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Depois destes sete, agora mais quatro. A Textura do Texto, Grandejóia, o Pátio das Conversas e Ponteiros Parados distinguiram-nos com este prémio, que diz que foi criado a pensar nos blogs que demonstram talento seja nas artes, nas letras, nas ciências, na poesia ou em qualquer outra área e que com isso enriquecem a blogosfera e a vida dos leitores. É pois ainda a pigarrear de orgulho que agradecemos a distinção.
Seguem sete blogs que, na nossa delituosa opinião, preenchem inteiramente estes requisitos:
Hoje Há Conquilhas, Amanhã Não Sabemos
(ainda tínhamos mais uns vinte para pôr, mas não deixam)
Queixa-se Vítor Dias dos "silêncios, distracções e atrasos" da blogosfera portuguesa sobre o "intolerável golpe de Estado nas Honduras". Uma crítica certeira, vinda de quem se assume como excepção à regra: O Tempo das Cerejas já aludiu aqui e aqui ao que se passa nas Honduras. Por mim, só gostaria que Vítor Dias levasse a sua coerência um pouco mais longe, pronunciando-se sobre a intolerável fraude eleitoral no Irão, a intolerável repressão dos oposicionistas no Irão, o intolerável esmagamento dos direitos mais elementares no Irão, o intolerável recorde mundial de jornalistas presos no Irão e a intolerável matança de pessoas que foram assassinadas no Irão só porque exigiam liberdade. Gostava, mas até agora não consegui satisfazer este desejo: no seu blogue, Vítor Dias ainda não se pronunciou sobre tão irrelevante questão. Talvez porque a fraudulenta 'eleição' presidencial iraniana só ocorreu a 12 de Junho e ainda não haja suficiente matéria de análise. Talvez porque o Avante! já escreveu tudo quanto havia a escrever sobre este assunto. Talvez porque Tegucigalpa fique mais perto de Lisboa do que Teerão. Talvez até porque já não seja tempo de cerejas, sei lá. Mas vou continuando à espera. Sentado.
Granadeiro queria comprar 30 por cento da TVI. O governo não deixou. A explicação veio de Sócrates: "É por causa de umas coisas que eu cá sei, para depois não virem dizer: ah, e tal..." (sic). Desiludido, como é natural, Granadeiro ataca... Manuela Ferreira Leite. Pois.
Argivai Online (de Argivai, Póvoa de Varzim)
... não tem pés nem cabeça. Dispenso-me de explicar os motivos.
"ODOR CORPORAL"
Tem andado a circular por aí um "documento" sobre «Mentes Famosas» da História da Humanidade:
Leonardo da Vinci – mente excepcional;
Galileu Galilei – mente extraordinária;
Isaac Newton – mente brilhante;
Albert Einstein – mente genial;
José Sócrates – mente muito.
A lista merece reparo, por um exagero que comete e que pode configurar uma injustiça para outros. É que a obra de Einstein já tem sido contestada...
Hoje vi o programa de Pacheco Pereira no ginásio enquanto corria na passadeira. Ciente do facto de que estar a suar frente à imagem de Pacheco Pereira não diz nada de bom sobre mim, sinto que o código deontológico me obriga a esta pequena humilhação, que tem por vantagem poderem os mais cépticos descontar os efeitos das endorfinas na minha apreciação. A verdade é que gostei. Claro que tive que vencer a resistência natural que me ataca sempre que vejo alguém tentar ser Deus - que também pode ser devida a ter aumentado o ângulo de inclinação da maquineta. Fui ainda assolada pelas imagens do banco no Jardim de Santo Amaro e de todo o país a fazer chuva e sol (tentativa de controlar o espaço e o tempo, obter o dom da ubiquidade), que venci com mais um momento de humildade: não era o que eu fazia, no fundo, a correr parada para lutar contra o tempo? Já pequena como uma formiga numa enorme passadeira negra, dei por mim a pensar que aquilo é até muito saudável (o programa) e que a democracia passa também por desancarmos em nós próprios até doer. Quando comecei a ficar sem fôlego e com os músculos das pernas em puré e Pacheco Pereira continuava fresquinho, tive uma epifania. Num clarão, percebi que, ao fazer um programa de televisão, Pacheco Pereira dera mais um passinho no sentido de se tornar objecto de si próprio. Percebi que pouco falta para o ver correr ao meu lado na passadeira, suado, a ver televisão e a pensar umas coisitas sobre tudo e nada. No fundo, soltar o pequeno taxista que há em todos nós. Bem vindo.
No sítio do costume, a Fátima Campos Ferreira deu a palavra ao socialista Vítor Ramalho. Em poucos minutos, o discurso reencontrou o novo paradigma. Basicamente, estava a ver que a coisa não era posta em cima da mesa e que corríamos um grande risco sistémico.
Luís Januário, A Natureza do Mal
ADENDA
Ler também:
A volta ao mundo nas páginas do Avante! Do José Simões, no Der Terrorist
Avante camarada, avante. Do Tomás Vasques, no Hoje Há Conquilhas
Marx morreu! Viva Pavlov! Do Daniel Oliveira, no Arrastão
Quem ainda não estava a par, ficou seguramente preocupado com a notícia de que há doentes cancerosos a morrer por falta de resposta do nosso sistema de saúde. Horas depois, a ministra da Saúde veio explicar publicamente que as listas de espera para cirurgias têm estado a diminuir e que, portanto, vai havendo menos mortos.
Era o que tinha para dizer ao País? Apenas com uma curta intervenção, Ana Jorge conseguiu riscar de alto a baixo a sua passagem pelo ministério. Será caso para nem a mencionar no seu currículo, porque acabou de matar o exercício que lhe estava entregue. Para cargos políticos, acredito que morreu.
"Um fanático é alguém que não consegue mudar de opinião e não quer mudar de tema", dizia Churchill. Uma frase que vem mesmo a propósito disto.
Algo me diz que este tem sido o livro de cabeceira do nosso PR:
(Jorge Reis Novais, Semipresidencialismo)
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