Dune
Há tempos, creio que a propósito de uma conversa sobre ficção científica (para variar), conversei um pouco com a Ana Vidal sobre o filme Dune, a adaptação de David Lynch, feita em 1984, ao romance de Frank Herbert. Ainda não revi o filme - talvez no fim-de-semana -, pelo que mantenho ainda a opinião de que o filme, ainda que interessante, é globalmente fraco. Li, porém, o livro - a minha primeira leitura de Verão, após ter encontrado uma edição em paperback na fnac, a um preço muito convidativo (alguém me lembre de ir lá buscar o 2001: A Space Odyssey, que também estava muito em conta). Enfim, a propósito da obra de Herbert, o "mestre" Arthur C. Clarke disse não conhecer nada que se lhe comparasse para além de The Lord of the Rings. Descontada a simpatia, Dune é, de facto, uma obra espantosa, provavelmente um dos mais ambiciosos trabalhos que o género conheceu. Dune, o primeiro volume de uma série de seis livros escritos por Frank Herbert (e mais alguns, escritos pelo seu filho, Brian Herbert e Kevin J. Anderson), narra a história da família aristocrata Atreides, à qual é concedido, pelo Imperador Shaddam IV, o controlo do planeta Akarris, o único lugar onde se encontra mélange, a substância mais valiosa do universo (a famosa spice). O planeta é um presente envenenado, e o Duque Ledo Atreides sabe disso quando o aceita. E a história prossegue com o seu filho, Paul, e a sua aprendizagem da vida no deserto, com as intrigas políticas entre as famílias aristocratas, com o sonho ecologista de Liet-Kynes e dos Fremen, e com a guerra iminente. Durante a leitura, deparamos com algumas cenas memoráveis, como a do primeiro banquete dado pela família Atreides em Akarris - de longe, a que mais me marcou durante a leitura. Mais não conto, para não estragar uma eventual leitura a alguém; mas fica a sugestão: vai valer a pena cada minuto passado a ler Dune.