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Delito de Opinião

Histórias do Novo Mundo (4)

José Gomes André, 02.02.09

Embora republicana na sua matriz, a Revolução Americana sempre sentiu um grande apreço pelo sistema constitucional britânico e pelas tradições inglesas. É disto exemplo uma célebre discussão no Congresso, no início de 1789, a propósito das denominações formais dos titulares de cargos públicos. Na altura, um comité do Senado sugeriu que o Presidente americano fosse designado de “His Highness the President of the United States of America and Protector of the Rights of the Same” (Sua Majestade o Presidente dos Estados Unidos da América e Protector dos seus Direitos).

Embora ridicularizado por muitos congressistas, este título pomposo seria todavia defendido por alguns americanos famosos. Um deles era John Adams, um dos arquitectos da Revolução, mas ainda assim um conhecido admirador do modelo político britânico, que elogiara nos seus escritos. Esta posição mereceu escárnio no seu tempo e Adams não se livraria de uma imagem histórica pouco simpática, que usualmente sublinha a sua predilecção aristocrática e as suas “tendências monárquicas”.
 Um jornal satírico de então, aproveitando o facto de Adams ser um dos homens mais gordos da sua época, chegou mesmo a propor que lhe fosse concedido o seguinte título nobiliárquico: “John Adams, His Roundness”. Intraduzível, meus amigos, intraduzível...

De blogue em blogue

Pedro Correia, 02.02.09

1. Marina Costa Lobo na blogosfera. Com Tempo Político.

2. O Rui Costa Pinto desdobra-se agora também pelas Crónicas Modernas. Que merecem ser lidas.

3. Porta-Livros é um novo blogue, com assinatura de Rui Azeredo. As primeiras impressões são muito positivas.

4. Mais uma estreia que recomendo: Circo da Lama.

5. Alianças: outro novíssimo blogue que justifica leitura atenta.

6. José Pimentel Teixeira reabriu a Ma-Schamba. Ainda bem.

7. Registo: o Rui Vasco Neto está de volta. Tem sete vidas como os gatos.

8. Um ano de Viagens Lacoste. E ainda tanto a viajar...

9. Vale a pena espreitar a excelente colecção de fotos antigas do Bic Laranja.

10. É por causa de textos como este que gosto tanto d' O Mundo Perfeito.

11. O nosso agradecimento ao Democracia em Portugal? Pelo Prémio Dardos que nos dedicou.

12. E uns calorosos parabéns ao colectivo d' O Insurgente. Já com dois milhões de leitores no currículo.

A explicação

João Carvalho, 02.02.09

J.M. Coutinho Ribeiro diz aqui por baixo que Luís Nobre Guedes deve ser um visionário, ao rever-se naqueles que já decidiram que José Sócrates é vítima de «uma campanha cobarde». Mas expõe a sua dúvida: «não percebo é como é que Guedes conseguiu perceber tudo antes de todos». Pois bem, eu posso explicar. É que Nobre Guedes tirou a sua brilhante conclusão sobre o caso Freeport a partir do caso Portucale. A semelhança entre os dois casos salta à vista e soletra-se assim: p-o-r-t.

Uma vez e outra e outra e outra

Pedro Correia, 01.02.09

Cândida Almeida deu entrevista à Rádio Renascença, foi entrevistada pela SIC, respondeu a questões de Judite Sousa na RTP. Nem assim dá mostras de cansaço pela pantalha: estou agora a vê-la falar de novo para a SIC, com a disponibilidade de sempre. As investigações do Ministério Público sobre os mais diversos casos parecem andar a passo de caracol. Mas as procuradoras e os procuradores "mediáticos" continuam com pressa. De aparecer nos jornais, na rádio e sobretudo na televisão. Uma vez e outra e outra e outra.

Jerónimo tem razão

J.M. Coutinho Ribeiro, 01.02.09

Ao afirmar, por estes dias, que o caso Freeport é um assunto de Estado, Cavaco Silva quis, certamente, dizer alguma coisa importante. O quê, não se sabe bem. E, por isso, bem andou Jerónimo de Sousa em pedir satisfações. De outro modo, ficamos sem saber o que pensa o PR sobre a questão.

O assunto é de Estado porque Cavaco acha que Sócrates está envolvido no esquema? Ou será que Cavaco entende que envolver um PM num escândalo destes é de tal forma abusivo que se torna, por isso, assunto de Estado? E, se assim é, quererá dizer o PR que a liberdade de imprensa tem sido ilegitimamente exercida neste caso, porque põe em causa o normal funcionamento das instituições e lança um inaceitável labéu de desconfiança sobre um governante sem indícios relevantes? Ou quererá Cavaco dizer que a justiça não cumpriu o seu papel de perseguição de criminosos num caso que envolve poderosos que põem em causa os pilares do Estado? Ou pretenderá Cavaco salientar que estamos perante um inadmissível atentado de uma agência inglesa à soberania nacional? Ou será que o PR quis criticar a forma desajustada como as autoridades judiciárias têm respondido às questões que têm vindo a ser suscitadas? Ou será que Cavaco nos quis dizer que os pilares que sustentam o regime estão de tal modo corroídos pela corrupção que se impõem medidas drásticas?

O "camarada" Jerónimo quer saber. Eu também. E não devemos ser os únicos.

Não foi feliz

João Carvalho, 01.02.09

Há pouco, apanhei Marcelo Rebelo de Sousa a opinar sobre a semana dos outros. Mais ou menos assim: Pinto Monteiro não foi feliz, Cândida Almeida não foi feliz, José Sócrates não foi feliz, o tio Júlio não foi feliz, Freitas do Amaral não foi feliz, Santos Silva não foi feliz...

Acho que Marcelo não foi feliz. Mas não só esta semana.

Chamem a polícia!

Carlos Barbosa de Oliveira, 01.02.09

Uma boa percentagem dos responsáveis pelo “estado a que isto  chegou” esteve  reunida em Davos. De taça de champagne na mão e trufas na boca, aproveitaram as pausas entre dois  “cubanos” para discutir o futuro da economia mundial sem, aparentemente,  apresentarem soluções.
Do outro lado do Atlântico, as vítimas das políticas ultraliberais reuniram-se no “Fórum Social Mundial”. Apenas numa frase, Evo Morales disse tudo: “ se os povos do mundo não são capazes de enterrar o capitalismo, o capitalismo enterrará o planeta”.
Não faltará quem acuse Evo Morales de perigoso esquerdista e até reclame a presença da polícia de costumes, agora a  bom recato jogando golfe em parte incerta, para pôr ordem na América Latina.
Pessoalmente, preferia que a polícia tivesse ido a Davos prender alguns criminosos que lá se reuniram.

Líder da Oposição

André Couto, 01.02.09

Paulo Portas consolidou-se hoje como líder da oposição. Enquanto muitos se perdem em encontros na Aroeira e em horas a fio de permanência no sofá, assistindo à contínua verborreia de SIC e TVI, com Público, Sol e Expresso nas mãos, na esperança de ver o poder cair do céu aos trambolhões, Paulo Portas relança o que interessa: debate e construção de ideias.

Desta vez trouxe um tema que, com o avançar da crise, ganhará mais destaque: a segurança. Fez o diagnóstico, lançou propostas e desafiou PS e PSD a trazerem as suas.

Nove meses distante das eleições, era tradicional o CDS ter 4 a 5% das intenções nas sondagens. Por este tempo, e segundo o Expresso, anda próximo dos 10%. Não terá o PSD escolhido o alvo errado? O CDS demonstra mais substância para partido de poder que o próprio PSD.

Destaco novamente o fantástico trabalho desempenhado pelo Grupo Parlamentar Centrista. Já a liderança do Partido segue imune a divisões internas, superou o Congresso Nacional e volta a marcar a agenda. De boa saúde este CDS.

Melodias de sempre (2)

Carlos Barbosa de Oliveira, 01.02.09

O FC do Porto ameaça não comparecer ao jogo com o Sporting para a Taça da Liga, na próxima quarta-feira, se nesse dia o Benfica não jogar também  a sua meia final, por inexistência de decisão do Conselho de Justiça quanto ao recurso apresentado pelo Belenenses.
É uma medida compreensiva por parte da Direcção dos Dragões, que se sentem injustiçados, por partirem em situação de grande desigualdade para o jogo do próximo domingo com o SLB.
Tenho a certeza, porém, que nada disto sucederia se não existissem antecedentes. Ricardo Costa, o inenarrável presidente da Comissão Disciplinar da Liga,  continua a sua cruzada contra o FC Porto, mesmo depois de o Tribunal Constitucional ter rejeitado as suas pretensões de se subtrair às decisões do Supremo Tribunal Administrativo que considerou as punições aplicadas no âmbito do processo Apito Dourado feridas de ilegalidade.
O Conselho de Justiça, depois das rocambolescas cenas do Verão passado, continua a ser uma “troupe” de bacanos que reúne quando lhe dá jeito, ou não tem mais nada para fazer, marimbando-se para o facto de atropelar constantemente a verdade desportiva.
Gilberto Madail continua a dizer que se vai embora, mas ninguém o arranca do lugar e Vítor Pereira soma descontentamentos entre os clubes, face à sua actuação à frente da Comissão de Arbitragem.
Entretanto, lá por fora, o desbocado Platini parece ter-se remetido ao silêncio depois de o Jury d’Appel ter escarnecido das suas profecias de Salvador da Pátria, mas  o presidente da FIFA – o sempiterno sr Blatter- vai lançando umas achas para a fogueira a propósito das candidaturas ao Mundial de 2018. Depois de ter enaltecido a candidatura conjunta de Portugal e Espanha, veio dar o dito por não dito e ameaça rasgar as candidaturas conjuntas, em detrimento das candidaturas individuais.
O sr Blatter e toda a corte de aduladores profissionais estão a matar o futebol. Por incompetência, e por  estarem totalmente alheados do mundo que os rodeia, onde a união entre os povos é sempre vista como sinal de esperança. Nem que seja, apenas, enquanto uma bola a rolar sobre a relva empolga multidões. Por que razão não se vão todos embora?
 

Zonas protegidas

João Carvalho, 01.02.09

Com o mau tempo de volta, vejo que a marginal da região de Lisboa foi fortemente fustigada. Lembrei-me do Forte de S. Julião, protegido pelo património histórico: se estivesse a morar lá um certo ex-ministro da Defesa, aposto que teria passado a noite na cama bem protegido com uma câmara-de-ar à volta da cintura e flutuadores enrolados no pescoço.

Venham até cá. Está um dia de sol e as temperaturas, como sempre, estão amenas. Nem as zonas protegidas das ilhas não menos protegidas (que integram os núcleos mundiais preservados da biosfera) sofreram alterações. São outlets da natureza...

Um pouco de ar

Ana Margarida Craveiro, 01.02.09

 

 

Não sei o que vai acontecer a este país perdido em disses que disse e trafulhices várias. Sei que é preciso respirar um pouco. Afastarmo-nos um pouco do turbilhão, respirar fundo e tentar distinguir alguma coisa no meio da confusão.

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