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Delito de Opinião

Para além da espuma

Pedro Correia, 29.06.11

 

Faz-nos falta mais gente sábia a escrever em jornais, gente que consiga ultrapassar a espuma dos dias. Gente como Victor Cunha Rego, que partiu demasiado cedo e deixou um lugar insubstituível. Releio, um pouco ao acaso, a coluna que publicou no DN de 3 de Setembro de 1998. Rematava assim: «Se os dividendos fossem mais bem vistos e apreciados do que as mais-valias - de Chicago a Lisboa -, esse facto também ajudaria a sustentar as bolsas, embora não as inchasse de lucro fácil."

Repito a data: 3 de Setembro de 1998. Olhar para além da espuma dos dias é isto: um texto escrito há 13 anos e mais actual do que muitos de hoje.

Jorge Jesus vai pagar-mas

Rui Rocha, 29.06.11

Jorge Jesus declarou em comunicado que pagou ao fisco 119.000€ (cento e dezanove mil euros) que não devia. As razões que invoca são o reconhecimento ao Vitória de Setúbal, a relação emocional do pai com o clube e a possibilidade de delongas processuais afectarem o seu bom nome. Este é um assunto sobre o qual ninguém lhe perguntou nada, pelo que não era sequer necessário apresentar explicações. E, convenhamos, para dizer o que disse, mais valia estar calado. Alguém, no seu perfeito juízo, acredita que se pague tal valor quando nada se deve e que se assuma tal decisão pelas razões invocadas? Eu, por mim, já sei como vou financiar as próximas férias, o automóvel novo e o apartamento na praia. Uma acçãozinha judicial contra Jorge Jesus, com algum motivo estapafúrdio (a cor do cabelo parece-me um bom começo), e resta esperar que o instinto de preservação do bom nome do JJ faça o resto. Depois, mando notícias a partir do meu novo Ipad, está bem?

Talvez uma volta de teleférico, não?

Rui Rocha, 29.06.11

 

José Blanco é o ministro Espanhol do Fomento. Para simplificar, pode dizer-se que é o irresponsável local pelas obras públicas faraónicas e pelas parcerias impúdico-privadas de nuestros hermanos. Mal comparado, um maluquinho dos comboios como o nosso Mendonça. Ao que parece, ficou muito incomodado com a suspensão do TGV. Pelo visto, o ministro Blanco também estava entusiasmado com a possibilidade de utilizar o TGV para ir a banhos na Caparica. É claro que talvez não fosse pior que o ministro Blanco se entretivesse com questões como o número de passageiros de alguns troços do TGV em Espanha. A utilização média diária atingiu os 9 passageiros, circunstância que, naturalmente, obrigou ao encerramento do serviço. Ou com o aeroporto de Castellon que, à falta de aviões, será utilizado como ponto de partida de uma etapa da Volta a Espanha. É que nós por cá já temos com que nos entreter com os estádios do Euro, os 7 passageiros semanais do aeroporto de Beja e os 150 milhões de euros que o consórcio ELOS se prepara para pedir ao Estado como indemnização pela suspensão do TGV. Entre outros legados da mesma espécie. Por isso, e atendendo a que estamos no início da época estival, penso que José Blanco devia ir passear. À falta de TGV que o leve à Caparica, sugiro-lhe uma outra praia, bem mais próxima de Madrid. E, na falta de comboio de alta velocidade, recomendo uma voltinha no teleférico da Penha, em Guimarães. É uma espécie de TGV. Suspenso.

Duas opiniões actuais e um texto antigo

Ana Lima, 29.06.11

Numa altura em que o actual presidente e um ex-presidente comentaram a situação da Grécia recorda-se, sem qualquer intenção de concordância ou discordância, o que dizia Eça de Queiroz em 1872:

"Nós estamos num estado comparável, correlativo à Grécia: mesma pobreza, mesma indignidade política, mesmo abaixamento dos caracteres, mesma ladroagem pública, mesma agiotagem, mesma decadência de espírito, mesma administração grotesca de desleixo e de confusão.
Nos livros estrangeiros, nas revistas, quando se quer falar de um país católico e que pela sua decadência progressiva poderá vir a ser riscado do mapa –citam-se ao par a Grécia e Portugal. Somente nós não temos como a Grécia uma história gloriosa, a honra de ter criado uma religião, uma literatura de modelo universal e o museu humano da beleza da arte."

Eça de Queiroz, in 'Farpas (1872)

Notas de viagem (1/5: Zermatt)

José António Abreu, 28.06.11

Preâmbulo

Estou de volta (estejam à vontade para festejar porque, por muito que goste de vocês – especialmente de ti; sim, tu, com o Toshiba cor-de-rosa –, não serei eu a fazê-lo). Tendo rabiscado umas quantas notas que não cheguei a publicar, vou desfazer-me delas durante os próximos dias. Depois talvez comece a prestar atenção ao novo governo. Ou não: estados de graça não combinam comigo.

Não me perguntem porquê mas o Matterhorn fascina-me. Há um ano passei uma semana e tal na Suíça mas não tive oportunidade de chegar tão a Sul. Por isso este ano conduzi de Milão até Zermatt, passando pelo lago Como, pelo Ticino e pelo vale de Domodossola, em grande medida para o ver. A minha opinião sobre a Suíça continua a ser extremamente positiva e não, o Federer nada tem a ver com o assunto – ou talvez apenas um pouco mas não mais do que o chocolate. A circunstância de ter nascido junto ao sopé da Serra da Estrela poderá ser mais relevante (acredito que há uma espécie de genética do local de nascença) mas, acima de tudo, gosto na Suíça da mistura de natureza agreste com civilização. E do facto de as temperaturas raramente atingirem valores excessivos (o meu cérebro entra em default quando os termómetros sobem dos vinte e cinco graus). Claro que em férias também não convém que esteja muito frio nem que chova nem que a paisagem se encontre por trás de um manto de neblina. Felizmente, apanhei um tempo espectacular. Tão espectacular que apenas o topo do Matterhorn se manteve permanentemente encoberto. Juro que aprecio a ironia. Seja como for, o resto mais do que justificou a deslocação. E sempre posso fazer novo desvio para o ver quando for, sei lá, à Sicília.

Em Zermatt não circulam veículos com motor de combustão interna. Os automóveis têm de ser deixados em Täsch, a cerca de cinco quilómetros e meio. A partir daí, usa-se o comboio. Os hotéis de Zermatt enviam pequenos veículos eléctricos à estação recolher hóspedes e bagagem. São veículos curiosos, paralelepípedos toscos com rodas. O condutor do veículo do hotel Mirabeau (o buffet de pequeno-almoço tem pães e bolos sublimes) usa uma plaquinha com o nome “Jorge”. É português. Explica que se encontra em Zermatt há cerca de quatro anos e que está longe de ser o único português ali. Ouviu dizer – não sabe se é verdade – que são perto de três mil ou quarenta por cento da população. Sei que há muitos portugueses na Suíça mas ainda assim fico surpreendido. Rapidamente constato que os números de Jorge não devem andar longe da realidade. No hotel, um Avelino leva a bagagem até ao quarto. Mal regressado à rua, cruzo-me com um homem vestindo uma camisola do Futebol Clube do Porto. Grupos passam a falar em português. Crianças com trotinetes gritam em português. No dia seguinte, a funcionária de uma loja, rapariga louríssima, explica em português que, não sendo portuguesa, como tem amigas que o são já consegue falar a língua. Digo-lhe que a fala muito bem (é verdade). Torna-se simultaneamente gratificante e desconfortável estar rodeado de tantos portugueses. Gratificante porque, apesar de me encontrar no coração dos Alpes, é como se não se estivesse verdadeiramente num lugar estranho. Desconfortável porque sinto ter usurpado um poder que não condiz comigo: tão português como os restantes, por que diabo gozo do privilégio de ser turista? Mas ei – isto sou eu. Felizmente muitas pessoas não têm pruridos deste género (desconfio que algumas até gostarão de poder sentir-se superiores) e, de qualquer modo, questões existenciais não devem dissuadir quem quer que seja de ir até Zermatt ou qualquer outro ponto da Suíça. Aliás, vai-se a ver e é por serem confeccionados por portugueses que os pães e os bolos são tão bons.

Dez perguntas, dez respostas

Pedro Correia, 28.06.11

Miss Pearls lança-me este desafio, a que respondo com gosto. Até porque detesto a pose snob e enjoada de alguns bloguistas que odeiam ser maçados com inquéritos deste género lá do alto das suas níveas torres de marfim.

Aqui vai:

 

1. Existe um livro que relerias várias vezes?
Há vários. O Aleph, de Borges. O Processo, de Kafka. O Estrangeiro, de Camus. Já reli estes e outros.

2. Existe algum livro que começaste a ler, paraste, recomeçaste, tentaste e tentaste e nunca conseguiste ler até ao fim?
O Livro Verde, do Kadhafi.

3. Se escolhesses um livro para ler no resto da tua vida, qual seria?
Naturalmente, o Livro do Desassossego.

4. Que livro gostarias de ter lido mas que, por algum motivo, nunca leste?
By-Line, que reúne os textos jornalísticos de Hemingway.

5. Que livro leste cuja “cena final” jamais conseguiste esquecer?
Os Maias, quando Carlos e João da Ega concluem que "não vale a pena correr para nada". Tão português e tão actual que até dói.

6. Tinhas o hábito de ler quando eras criança? Se lias, qual era o tipo de leitura?
Os Cinco, os Sete. O Tintim. Blake & Mortimer. Buddy Longway. Ivanhoe, do Walter Scott. As biografias de 'heróis nacionais' escritas por Adolfo Simões Müller. As histórias da Dona Redonda, de Virgínia de Castro Almeida (alguém ainda se lembrará dela?). Os Três Mosqueteiros, Robinson Crusoe. Depois passei a devorar policiais: até os do A. A. Fair marcharam. Sem esquecer os contos e as novelas do Jack London, a que regresso ainda hoje com o deslumbramento de sempre. E o Verne, claro: O Farol do Cabo do Mundo, A Mulher do Capitão Branican, O Náufrago do Cynthia. Só de escrever estes títulos sinto vontade de partir novamente de aventura em aventura. Da Viagem ao Centro da Terra às Vinte Mil Léguas Submarinas.

7. Qual o livro que achaste chato mas ainda assim leste até ao fim? Porquê?
O Fim da História e o Último Homem, do Fukuyama: maçudo, inócuo, rebarbativo. A meio ficou A Caverna (Saramago). E não passei das primeiras doze páginas de Rumor Branco (Almeida Faria). Nem das primeiras quatro páginas de Quartos Imperiais, de Brest Easton Ellis.

8. Indica alguns dos teus livros preferidos.
Debaixo do Vulcão (Malcolm Lowry) - o livro da minha vida. O Fim da Aventura (Graham Greene). O Zero e o Infinito (Arthur Koestler). Memórias de Adriano (Marguerite Yourcenar). Adeus às Armas (Ernest Hemingway). A Condição Humana (André Malraux). Moby Dick (Herman Melville). O Retrato de Dorian Gray (Oscar Wilde). O Pavilhão dos Cancerosos (Alexandre Soljenitsine), 1984 (George Orwell). Os Nus e os Mortos (Norman Mailer). Até à Eternidade (James Jones). O Céu que nos Protege (Paul Bowles). Não Matem a Cotovia (Harper Lee). As Vinhas da Ira (John Steinbeck - para quando uma boa tradução em português desta obra-prima da literatura universal?)

9. Que livro estás a ler? 
Nestas férias em Cabanas leio um romance divertidíssimo: Viagens com a Minha Tia, de Greene. Um sobrinho chato e sedentário é arrastado para vários países pela tia, uma velha gaiteira em tudo o oposto dele. Um livrinho que comprei há semanas, por quatro euros, na fascinante Livraria Galileu, em Cascais - "um relicário de livros antigos", como bem lhe chama a Anamar.

10. Indica dez amigos para responderem a este inquérito.
Dez amigos blogosféricos: a Eugénia de Vasconcellos, o Samuel Filipe, a Helena Ferro de Gouveia, o Rui Bebiano, a Marta Costa Reis, o Luís Serpa, a Ivone Costa, o Rui Vasco Neto, a Marisa e o Pedro Jordão.

Grande abraço, João

Pedro Correia, 28.06.11

 

Um dos nossos companheiros de blogue, talvez o mais jovem de espírito, acaba de festejar "cinquenta primaveras". Com ele é assim: o bom humor que o caracteriza, mesmo nos tempos mais difíceis, torna-o definitivamente incapaz de ultrapassar o meio século. Amigos e colegas, do Porto a Macau, fizeram questão de o abraçar nesta data festiva. A foto – já publicada, e muito bem, no Pau Para Toda a Obra – testemunha um dos momentos altos do 'conbíbio', numa bela varanda virada para o mar, a escassos metros da praia da Madalena, em Gaia. Às tantas, sabe-se lá porquê, este grupo pôs-se a cantar "O Vento Mudou", no mesmíssimo local, em versão de fazer corar o Eduardo Nascimento e arrepiar alguns vizinhos mais sensíveis. Malhas que a maresia tece...

Grande abraço, João.

O Sr. Requeijão.

Luís M. Jorge, 28.06.11

Durante muitos anos tentei gostar de requeijão. Provava-o quando podia, misturava-o com coisas, comprava embalagens que apodreciam no frigorífico intocadas ou debicadas, logo abandonadas. Não tenho má vontade contra o requeijão. Nem aquela matéria branca, esponjosa, insonsa, popular tem culpa de que eu não a aprecie. Há alturas em que o mundo deve seguir o seu caminho, e nós o nosso, sem ressentimentos.

 

O Verão também é isto

Ana Margarida Craveiro, 27.06.11

O Bruno resolveu aqui perguntar pelas minhas leituras. Aqui está a resposta:

 

1 - Existe um livro que lerias e relerias várias vezes?

Existem vários que já li e reli. A qualidade dos livros e o orçamento apertado a tanto obrigam. Assim de repente lembro-me de A Luz em Agosto, do Faulkner, que reli no Verão passado.

 

2 - Existe algum livro que começaste a ler, paraste, recomeçaste, tentaste e tentaste e nunca conseguiste ler até ao fim?
Houve um tempo em que me obrigava a ler os livros até ao fim. Depois, felizmente, cresci e percebi que o tempo não estica. E que aquela quarta ou quinta página do Exortação aos Crocodilos não significava assim tanto.

 

3 - Se escolhesses um livro para ler para o resto da tua vida, qual seria ele?
Não sou assim tão obsessiva.

 

4 - Que livro gostarias de ter lido mas que, por algum motivo, nunca leste?
Ainda sou muito nova para esse género de arrependimentos.

 

5- Que livro leste cuja 'cena final' jamais conseguiste esquecer?
Não sou muito de finais, mas de começos.

 

6- Tinhas o hábito de ler quando eras criança? Se lias, qual era o tipo de leitura?
Sim. É um verdadeiro milagre da natureza só ter precisado de óculos aos 27 anos. Lia tudo o que me aparecesse à frente. Se por algum motivo me parecesse desapropriado para a idade, metia debaixo da cama e lia de lanterna.

 

7. Qual o livro que achaste chato mas ainda assim leste até ao fim? Porquê?

O livro que mais me entediou até hoje é O Pêndulo de Foucault, do Umberto Eco. A dada altura, apetecia-me atirá-lo contra as paredes. Don’t ask.

 

8. Indica alguns dos teus livros preferidos.

Mais que livros, tenho autores. Alice Munro, Iris Murdoch, Vergílio Ferreira, John Updike, Gore Vidal, Colm Toibin, Ali Smith, Rentes de Carvalho, Halldór Laxness, Knut Hamsun, Lars Saabye Christensen, Somerset Maugham. E mais, e mais. Mas o critério é mesmo esse, de autores.

 

9. Que livro estás a ler neste momento? 
Ali Smith, A Primeira Pessoa. A Quetzal achou por bem publicá-la em português, e eu agradeço.

 

10. Indica dez amigos para o Meme Literário:

Deixo o questionário aberto aos leitores. Partilhem na caixa de comentários, se vos apetecer.

Dão-se alvíssaras

Sérgio de Almeida Correia, 27.06.11

 

Eu quase que jurava que desde as eleições de Novembro de 2001 que a Dinamarca era governada por coligações entre conservadores e liberais e que crises como a que afectam Portugal eram da exclusiva incompetência de socialistas e quejandos.

Bem sei, também, que a Grécia não serve de exemplo e que o estado a que chegou, numa altura em que era governada pela Nova Democracia, não sendo da responsabilidade do Pasok, será seguramente de todos os gregos. 

Mas ao ler o que continua a passar-se na Dinamarca fiquei a pensar se os nossos novos ministros das Finanças e da Economia nos poderão explicar o que está a acontecer por aquelas bandas e se isso tem alguma coisa que ver com os desmandos socialistas, com a falta de supervisão, com a dimensão do Estado social ou com o bagunça típica dos europeus do Sul.

Pode ser que esteja enganado, mas não tendo Teixeira dos Santos ou José Sócrates passado por ali, e sendo a Dinamarca uma monarquia constitucional, quer-me parecer que começam a ser falências a mais e que a coisa não deverá ser apenas um problema da má governação socialista.

Índice do populismo

Pedro Correia, 27.06.11

Aqui há uns anos, um mestre-escola do pensamento político nacional espalhou o rótulo "populista" a propósito fosse do que fosse. Como tais coisas entre nós costumam pegar de estaca, foi exactamente isso que sucedeu neste caso: a partir daí, não houve aprendiz de comentador político que não usasse a expressão, banalizando-a e esvaziando-a de tal maneira que passou a equivaler quase ao clássico "isto só lá vai com dez salazares" bramido por taxistas.

Ei-lo já de volta, este qualificativo que em vez de enriquecer o debate político apenas o empobrece, reduzindo-o a coisa nenhuma. É "populismo" pôr fim aos inúteis governos civis, tal como seria "populista" mantê-los em funções. É "populismo" designar um governo mais jovem do que o anterior, tal como seria "populista" formar um governo mais maduro. É "populismo" passar a viajar em classe económica nas deslocações aéreas no continente europeu, aliás como o mais elementar bom senso recomenda num país em crise. E - sei lá - talvez até seja "populismo" ter passado a pôr de lado as gravatinhas monocromáticas muito em voga no consulado Sócrates, substituindo-as por gravatas com padrão, como já notou o nosso arguto jornalismo político.

Por mim, gostaria que não se abusasse desta expressão. Se algum dia surgir por aí um Pim Fortuyn, um Jörg Haider, uma Marine Le Pen ou algo como o Partido dos Verdadeiros Finlandeses, perceberão que este é um termo que convém usar com rigor, propriedade e parcimónia. Para não meter tudo no mesmo saco. E para não baralharmos as ideias e os conceitos mais ainda do que já estão.

A confissão.

Luís M. Jorge, 27.06.11

O líder do PSD quis um independente a comandar a Assembleia da República. Mário Soares e os candidatos do PS desejam a refundação do partido que há bem poucos meses cabia no bolso do senhor noventa e oito por cento. Miguel Portas propõe a saída dos quatro fundadores. Depois da longa anestesia, chega a mensagem: venham outros. O regime nunca tinha confessado com esta clareza a sua impotência.