Levantamento de peso em Pyongyang
No 5 Dias, há quem suspire por medalhas olímpicas para a Coreia do Norte - esse paraíso da livre opinião, sem sombra de censura.
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No 5 Dias, há quem suspire por medalhas olímpicas para a Coreia do Norte - esse paraíso da livre opinião, sem sombra de censura.
"Os homens da beira do cais só têm uma estrada na sua vida: a estrada do mar. Por ela entram, que seu destino é esse. O mar é dono de todos eles. Do mar vem toda a alegria e toda a tristeza porque o mar é mistério que nem os marinheiros mais velhos entendem, que nem entendem aqueles antigos mestres de saveiro que não viajam mais, e, apenas, remendam velas e contam histórias. Quem já decifrou o mistério do mar? Do mar vem a música, vem o amor e vem a morte. E não é sobre o mar que a Lua é bela?"
Jorge Amado, Mar Morto.
Grapiúna, Rio de Janeiro, 2008 (original de 1936).
O tempo de verão deveria ser uma pausa, programada ou não.
Quando se tem uma empresa - opção absurda e infinitamente pessoal - tudo muda.
Já não sei o que é parar.
Não sei o que é ter subsídio de férias ou de Natal há 15 anos.
Pago os impostos, pago o IVA de facturas que ainda não consegui receber, faço contas e refaço as contas até à exaustão e o mau gosto de tudo isto é o cansaço e a mente apavorada.
Sim, a idade faz diferença.
E ter filhos.
E outras coisas.
Não quero sair daqui, por isso é um exercício de masoquismo.
O atelier chama-se 004. Ninguém sabe, mas é assim.
A equipa é maravilhosa, o espaço pequeno e ali se exibe um saco de boxe para afogar as maiores mágoas.
Dizem que fazemos a Egoísta, é verdade, mas fazemos tanto mais que é impossível colocar aqui a lista e pouco serviria para me animar.
Este post não é para ninguém, é para mim, para ter pena de mim.
Para me sentir mal e colocar esse mau estar ao vivo.
Uma forma de arranjar soluções por saber que, daqui a duas horas, chegará o arrependimento e pensarei: que merda de post! Eu tenho tantas coisas boas e tantas por fazer.
Chama-se isto terapia. Acho eu.
Prezidente,
Escrevo-le porque o Prezidente sabe ca se for preciso comer a relva para sermos campiões eu fácio. E até sou gajo pra deitar fora a pastilha. E ca não gosto de tratar de açuntos do forno interno do clube na praça da república. E o Prezidente sabe ca eu confio no Prezidente. Prexemplos, quando diziam ca o Prezidente só ia buscar muntos estranjeiros, eu sabia ca o Prezidente estava a tratar do processo de neutralização. Mesmo nos momentos mais defíceis, dei-le a dúvida Prezidente. E o Prezidente sabe caté alombei com o Emerso e tudos. E protegio quando queriam fazer-le o bode respiratório. Mas eu sou Jasus, não sou Deus, Prezidente. Eu estou cá para dezer aos rapazes que vaiam à bola coma ca fossem leõzes. Mas o Prezidente é ca tem ca tratar das aquesissões. E o clube preciza de um lateral esquerdo coma de pão pá boca, Prezidente. O Malaguejo é munta pôquechinho pra encarararmos a época de frente. Sem um lateral esquerdo de raiz mundial qué cagente havemos de fazer, Prezidente? O clube está em prigo, Prezidente. Salvio, Prezidente. Salvio já, Prezidente.
Sou quem sabe, O Mister, Jorge Jasus
*publicado também aqui.
Para para pensar!
Que se lixem as eleições? Nada disso. No DELITO DE OPINIÃO, quem decide são os e-leitores. Agora que o elenco para um filme dos Sete Anões com actores nacionais está praticamente fechado, falta escolher a Branca de Neve. Ao longo da série já foram dadas algumas sugestões: José Sócrates, Passos Coelho, Cândida Almeida e Aguiar Branco. Mas a decisão é sua. Então, qual é a sua escolha?
Enquanto os líderes políticos de certos países do sul da Europa suam as estopinhas para preparar o orçamento para 2013, estando em alguns casos impedidos, inclusivamente, de gozar férias no estrangeiro, Frau Merkel repousa numa estância do Tirol italiano. Depois venham contar-nos histórias sobre a cigarra e a formiga.
«A China quer voltar à Lua em 2013». Como é possível voltar onde nunca se esteve? «A China vai tentar no próximo ano aterrar pela primeira vez uma sonda exploratória na Lua». Curiosamente, «a terceira tentativa lunar da China será lançada no segundo semestre de 2013, informou a agência Xinhua, que indica que o objectivo da expedição é a recolha de dados sobre a superfície da Lua.» Como se os dados sobre a superfície da Lua não fossem já conhecidos há mais de quatro décadas. Se não fosse a actual liquidez financeira de Pequim, acho que os EUA já teriam manifestado estranheza.
Três pontos da notícia prenderam a minha atenção de modo especial, o primeiro dos quais é que, em 2001, a China mandou para o espaço a nave Shenzhou-2 «com pequenos animais a bordo». Alguém se lembra se foram baratas, grilos, formigas ou outros ainda mais pequenos?
O segundo ponto é que o recente lançamento da Shenzhou-9 «ganhou destaque por incluir a primeira mulher astronauta». O eixo da Terra oscilou quando os chineses tremeram ao saber do caso. Como se sabe, os chineses dão um enorme valor ao papel das mulheres.
Finalmente, Pequim considera que o projecto para 2013 «evidenciará a importância crescente do país como potência, a sua capacidade tecnológica e o sucesso do Partido Comunista na transformação de uma nação pobre num país próspero». Ora aqui está o que pode ser muito pedagógico para os partidos comunistas. E não só: Portugal também poderá passar com facilidade da pobreza à prosperidade: basta mandar uma nave para o espaço. Se for com pequenos animais a bordo, falem comigo que eu tenho algumas ideias.
"A história da natação mostra-nos que, sempre que vemos algo inacreditável, vimos a saber mais tarde que havia doping envolvido", afirmou John Leonard, director-executivo da Associação Mundial de Treinadores de Natação e da Associação de Treinadores de Natação dos EUA, citado pelo diário Guardian. A insinuação refere-se à utilização de doping pela chinesa Ye Shiwen, 16 anos, medalha de ouro e recordista mundial nos 400m estilos.
Annina: Monsieur Rick, what kind of a man is Captain Renault?
Rick: Oh, he's just like any other man, only more so.
Telma Monteiro perdeu, esboroando-se assim uma das raras hipóteses de atletas portugueses (e não de Portugal) chegarem a uma medalha nestes Jogos Olímpicos. Aguarda-se enxurrada de críticas por parte de gente que nunca esteve em posição de conseguir o que quer que fosse por nem sequer alguma vez se ter aplicado a fundo a tentar consegui-lo.
Groucho: Tens motorista... Qual é a marca do teu automóvel?
Chico: Não tenho automóvel. Só motorista.
Groucho: Bem... posso estar a ver mal, mas se tens motorista não devias ter um automóvel?
Chico: Bem, eu tinha um, mas ficava muito caro ter um automóvel e um motorisa, por isso vendi o automóvel.
Groucho: Bem, isso demonstra o pouco que sei sobre as coisas. Eu teria vendido o motorista e ficado com o automóvel.
Chico: Não pode ser. Preciso do motorista para me levar ao trabalho.
Groucho: Mas... se não tens automóvel, como pode ele levar-te ao trabalho?
Chico: Não é preciso levar-me. Não tenho trabalho.
The Marx Brothers, Horse Feathers (tradução livre)
A Associated Press distribuiu aos seus jornalistas um caderno de encargos que ajuda a dividir as águas entre opinião e jornalismo. Algo que se impõe num universo em que as redes sociais vieram baralhar ainda mais a comunicação, expondo os profissionais de informação a situações pouco recomendáveis - diz a AP - como emitir opinião nas suas páginas de Facebook sobre os assuntos que andam a escrever para a agência. Não se trata de não reconhecer a estes profissionais o direito a expressar livremente opiniões em canais de comunicação pessoais e privados, sublinha, mas de admitir que não é possível fazê-lo sem que tal tenha reflexos na credibilidade do seu trabalho, supostamente independente e, por consequência, na credibilidade da agência.
Elementar? Só se for para estes senhores, pois por cá é ver a confusão que reina nos twiters, blogs e páginas de facebook de jornalistas que às horas de expediente produzem informação "escorreita, objectiva e independente" e nas folgas e horas nocturnas a comentam livremente nas suas redes pessoais. Alguns, como já aqui afirmei, até se dão ao luxo de comentar na televisão o que escrevem.
Estas declarações de António Costa a referir que tem qualidades úteis para ser secretário-geral do PS e que houve alturas em que desejou o cargo são, como é óbvio, um frontal ataque à liderança de Seguro. O mesmo, aliás, não tardou a responder-lhe, dizendo que se sentia muito feliz com a qualidade dos dirigentes do partido.
É evidente que António Costa deseja ser Presidente da República ou Primeiro-Ministro, tendo a sua ida para a Câmara de Lisboa o objectivo apenas de arranjar um perfil mais presidenciável, à semelhança do que fez Jorge Sampaio. Com isso António Costa evitou ser arrastado pela desgraça em que ele bem percebeu que iria cair o governo Sócrates, de que fazia parte. Por esse motivo, António Costa não se envolve nos assuntos correntes da Câmara de Lisboa, apenas aparecendo nas grandes cerimónias, e deixando as polémicas para Manuel Salgado.
Aquando da queda de Sócrates, e perante a tragédia em que o país tinha caído, António Costa pensou que o secretário-geral seguinte seria inevitavelmente queimado por essa pesada herança, e recusou-se a avançar, deixando Seguro ser devorado pelas feras. Era de facto o cenário mais previsível, ainda mais tendo o PS um grupo parlamentar maioritariamente socratista e que não hesitaria em desafiar Seguro, como se viu no episódio da fiscalização do corte de subsídios pelo Tribunal Constitucional.
Os cálculos de Costa, no entanto, saíram furados. Em primeiro lugar, Seguro não hesitou em afrontar Costa, como se viu no episódio de ter interrompido uma entrevista que ele estava a dar num programa de televisão. Em segundo lugar, apesar de estar a fazer uma oposição fraquíssima, Seguro tem vindo paulatinamente a ganhar pontos, capitalizando os sucessivos erros e as hesitações em que o governo tem caído. E, por último, a gestão da Câmara de Lisboa está a revelar-se um desastre total, por muitas ajudas que tenha do governo, como foi esta entrega de 286 milhões apenas em troca de um "reconhecimento da propriedade".
Costa sentiu por isso que precisava de desafiar Seguro quanto antes. Efectivamente, o seu caminho aberto pode afinal revelar-se bem fechado e cheio de espinhos.
«Divergências, tudo bem. Traições, não.»
Miguel Relvas, a um seu opositor político