Pela democracia e pela ditadura
Jerónimo de Sousa está preocupado com a perda dos direitos sociais e laborais dos trabalhadores portugueses. E apela à luta contra a "ofensiva" do Plano de Estabilidade e Crescimento. Trata-se do líder de um partido que mantém "relações de amizade e cooperação" com o Partido Comunista Chinês, há mais de 60 anos no poder na República Popular da China, provavelmente o país do mundo que mais espezinha os direitos dos trabalhadores, além de brutalizar a população do Tibete ocupado. Comunista de nome, capitalista selvagem na prática, a China é um país que proíbe o direito à greve, a existência de partidos da oposição e a formação de sindicatos independentes do poder político. E com as condições laborais bem exemplificadas aqui. Sempre com a benévola compreensão do PCP, que combate cá o que aplaude lá - uma duplicidade que desqualifica todo o seu discurso. Não se pode pugnar pela democracia num continente e pela ditadura noutro sem perda da autoridade moral para combater o que quer que seja.