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Delito de Opinião

Não há coincidências (5)

Ana Vidal, 26.04.10

 

 

Love of my Life (1999) - Carlos Santana & Dave Matthews

 

Carlos Santana é, tal como Paul Simon (ver post anterior desta série), um desses músicos que, aparentemente, não precisam de copiar ninguém para ter êxito. Chamando a si vários músicos que foram variando ao longo dos tempos, este excepcional guitarrista criou a banda genericamente conhecida por Santana, que levou o conceito Rock Latino a todo o mundo. Do palmarés do grupo fazem parte três Latin Grammy Awards e oito Grammy Awards, para além de mais dois dos últimos, conquistados a solo por Carlos Santana. Exactamente trinta anos depois e vinte e dois álbuns já gravados, muitos deles hits de vendas na Europa e nos Estados Unidos da América, Supernatural revelou-se um verdadeiro fenómeno: quinze vezes disco de platina (nos EUA) e nove Grammy Awards, entre os quais o de Álbum do Ano. Os números de vendas foram astronómicos - ultrapassando os 25 milhões de cópias em todo o mundo - e o álbum manteve-se nos tops por muito tempo. Smooth, Corazón Espinado e Maria, Maria foram, possivelmente, as três principais responsáveis por este esmagador sucesso. Mas não é nenhuma dessas canções que chamo à pedra nesta série. A "coincidência" de hoje é Love of my life, igualmente incluída no álbum-maravilha Supernatural. Porquê? Porque este amor já tinha sido de outra vida... a de Brahms. E nos créditos de Love of my Life apenas consta o nome de Carlos Santana como autor, não há nem sombra de alusão ao compositor alemão.

 

 

Symphony nr.3 Poco Allegretto - Johannes Brahms

 

(Nota: Escolhi propositadamente um video biográfico de Brahms - que tem por fundo a melodia original - porque ele conta a história desse amor que deu origem a uma inspirada sinfonia, mais tarde plagiada por Carlos Santana. Chamo a atenção para algumas das palavras de Brahms citadas neste filme, pela ironia da comparação entre o seu perfeccionismo, honestidade e grau de auto-exigência e o facilitismo com que, pouco mais de um século depois, outros se apropriaram de uma obra sua).

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