"O engenheiro Zeinal já se assumiu como o pai daquele negócio fracassado [entre a PT e a TVI]. Eu assumo-me aqui como a pílula do dia seguinte desse negócio."
Henrique Granadeiro, hoje, na comissão parlamentar de inquérito
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"O engenheiro Zeinal já se assumiu como o pai daquele negócio fracassado [entre a PT e a TVI]. Eu assumo-me aqui como a pílula do dia seguinte desse negócio."
Henrique Granadeiro, hoje, na comissão parlamentar de inquérito
"In 1995, it was estimated that 90% of parliamentarians had outside jobs. This was one reason why attendance was poor irrespective of the colour of the government. The scrutiny of legislation suffered as a result and poorly worded and defective legislation was common."
Sobre a Roménia. E por cá, qual é a desculpa?
A legitimidade popular pode ser usada para evitar a responsabilidade pelos erros políticos cometidos.
"INSTITUCIONALIZAÇÃO"
A blogosfera de Sócrates reconhece que o PSD ultrapassou o PS nas sondagens, mas sublinha que os portugueses não querem eleições antecipadas. Pois não. Não querem os portugueses, nem quer Pedro Passos Coelho.
O primeiro-ministro é para cozer em lume brando, até atingir uma consistência levemente cremosa, que cubra o fundo da colher. Chama-se uma redução.
2550 A.C. Confrontado com uma praga de gafanhotos e com a maçadora volubilidade do Nilo,
o faraó decide estimular a procura interna.
do Adolfo para o Ministro das Finanças, no programa Descubra as Diferenças.
Esta semana, André Abrantes Amaral e Antonieta Lopes da Costa em debate com Ana Margarida Craveiro e Adolfo Mesquita Nunes.
Juntos, analisam alguns dos principais temas da actualidade:
- ‘Rating’ ao fundo – Os mercados financeiros ficaram nervosos após o corte do ‘rating’ da república portuguesa pela Standard & Poor's. Depois da Grécia, seremos nós?
- Corrupção absolvida? – O administrador da Bragaparques, Domingos Névoa, foi absolvido pelo Tribunal da Relação de Lisboa da tentativa de suborno de um vereador do município lisboeta. A decisão parece ter abalado a já pouca confiança que os cidadãos têm nos tribunais. Será caso para tanto?
- Recuos do governo – O governo aprovou uma alteração à lei do funcionamento dos tribunais, prevendo a suspensão dos prazos judiciais, no período entre 15 e 31 de Julho. Esta alteração e o novo estatuto do aluno, entretanto também apresentado, são mais sinais da fraqueza deste governo?
Hoje, às 18.05, repetição no domingo às 19.05, em 90.4 FM.
Interrompo os clássicos para dar-vos conta de um episódio (recorrente em mim, como já aqui expliquei) que voltou a acontecer-me recentemente. Desta vez, num concerto do grupo Deolinda. Gostei de vê-los/ouvi-los ao vivo e percebi que o seu grande trunfo é a comunicação directa com o público. Não sendo o tipo de música que oiço em casa, reconheço que Ana Bacalhau tem uma fortíssima presença em palco e pôs toda a gente a cantar e a dançar. Mas... mal tinham arrancado os primeiros acordes desta canção (foi a primeira do alinhamento, se não me engano) e eu já estava a ouvir outra. Uma outra letra, em inglês, que nem sequer recordava bem, mas - diga-se em abono da verdade - com muito menos graça e qualidade do que a letra portuguesa. Para além de um sopro familiar de António Variações no refrão, havia uma melodia conhecida a buzinar-me ao ouvido, que atravessava toda a canção. Cheguei a casa e fui investigar, claro. Encontrei as Baccara e o seu Yes, sir, I can boogie. Estava explicado.
Acredito piamente que Pedro da Silva Martins, apresentado no novíssimo álbum dos Deolinda como autor de todas as letras e músicas, não tivesse feito de propósito. Há memórias que nos ficam escondidas num canto qualquer do subconsciente e se insinuam, feiticeiras, nas criações que acreditamos serem nossas. Com as melodias isso deve acontecer muito. Pero que las hay, las hay... e o single de estreia de "Dois Selos e um Carimbo", Um contra o outro - cuja semelhança com uma canção anterior é mais subtil do que as que tenho aqui trazido - será talvez um bom exemplo disso. Ironicamente, começa assim a letra: "Anda/ Desliga o cabo/ Que liga a vida/ A esse jogo/ Joga comigo/ Um jogo novo/ Com duas vidas ...".
Ora bem, o que se passou comigo foi eu não ter conseguido desligar o cabo. Por isso fui parar à vida anterior deste "jogo com duas vidas".
Yes, sir, I can boogie - Baccara
Esta canção, que foi um êxito estrondoso desde o primeiro momento - o mais significativo na carreira das Baccara, se não o único - teve inúmeros covers. O último conhecido data de 1977, num álbum de êxitos chamado Top of the Pops, Volume 62 , que usou a canção sem atribuir os créditos devidos aos músicos originais. O último? Não. O último, para mim, é o refrão de "Um contra o outro", a canção dos Deolinda. Deixo ao vosso imperial polegar o julgamento da minha tese.
O Governo recusa-se a cancelar os projectos faraónicos do TGV e do novo aeroporto. No momento actual, esta atitude deve-se a pura teimosia: não só seria demasiado custoso ao PS dar a mão à palmatória, como quase humilhante explicar ao eleitorado o porquê de mais uma traição ao seu programa eleitoral. Nesta contabilidade, o Governo socialista volta a colocar as suas prioridades político-eleitorais à frente dos interesses do país. Que se registe, para memória futura.
Novo recorde de visitas num só dia ontem registado no DELITO: 12 676 leitores, com 16 551 páginas visitadas. Isto no dia em que ultrapassámos a marca dos 600 mil visitantes.
Aquela espécie de Bloco Central informal desfez-se umas 24 horas depois. As notícias sobre o entendimento das gravatas lisas foram manifestamente exageradas.
Agora fora de brincadeiras: acho muito bem que Passos Coelho mande José Sócrates dar uma volta ao bilhar grande. O entendimento do PSD, enquanto partido de centro-direita, não pode passar por mais socialismo. Foi isso, em parte, que nos meteu nesta embrulhada, e o PSD não pode, nem deve, pactuar com uma solução que, afinal, é parte do problema. Quanto a mais negociações, é como o povo diz: à primeira todos caem, à segunda só quem quer. Qualquer futuro entendimento tem de ter um caderno de encargos e linhas vermelhas bem explícitas por parte do PSD.
Num interessantíssimo texto publicado n' O Cachimbo de Magritte, Pedro Picoito anuncia uma original condição de militante: desde a eleição de Pedro Passos Coelho, passou a uma espécie de exílio interior, remetendo-se à clandestinidade dentro do partido a que teima em pertencer. Continuará a pagar as quotas do PSD, ao que se presume, mas suspende o voto. Invocando, entre outros motivos relevantes, o facto de Passos Coelho usar gravatas muito parecidas com as do actual primeiro-ministro.
Ignorante que sou nestas andanças partidárias, presumia eu que o primeiro dever estatutário de um militante é votar no partido de que faz parte. Pedro Picoito esclarece-me que não: afinal é possível permanecer simultaneamente dentro, pagando quotas, e também fora, não votando no partido em que se milita. Atitude diferente, portanto, da que assumiu o Duarte Calvão, que devolveu à procedência o cartão laranja mal Passos foi eleito com uns expressivos 61% dos votos.
Entendo a decisão do Duarte. Mas, pela mesma lógica, tenho alguma dificuldade em entender a atitude de Pedro Picoito, que equivale à quadratura do círculo: como militar num partido cujo líder se detesta ao ponto de merecer o epíteto de relógio parado? Por mim, se fosse pessoa para aconselhar alguém, recomendar-lhe-ia uma solução marxista, tendência Groucho: nunca pertencer a um clube que o aceitasse como sócio. Como os proletários do século XIX, nada teria a perder senão as grilhetas.
"GRANDE SUPERFÍCIE"