Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Delito de Opinião

"Grande desonestidade política"

Pedro Correia, 26.05.10

 

Frases recolhidas de uma das entrevistas mais marcantes dos últimos dias:

 

- "Chegámos a uma situação económico-financeira que mesmo eu, há um ano, não imaginaria que fosse possível. Sempre pensei que, a tempo e horas, fossem tomadas medidas e não se deixasse o País resvalar para a situação que estamos a viver."

- "É de uma grande desonestidade política assinar, no sábado, o contrato do TGV e, no domingo à noite, anunciarem a suspensão das grandes obras, quando a maior parte delas já está adjudicada e, três dias depois, ser anunciado um pacote duríssimo para os portugueses a somar ao que já tinha sido previsto no PEC, em Março."

- "Fico surpreendido com a irresponsabilidade do que se fez nos últimos seis meses. As medidas deveriam ter sido anunciadas em Dezembro, assim como o PEC. Só depois devia vir o Orçamento."

- "No início toda a gente associava a teimosia [de Sócrates] a determinação, capacidade de tomar decisões. Mas não. Esta é apenas uma teimosia de quem não quer mudar de rumo e não sabe fazê-lo quando é necessário e os ventos mudam. Portanto, é mais obstinação e, se quer que lhe diga, falta de inteligência."

- "O mundo estava a desabar à nossa volta e o primeiro-ministro continuava a fazer discursos como se nada estivesse a acontecer. Uma coisa é certa, a política financeira deste Governo é da exclusiva responsabilidade, e da exclusiva condução, do primeiro-ministro."

- "Há cada vez mais a sensação de que estes governantes estão a governar para um país que não é aquele que vemos todos os dias."

- "Como português, tenho pena, mas passámos a ser um protectorado da Alemanha, do ponto de vista financeiro. Mas quando os nativos não se sabem governar, uma boa dose de colonialismo não deixa de ser saudável."

 

Palavras de um dirigente do PSD? Não. Frases proferidas por qualquer outro membro da oposição? Nada disso. São declarações à revista Visão de Luís Campos e Cunha, que foi ministro de Estado e das Finanças no primeiro Executivo de José Sócrates. É difícil ser mais claro. E mais contundente.

1 comentário

Comentar:

Mais

Se preenchido, o e-mail é usado apenas para notificação de respostas.

Este blog tem comentários moderados.