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Delito de Opinião

O ego da Joaninha salvou o PS

André Couto, 01.08.09

Joana Amaral Dias (JAD) tem um ego necessitado de muitos olhos e penas a ele dedicados. Não é defeito, é um feitio criticável e louvável como qualquer outro.

Em entrevista à SIC reafirmou ontem o convite que lhe terá sido feito por Paulo Campos, Secretário de Estado das Obras Públicas. Repito então a pergunta que me surgiu há dias: porque não reagiu assim quando há dois anos foi convidada para ser mandatária da candidatura de Mário Soares?

Desde essa altura JAD desapareceu da vida do Bloco de Esquerda. O auge deste ocaso deu-se no último Congresso quando foi afastada da Mesa Nacional do Partido e, mais grave que isso, excluída a sua imagem dos vídeos que incessantemente passavam com a história do Bloco de Esquerda.

Não mais se vira JAD, mas eis que ressurge envolta em polémica, bem ao seu gosto. É a estrela do Verão político!

JAD foi sondada, felizmente. Orgulho-me que o Partido Socialista esteja activo na busca de mais valias independentes na Sociedade Civil. JAD apoiou Mário Soares contra o candidato do seu Partido, foi excluída da Mesa Nacional e raramente tem sido vista como rosto do Bloco de Esquerda. Há mal que seja sondada para integrar as Listas do Partido Socialista?

Compreendo que em plena crise existencial a Joana tenha chegado ao pé do Francisco e dito: "Estás a ver! Não me queres nas listas mas eles querem! Não tenhas cuidado, não...". O que queria é que a Joana e o Francisco compreendessem que o País não tem nada a ver com essas ciumeiras e muito menos com a crise de identidade de um Bloco que, consumido em questiúnculas internas e sem identidade própria una, vê fugir ou ameaçar de fuga os seus melhores quadros.

Felizmente JAD agiu desta forma. É que estou certo que o seu ego seria incompatível com o compromisso que o Partido Socialista lhe propunha. Mais tarde ou mais cedo daria asneira.

 

(Também no SIMplex)

Teste cinematográfico 11

Teresa Ribeiro, 01.08.09

Vienna – Há cinco anos amei um homem. Não era bom nem mau, mas amava-o. Queria casar com ele, trabalhar com ele, construir algo para o futuro.
Johnny – Deviam ter vivido felizes para sempre.
Vienna – Mas não viveram. Acabaram tudo. Ele não se via preso a uma família.
Johnny – Parece que a rapariga foi esperta em livrar-se dele.
Vienna – Lá isso foi. Aprendeu a nunca mais amar ninguém.
Johnny – Cinco anos é muito tempo. Deve ter havido bastantes homens...
Vienna – Os suficientes.
Johhny – Que aconteceria se ele  voltasse?
Vienna – Quando um fogo se extingue só restam cinzas.
Johnny – Quantos homens já esqueceste?
Vienna – Tantos quantas as mulheres de que te lembras.
Johnny – Não te vás embora.
Vienna – Nâo me mexi.
Johnny – Diz-me uma coisa bonita.
Vienna – Que queres ouvir?
Johnny – Mente-me. Diz-me que esperaste todos estes anos.
Vienna – Esperei todos estes anos.
Johnny – Que morrerias se eu não voltasse.
Vienna – Morreria se tu não voltasses.
Johnny – Diz-me que ainda me amas como eu te amo.
Vienna – Ainda te amo como tu me amas.
Johnny – Obrigado. Muito obrigado.”

 

Reconhecem este diálogo? Pertence a que filme?

 

Solução do teste anterior: Aurora (1927) de Murnau

Pacheco ao espelho

Pedro Correia, 01.08.09

Pacheco Pereira, parceiro do candidato socialista à Câmara de Lisboa num programa semanal de comentário político, sente uma irreprimível nostalgia dos tempos em que a blogosfera política praticamente se resumia a ele próprio com exclusão de todos os outros. Nessa época de ouro, proclama Pacheco, "a voz crítica da blogosfera preferia relatar alguma coisa de interessante que não vinha nos jornais nem na televisão". Hoje, vejam lá a maçada, "a situação da blogosfera política, em particular da colectiva, é a de um contínuo com os jornais, que não vem apenas da cada vez maior participação de jornalistas em blogues, mas de uma linguagem e agenda comuns, de uma partilha de objectivos igualmente comuns. A sua autonomia em relação à vida partidária é cada vez mais escassa, e nela proliferam candidatos e jornalistas, candidatos a deputados, candidatos a comentadores, uns que já fizeram o salto, outros que desejam ardentemente fazê-lo".

Acontece que esta arenga tão indignada contra os rumos actuais da blogosfera não pode encontrar melhor destinatário do que o próprio autor das linhas que citei. Por mim, não conheço ninguém na blogosfera política com tão pouca autonomia em relação à vida partidária como José Pacheco Pereira, conselheiro privilegiado de Manuela Ferreira Leite, fotógrafo privativo da presidente do PSD e putativo candidato a deputado pelos sociais-democratas.

Discrepâncias

Leonor Barros, 01.08.09

Depois de o Tribunal Constitucional se ter recusado a aceitar o pedido de todos os partidos com assento na Assembleia da República, à excepção do Partido Socialista, para apreciar alguns artigos do Decreto que regulamenta a avaliação de professores, uma vez que "não lhe compete, no âmbito da fiscalização sucessiva abstracta, conhecer de eventuais vícios de desconformidade entre regulamentos e actos legislativos" foi a vez do Governo cantar vitória. Tal como qualquer outro texto, tudo se presta a múltiplas interpretações, só assim se compreende que Valter Lemos tenha concluído ufano através da recusa do Tribunal Constitucional que “não existe nenhuma inconstitucionalidade e ilegalidade na questão da avaliação dos professores”. José Sócrates, contudo, não partilha a opinião de Valter Lemos, já que admite que “existem 'discrepâncias' entre o decreto regulamentar e as disposições contidas no Estatuto da Carreira Docente”. Resta saber o que pretendem fazer relativamente às “discrepâncias", já que o modelo transitório foi prolongado por mais dois anos e que quando o foi já havia "discrepâncias". Não constituem pois qualquer novidade. Foi o Governo de Sócrates que as criou e teima em manter. Entendam-se. Há um país cá fora à espera que se decidam. Em Setembro decidiremos nós.

A memória do outro lado da rua

João Carvalho, 01.08.09

Pedro Sales explica aqui muito bem (e o Pedro Correia recomenda-o aqui em baixo) que a ideia peregrina de pagar 200 euros por cada rebento não incentiva a natalidade, mas antes premeia a banca, que passaria a receber um bónus anual que só ela pode utilizar durante 18 anos. Passado esse tempo, a importância libertada talvez desse para suportar um almoço em família.

Se a hipotética iniciativa se torna ainda menos agradável vista deste modo, a conclusão não é mais atraente: por via daquele almocito familiar 18 anos depois, «talvez então se recordem de José Sócrates com outros olhos». Longe vá o agoiro. Se alguém vier a recordar-se dele com outros olhos, ao menos que a memória circule no passeio oposto.

Ler

Pedro Correia, 01.08.09

Errata.  Do Pedro Sales, no Arrastão. 

Mais um fiasco da justiça. De Francisco Clamote, na Terra dos Espantos.

Um erro tremendo. Do Tiago Moreira Ramalho, no Jamais.

L de laboral. Do Luís Januário, n' A Natureza do Mal .

O direito de receber. Da Sofia Loureiro dos Santos, no Simplex.

Da liberdade religiosa. De Pedro Morgado, na Avenida Central.

Sem tristeza e sem melancolia, para sempre. De Ana Sofia Couto, na Página de Rosto.

Memória de um ataque à língua. De João Paulo Sousa, no Da Literatura.

O interrogatório. Do Hugo Ramos Alves, na Crítica de Circunstância.

T. Do Miguel Marujo, na Cibertúlia.

A morte de um cavalheiro. Robert William Robson, 1933-2009. Do Francisco José Viegas, n' A Origem das  Espécies.

Sir Bobby Robson 1933-2009. De Nelson Reprezas, no Espumadamente.

Ponto final. De Ana Cássia Rebelo, na Ana de Amsterdam.

José Eduardo Moniz na SIC?

Paulo Gorjão, 01.08.09

José Eduardo Moniz poderá rumar para a SIC. Essa, pelo menos, é a vontade de Francisco Pinto Balsemão que, aparentemente, tudo tem feito para o contratar. Se a transferência se concretiza ou não pouco me interessa, mas confesso a minha curiosidade em saber como evoluirá o namoro. Surgirão, de novo, especulações sobre a alegada vontade de José Sócrates de afastar Moniz e Manuela Moura Guedes da TVI? Ou desta vez as teorias da conspiração serão outras?

[Adenda]

O Expresso revela que Moniz poderá ir para a Ongoing. Mais uma peça que explica o interesse (e a pressa) de Balsemão?

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