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Delito de Opinião

Dilemas à esquerda do PS

Pedro Correia, 20.02.09

 

O crescimento da esquerda nas mais recentes sondagens é uma boa notícia para o PCP e o Bloco de Esquerda, que têm feito uma pertinaz oposição ao Governo de José Sócrates. Mas é também algo que poderá forçar ambos os partidos a mudar a sua natureza, deixando de ser forças que se esgotam no protesto para se assumirem como eventuais parceiros de uma coligação governamental. Na hipótese, cada vez mais provável, de o PS ficar longe da maioria absoluta nas legislativas, tanto o Bloco como os comunistas poderão ser potenciais parceiros de uma coligação com Sócrates. É para isso, aliás, que o PCP pede votos aos portugueses de eleição em eleição: para “alterar a correlação de forças políticas e levar o PS a praticar uma política de esquerda.” Palavras que seriam absurdas se não traduzissem uma vontade sólida de vir a ser governo. A alternativa seria a continuação das “políticas de direita”, de que se queixam em simultâneo comunistas e bloquistas, com uma hipotética coligação PSD-CDS ou com a reedição do “bloco central”, sob a inspiração do actual modelo alemão de “grande coligação” entre democratas-cristãos e sociais-democratas em Berlim. Assumirão PCP e BE o ónus do regresso da direita ao poder? Será para isso que um número crescente de portugueses manifesta a intenção de votar nestes dois partidos?

4 comentários

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    João Carvalho 20.02.2009

    Com efeito, não há memória de alguma vez um partido comunista abdicar dos princípios que promove, como as mais amplas liberdades, e de querer o poder pelo poder, 'ad eternum'. Nem eu me chamo João.
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    rms 20.02.2009

    Não há? Anda esquecido. Eu conheço vários. E é para evitar fazer o mesmo o mesmo caminho errado que o PCP não será poder pelo prazer de ser poder, se isso implicar abdicar de princípios.

    Deixe-me dizer-lhe que entre JCP e PCP somo 10 anos de militância partidária e nunca as minhas amplas liberdades e opiniões divergentes foram censuradas ou alguma vez deixei de merecer a confiança dos meus camaradas devido a elas.

    Aproveitando uma secção da resolução aprovada no Congresso, que de resto o caro Pedro Correia tanto gosta, o PCP reconhece divergências de princípios com diversos países que se auto-intitulam comunistas, deixando para os povos desses países a escolha dos caminhos a seguir.
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    João Carvalho 20.02.2009

    Eu sei. Nem para a semana é Carnaval...
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