A força da realidade
Tal como digo no post que hoje publiquei no Aparelho de Estado, antes mesmo de conhecer os resultados da reunião entre Passos Coelho e José Sócrates, a solução para a crise não está no entendimento entre Sócrates e Passos Coelho. Está na vontade política de cortar radicalmente nas despesas e de abandonar o socialismo que nos governa há decadas.
E tanto não está que, como se vê do encontro em questão, o consenso entre ambos quedou-se por uma meia dúzia de banalidades e lateralidades que só por brincadeira podem ser entendidas como medidas de combate à crise (se é evidente que o combate à fraude e a melhor fiscalização das prestações sociais merecem aplauso, já é de rir que as mesmas sejam encaradas como medidas de combate à crise, como se fosse necessário uma crise para nos lembrar que é preciso garantir que "ninguém tem vantagem em ficar no subsídio de desempre apenas por ser uma situação mais vantajosa do que estar a trabalhar").
Não é este consenso que salvará Portugal. Nem o acordo político de regime apregoado pelo Presidente da República. Nenhum deles resiste à força da realidade que vivemos.