O comentário da semana
"Demagogia. É o que há à volta dessa história dos feriados e pontes!
Serão raros os empregados deste país que não paguem as favas por uma ponte ou feriado. Porquê? Porque, na maior parte dos empregos, quando não se trabalha em determinados dia por esses motivos, não significa que o trabalho não tenha que se fazer! Significa que ele tem de ser feito na mesma! Ou seja, se o trabalhador tiver direito às pontes e feriados, terá que vergar a moleta nos restantes dias para que, nos dias em que não vai, tudo esteja assegurado.
É, portanto, perfeitamente falacioso que se venha falar em baixa de produtividade em alturas de pontes e feriados.
Os patrões deveriam ser os primeiros a reconhecer esta situação. Porquê? Por causa da globalização. Grande parte das empresas tem que estender os seus serviços a outros países, que não têm os mesmos feriados ou pontes. Logo, há funções que têm que ser asseguradas em nome da responsabilidade e dos compromissos assumidos. Por isso, um trabalhador que goze ponte ou feriado, principalmente no sector privado, teve antes que deixar o serviço em dia.
Pessoa próxima que trabalhava numa multinacional de fama dizia, sempre que aparecia uma dessas semanas com pontes e feriados: 'Semana de quatro dias úteis - estou lixado!' Porquê? Porque ele e colegas, à semelhança de milhares, tinham que fazer o trabalho de cinco dias úteis, em quatro! Todo! Obviamente que não havia horas de entrar em casa, nessa semana!
Então como é?!
Claro que falo do sector privado. Onde mais se labuta, onde os patrões mais se queixam e onde os feriados e pontes têm um impacto muito menor do que em outros sectores.
Como o público!"
Da nossa leitora Lúcia. A propósito deste texto do Carlos Barbosa de Oliveira.