsa progressiva que o arrebatava também. Entregue às mais requintadas fantasias nunca apressava o desfecho, que sabia fatal. Invariavelmente em passos curtos eram elas que acabavam a descer do pedestal com impertinências, sugestões de encontros e por fim ultimatos.

Cheias de pressa de tocar o chão, as princesas eram então descartadas em esplanadas e miradouros, generosamente enquadradas pela sua estética exigente. Nem sempre cedia à tentação de as ir espreitar, não fosse deparar com figuras sem estilo, cheias de erros de métrica no peito e nas pernas.

Cenas favoritas de filmes (4)

José Navarro de Andrade, 30.06.13

 

Pelo menos desde que em 1588 ofereceram a El Greco uma parede da igreja de São Tomé de Toledo e ele a preencheu com o céu e a terra, ligados pela morte e o milagre, até aos murais de Diego Rivera, que os pintores, só os mais confiantes, ousam representar o universo inteiro de modo que possa caber num olhar. Isto dito sem ver, parece mentira ou insensata vaidade, mas ponham-se diante do que eles fizeram e digam que não sentem a arte de pôr o mundo na palma da mão.

No cinema não cabem tamanhas enormidades. Pela sua natureza o cinema está condicionado ao movimento, mesmo que se dedique a inventar as suas realidades. E porque no cinema movimento e realidade são a mesma coisa, ambos cosidos pela narrativa, a ele é impossível uma imagem total que nós possamos pôr em ação com o simples poder do nosso olhar.

A isto não se conformou o perverso Hitchcock. De tal modo que decidiu a propósito de um nada da intriga de "North By Northwest" (Intriga Internacional") passar do cosmos ao caos como se fosse um deus a reinventar o big bang primordial. O resultado foi talvez a mais lógica e delirante sequência de toda a arte do cinema.

 

PS - infelizmente não há como inserir este excerto de "North By Northwest" senão através do link:

http://fliiby.com/file/690838/q1fy0ev36p.html

A palavra a Mário Soares

Rui Rocha, 30.06.13

Mário Soares declarou-se durante a recente visita de Dilma Rousseff a Portugal “excelentemente impressionado” com a Presidente do Brasil. Afirmou ainda: “somos camaradas, ambos de esquerda, tem um pensamento muito claro sobre o que se está a passar”. Esperemos que durante a profícua reunião, Mário Soares tenha tido tempo de esclarecer Dilma sobre o seu entendimento relativamente às condições de continuidade no poder de titulares de cargos políticos legitimamente eleitos. Recorde-se que Soares tem defendido reiteradamente que um governo contestado nas ruas e impossibilitado de comparecer em locais públicos sem que se gerem protestos, perde legitimidade para permanecer em funções. Pois bem, é altura de Mário Soares se pronunciar. Uma queda de 35% nas sondagens e a decisão de última hora de não estar presente na final da Confederações para evitar uma vaia monumental parecem ser, de acordo com a doutrina Soares, motivos suficientes para Dilma dar lugar ao próximo.

a coisa de se ser de outra maneira

Patrícia Reis, 30.06.13

Nem todas as mães devem sentir isto.

Digo eu.

Será preciso definir o "isto".

Não sei o começo ou o fim, mas algures, num tempo que não se controla, os filhos surpreendem-nos por serem gente que desconhecemos.

Podemos estar numa situação social, num momento mais frágil, de doença, podemos até estar irritados. Os filhos chegam e desvalorizam. Ou desviam a conversa e percebemos, nesse instante, que a nossa importância é relativa, que se espera um certo recato, que uma mãe não usa o vernáculo como sempre usou - hábito de jornais, outros tempos - pois agora não fica bem.

Se eu fosse uma mãe como muitas que conheço dava um safanão, um raspanete, ficava ofendida, indignada. No meu caso, mando-os à merda para ver se percebem que minha vida existe para lá da deles. Ficam, é evidente, amachucados, não é suposto, uma mãe deveria ser outra coisa, um ser composto (e sem mudanças de grande monta), formatada, calada, sem opiniões sérias e fomentadas, preferencialmente uma mãe deveria cultivar,  a partir de certo momento, uma invisibilidade qualquer para que os infantes, ou infantas, possam crescer na tranquilidade de não terem de dizer:

 

- Ah, pois, é a minha mãe.

 

O azar dos meus filhos é que eu não tenho jeito para o invisível, mesmo quando me esforço muito e, acreditem, há dias em que faço de papel de parede. Depois regresso e vem tudo ao de cima.

Afinal, como a minha mãe sempre disse, sou inconveniente. Não me parece que vá mudar.

Blogue da Semana

Ana Lima, 30.06.13

O ano passado deixou-nos tristes quando anunciou que, porque o tempo nunca chega, o blogue iria fechar.

Para felicidade nossa tratou-se apenas de uma interrupção e podemos contar novamente com os seus textos que gosto sempre de ler e nos quais aprendemos sempre algo de novo (mesmo que o soubéssemos já).

O “Patrão da Barca” é  J. Rentes de Carvalho. Tempo Contado é o blogue desta semana.

Coisas da canalha

Gui Abreu de Lima, 30.06.13

Um Mefistófeles dentro de casa. 13 anos, a anunciar que não vai mais à missa. "Deixa-te disso", disse a mãe, "enquanto viveres debaixo do meu tecto fazes o que eu mando", lembrou o pai. Conseguiu um acordo - passaria a ir à das seis e meia e dispensavam-no da do meio-dia, na Misericórdia, com aquele errante final social.

Da Matriz ao campo da bola era uma certa distância e ainda que com tempos sobrepostos, valia toda a diferença.

Junto e atacado, só levou uma. No meio da estrada, depois do som da travagem no areão da berma, viu-lhe os olhos faiscar. – Foste à missa? Nem falou. Ao primeiro biqueiro concluiu que chegara o dia. Da coça.

Hoje, quando derrapa por si adentro e a poeira se levanta, é um camelo direitinho a casa. Percorre o seu deserto e frente a santinhos de pau com olhares de troça, deixa correr o pranto. Mefistófeles apeia-se nas igrejas.

 

Foto: Gui Mohallem

Um livro todos os dias

Pedro Correia, 29.06.13

A pedido de alguns leitores, lanço aqui uma nova série a partir de segunda-feira. Sugerindo um livro por dia até ao fim do ano. Como já tinha feito em 2012, por ocasião das feiras do livro de Lisboa e Porto - iniciativa que retomei em Maio e Junho de 2013, enquanto durou a Feira do Livro de Lisboa (a do Porto, lamentavelmente, não se realizou este ano, o que revela muito sobre a indigência cultural dos gestores políticos da cidade).

Antes que alguém me faça a pergunta, fica desde já prestado o esclarecimento: todas as obras recomendadas - dos mais diversos autores, géneros e estilos - terão uma característica comum. Essa mesmo, que já adivinharam: são escritas na grafia pré-acordista - a que continua a ser seguida pela larga maioria dos portugueses, incluindo alguns dos mentores políticos do acordês, a quem devia aplicar-se a regra de São Tomás, mas invertida: não faças o que ele diz, faz o que ele faz.

E ninguém diga que não compra livros por rejeitar as aberrações ortográficas plasmadas no convénio pseudo-académico de 1990: são inúmeras as obras que continuam a ser editadas em Portugal segundo a norma pré-acordística. Como procurarei demonstrar também, dia a dia, com as sugestões que aqui deixar.

Leituras

Pedro Correia, 29.06.13

 

«Uma pessoa é sempre inocente quando ama, porque regressa sempre à mesma idade emocional, à porta da eterna adolescência. Pura e formosa fui porque desejei e me desejaram. O amor é uma mentira, mas funciona

Rosa Montero, Amantes e Inimigos

Editorial Presença, Lisboa, 1999. Tradução: Maria Bragança

a tal da greve

Patrícia Reis, 28.06.13

A questão é a de saber se fiz greve. Perguntaram-me várias vezes.

Dá-me vontade de sorrir e pouco mais.

Explico: há quase 17 anos que tenho uma empresa, nunca deixei de pagar subsídios de férias, os empregados têm sete semanas para gozar e, em caso de gravidez, seis meses em casa pagos pela empresa e depois, conforme a lei, têm mais seis meses para sair cedo e entrar mais tarde.

Não têm horário, portanto se ligarem para lá às nove da manhã, o mais certo é estar deserto.

Se ligarem às nove da noite, a conversa talvez seja outra.

Temos frigorífico e partilhamos refeições.

Mesmo os que estão a recibo verde têm direito a subsídio de férias e de natal. Nunca fugi ao fisco. Nunca deixei de pagar nada. Não tenho uma dívida, é certo que também não tenho uma fortuna sorridente à minha espera. Vivo sem qualquer tranquilidade, sem conseguir projectar o que estaremos a fazer. Às vezes, não sabemos o que vamos fazer no dia seguinte.

Bato às portas, vou a concursos, faço relações públicas (sou péssima!) e não posso dizer que faça de comercial por não ter jeito e nunca ter contratado ninguém dessa área. Posso dizer que os clientes que temos ficam connosco. Sabem que não falhamos, mesmo que as horas de sono sejam poucas. Sabem que os nossos orçamento são um quarto dos orçamentos de outros ateliers, de agências de comunicação, de publicidade, etc e tal.

Sabem que não chegamos atrasados e que, apesar do contrato com Nossa Senhora (ela não faz design, nós não fazemos milagres), temos tido sorte e levado a carta a Garcia.

Durante quase 13 anos tivemos a revista mais premiada da Europa, a Egoísta, mas a quantidade de coisas que já fizemos é brutal e é um orgulho imenso. Quero lá saber da lei se calha a ter de despedir alguém: dou o que posso, dou para lá da lei se for o caso e possível, dou computador e, até já aconteceu, voltar a contratar a mesma pessoa.

Portanto, não. Não fiz greve.

Porque não tenho um patrão, só o meu rosto do outro lado do espelho e conheço uma quantidade de gente que se queixa, que se queixa muito mas que não vejo trabalhar. Sim, há uma diferença enorme entre trabalhar e ter um emprego.

E não, não tenho fins-de-semana e 21 dias de férias, tenho o que posso, quando posso e muitas vezes sem subsídio.

Optei por ter uma empresa por causa dos horários flexíveis, para educar os meus filhos de outra forma.

Agora estão grandes, a crise é mais que muita e eu trabalho que nem uma louca. Há coisas que me dão imenso gozo, outras são uma grande seca. Fazer greve não posso. O que posso dizer é  estão à vontade para perguntar às três pessoas que trabalham comigo se, por mero acaso, querem ir para outro lado. Por favor, perguntem. Eu já sei a resposta. E não, não fizeram greve.

Um desastre anunciado.

Luís Menezes Leitão, 28.06.13

 

Sempre achei que a restrição da lei de limitação de mandatos era relativa à função e não ao território. Mas, mesmo que esta interpretação seja contestável, perante uma lei duvidosa a atitude mais prudente é considerar que vai vigorar a interpretação da lei mais contrária aos nossos interesses. É uma atitude que os práticos do direito costumam chamar de "jurisprudência das cautelas". Infelizmente o PSD não quis seguir essa prudência elementar e decidiu embarcar na aventura de candidatar às principais autarquias do país pessoas que se arriscavam a ver a sua candidatura rejeitada pelos Tribunais. Como seria de esperar, alguns Tribunais rejeitaram essas candidaturas, e declararam em providências cautelares Fernando Seara e Luís Filipe Menezes impedidos de concorrer. Esses autarcas, no entanto, insistiram em manter as suas campanhas, confiando que o Tribunal Constitucional os viesse salvar, posição que aliás alguns Tribunais também defenderam, considerando-se incompetentes para julgar a questão e remetendo a decisão para o Tribunal Constitucional.

 

Só que o Tribunal Constitucional acaba de lançar um balde de água fria sobre esta posição. Uma vez que não está em causa uma questão de constitucionalidade, mas de mera interpretação de uma lei, acaba de se declarar incompetente para decidir sobre o assunto, rejeitando o recurso que foi interposto. Fernando Seara e Luís Filipe Menezes perdem assim a esperança de ver revogadas as providências cautelares que os abrangeram e vêem as suas candidaturas naufragar ainda antes de se terem iniciado. Quanto aos outros candidatos, mesmo que não sejam abrangidos por providências, correm o risco de verem as suas candidaturas rejeitadas aquando da sua apresentação, podendo qualquer Tribunal decidir como entender, já que o Tribunal Constitucional não irá uniformizar a questão.

 

Tudo isto era mais que previsível e foi previsto pelo PS que, perante uma lei dúbia, não recandidatou nenhum autarca nessas condições. Continuo sem perceber que teimosia levou o PSD a embarcar numa aventura de que sairia sempre mal. Será mais importante atender aos interesses de recandidatura dos dinossauros autárquicos ou aos interesses de todo o partido em vencer as eleições autárquicas?

Ler

Pedro Correia, 28.06.13

O Brasil está a despertar? Do Tomás Vasques, no Hoje Há Conquilhas.

Brasil, o princípio do fim do embuste. Do Francisco José Viegas, n' A Origem das Espécies.

A biblioteca mais bela do mundo (neste momento). Do José Mário Silva, no Bibliotecário de Babel.

Matar, matar. De Filipe Nunes Vicente, no Declínio e Queda.

Um forte entre fracos. Do João Gonçalves, no Portugal dos Pequeninos.

É necessário um novo partido à esquerda? (2) Do Paulo Gorjão, na Bloguítica.

Geografias. De Luís Serpa, no Don Vivo.

Homo lagartus (Lineu). Do João Paulo Palha, no És a nossa Fé.

 

(actualizado)

Como se os algozes fossem vítimas

Pedro Correia, 28.06.13

Um homem mata a mulher, de quem estava separado, e uma amiga dela, suicidando-se a seguir. Escassas semanas depois, a tragédia repete-se - com outro assassino e outras vítimas.

Aconteceu recentemente em Portugal.

Como já previa, não tardaram os depoimentos televisivos a desresponsabilizar os actos criminosos. Há sempre teses socialmente correctas para justificar os actos mais repugnantes.

Um canal generalista abordou o assunto, com a seguinte legenda em letras maiúsculas: "Crise e problemas financeiros explicam depressão social". Enquanto a voz da jornalista procurava configurar a situação desta forma: "Um futuro sem esperança para um presente em crise".

Os crimes concretos, com vítimas concretas, diluem-se nesta amálgama de frases destinadas a "explicar" a inadmissível violência homicida por factores sociais e até políticos. E nestas ocasiões nunca faltam psiquiatras a conferir um atestado de respeitável validade à tese implícita de que o gatilho é premido pela "sociedade" e não pelos assassinos.

"Numa sociedade deprimida há uma grande falta de esperança, as pessoas não têm perspectiva de futuro. Esta desesperança pode levar algumas pessoas a atentar contra si e contra outros", explicava um psi.

"As situações de crise, com desemprego e endividamento, são fundamentais na saúde mental dos portugueses", justificava outro.

A voz da jornalista insistia: "O consumo de antidepressivos aumentou, os casos de depressão também."

Pasmo com tudo isto - incluindo a sugestão de relação directa entre o consumo de antidepressivos e a morte de mulheres às mãos de maridos e companheiros. Pasmo com a pseudo-modernidade a pretender "contextualizar" os mais bárbaros atavismos com palavras de compreensiva condescendência. Pasmo com este cíclico jogo de passa-culpas dotado de um pretenso aval científico.

Como se os algozes fossem vítimas e estas, para merecerem um mínimo de respeito público, tivessem de ser assassinadas segunda vez.

Também aqui

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