O cata-vento
"Nenhum movimento especulativo fará o Governo mudar de planos. O pior que podemos fazer é mudar de plano", dizia o primeiro-ministro há uma semana, assegurando que o Executivo iria levar por diante os grandes projectos de obras públicas.
As promessas e garantias de José Sócrates valem o que valem: nada. Com a mesma aparente convicção da semana passada, o chefe do Governo vem agora dar o dito por não dito, admitindo adiar "todos os investimentos que não foram ainda adjudicados, como é o caso por exemplo da terceira via, como é o caso do aeroporto, para que os possamos lançar num momento em que a estabilização financeira regresse aos mercados e possa haver maiores garantias de financiamento para que essas obras se possam desenvolver."
Isto diz ele agora: sabe-se lá o que dirá daqui a uma semana. Parafraseando - com uma ligeira adaptação - o mais fervoroso blogue pró-governamental, só é pena que este cata-vento não esteja ligado à rede energética nacional. Se estivesse, as importações de petróleo cairiam para metade.