Rasgos (17)
Gary Chang
ou
Quando a arquitectura vira magia
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Gary Chang
ou
Quando a arquitectura vira magia
"IMPACTAR"
2º dia - Escrevo num bloco-notas manhoso. São 18.40h e já estou a jantar. Preciso de comer cedo para me deitar cedo, a ver se recupero da directa que tenho em cima. Este é o meu primeiro dia em Tóquio. Cheguei de manhã, a tempo de circular umas horas pelas ruas, meio à toa, só para sentir esta cidade de fusão, mas agora estou knock-out. Janto na esplanada de um restaurante que se situa perto de uma estação de comboio. Observo o movimento da hora de ponta e penso: "Já vi isto". Os bandos de meninas com farda de colégio, os funcionários do terciário de telemóvel e pasta. Tudo cenas de reportagem ou de filme. Passou mesmo agora por mim uma mulher de quimono e chinelas. Parece que passou de propósito para a meter nesta carta. Pensava que já ninguém andava assim na rua, mas hoje vi uma meia dúzia de mulheres com esta indumentária.
Não é a primeira vez que me encontro rodeada de gente que não é da minha raça, mas neste caso estou a estranhar mais a situação. Já me interroguei porquê e cheguei a uma conclusão: aqui eles vivem num mundo que em muitos aspectos não contrasta com o nosso, por isso ficamos com a sensação de que estamos perante um paradoxo qualquer.
Bocejo. E outro e outro. Vou ter de interromper a escrita. O resto será somado aos poucos, imagino que nas mais diversas situações.
«Estou solidário com Manuela Ferreira Leite, mas convém lembrar que eu não fiz parte da direcção de Manuela Ferreira Leite.»
(José Pacheco Pereira a António Costa, pela referência que este lhe dirigiu sobre a "derrota pesadíssima da anterior direcção do PSD", na Quadratura do Círculo, SIC-Notícias.)
A 31 de Março, José Sócrates afirmou que a eventual necessidade de um orçamento rectificativo em 2010 "é uma invenção da oposição". Depois falamos.
Concordo inteiramente com a suspensão de funções do cônsul português, "até cabal esclarecimento das investigações que o envolvem pessoalmente". O que me espanta é que tão pronta medida não tenha sido também aplicada a outros casos, a começar pelo do próprio primeiro ministro do governo que a tomou. Os exemplos devem vir de cima, sempre ouvi dizer.
No dia em que ocorre precisamente (mais) um golpe de Estado na Guiné-Bissau, o IPRIS publica a nova edição do seu IPRIS Lusophone Countries Bulletin. O índice deste número:
"Angola’s new Constitution: The old hegemony authorized?", por André Monteiro;
"Threats to food sovereignty in Guinea-Bissau", por Alexandre Abreu;
"Mozambique and Portugal: Is the Cahora Bassa issue solved, once and for all?", por Francisco Pavia;
"Portugal and the gas market of the South", por Paulo Gorjão;
"São Tomé and Príncipe: 12 oil ministers since 1999, but not a single drop of oil yet", por Gerhard Seibert;
"The Recurring Dilemma in Timor Leste: Tribunals or Trade?", por Kai Thaler; e,
"Brazil’s National Defense Strategy: At last, matching words with deeds?", por Pedro Seabra.
O que terá de tão mágico este fresco de Leonardo Da Vinci, para fazer correr rios de tinta e inspirar tantas interpretações ?
Aceitam-se sugestões para o mistério.
E, já agora, boa Páscoa para todos.
Uma medida que já vem com anos de atraso, mas que mesmo assim é de louvar: As empresas que recorram a estagiários para desempenharem funções permanentes serão obrigadas a colocar esses trabalhadores no quadro. A medida está prevista no documento que a ministra do Trabalho, Helena André, entregou ontem aos parceiros sociais e que visa proibir os estágios extracurriculares não remunerados.
"Um tipo que vive à custa de bens não-transaccionáveis do mercado doméstico, considero um escândalo."
Mira Amaral na SIC-N, sobre os mais de três milhões de euros de "prémio de gestão" do presidente da EDP, António Mexia
Aos colegas de Delito e caríssimos leitores, desejo uma boa Páscoa. Já eu vou passar os próximos dias a reflectir sobre a minha condição de "pessoa humana" (que gargalhada, João!) num sítio onde dificilmente terei ligação à internet ou rede de telémovel: a minha aldeia no Alentejo. Não serei um "eremita da planície", como o nosso amigo de Ourique, mas quase (e a aldeia nem é tão longe quanto isso de Ourique). Entretanto, se alguém descobrir onde se pode comprar folar de Olhão em Lisboa, por favor diga qualquer coisa, que eu agradecerei assim que voltar (é que os folares de Olhão são mesmo muito bons, e longe vão já os tempos em que eu dividia casa com um algarvio).
"POSICIONAMENTO"
Não sei quanto é que ele valerá em postes de alta tensão, mas gostava de saber se há alguma empresa privada portuguesa (nada de empresas onde o Estado tenha uma golden share) que esteja disposta a pagar-lhe o que ele ganha na EDP. Se houver, agradeço que deixe ficar o contacto para eu poder transmiti-lo ao Dr. Teixeira dos Santos. O senhor ministro das Finanças, tal como eu, está preocupado com a crise e gostava de ter o contacto de algumas empresas que o ajudassem a reduzir alguns custos.
Tenho-o na conta de um excelente profissional, pese embora aquela passagem pelos governos dos submarinos e dos sobreiros. Não é isso que está em causa, nem é por aí que o activo - capacidade de trabalho e competência - se desvaloriza. Mas duvido que haja alguma coisa que justifique a razoabilidade de salários desta ordem de grandeza, pagos por uma empresa de serviço público e cuja riqueza foi construída ao longo de décadas com as contribuições de todos os portugueses.
Do ponto de vista ético e moral, com os números do desemprego que hoje temos e as dificuldades por que muitos passam, é algo de verdadeiramente escabroso.
Isto poderá não ser facilmente percebido pelo centrão, por Armando Vara, Fernando Gomes ou alguns dirigentes do meu partido, mas José Sócrates tinha a obrigação de dizer uma palavra sobre isto. Nenhum Estado social de direito, nenhuma democracia decente na nossa situação, pode conviver facilmente com isto. Eu, pelo menos, sinto-me profundamente desconfortável. E se logo quando chegar a casa tiver de novo os vídeos a piscarem e o gelo derretido por ter tido uma nova quebra de corrente na minha zona, ainda mais desconfortável vou ficar.
P.S. Para alguns leitores que não me conhecem de lado nenhum, que ainda não perceberam o óbvio e que insistem em fazer comentários desagradáveis nas caixas de comentários, esclareço que penso pela minha cabeça, não faço fretes (nunca fiz nem faço tenções de vir a fazer a ninguém), não respondo pelos erros alheios, apenas pelos meus, e nunca tive medo de assinar por baixo tudo aquilo que penso, resolvo escrever e aqui publico, com a tolerância e a compreensão dos co-autores deste blogue.