Sci-Fi: os meus filmes (13)
3. Alien (Ridley Scott, 1979)
1979 foi um ano de colheita excepcional no cinema norte-americano: Francis Ford Copolla deu-nos Apocalypse Now!, com o seu cheiro a napalm; e Ridley Scott escreveu a melhor tagline do cinema - in space, no one can hear you scream - para promover uma das suas obras-primas: Alien. Desafiando alguns cânones da ficção científica da época, Scott dá o protagonismo a uma mulher (Ellen Ripley, a imortal personagem de Sigourney Weaver) e cria um vilão que, ao contrário do "mal" em Star Wars (a referência da época), não é racional, mas sim um predador puro, em acção no ambiente claustrofóbico da "Nostromo", a caçar, um por um, os elementos da tripulação; isto, em si, funciona melhor do que a maioria dos filmes de terror. Do ponto de vista técnico, Alien roça a perfeição como poucos filmes conseguiram; entre desempenhos sólidos da parte dos actores secundários (em momento algum cheesy), destaca-se Ian Holm, no papel de Ash, o andróide que trai a tripulação da "Nostromo"; e Sigourney Weaver brilha no papel de Ripley, obrigada a lutar até ao fim contra o predador perfeito. Para a história, deixou uma das mais inspiradoras criaturas da ficção científica, deixas memoráveis (Here, kitty kitty kitty) e cenas inesquecíveis (como o momento em que o chestburster irrompe do peito de Kane, entre muitos outros). Ainda há dias tive a oportunidade de rever o filme: não envelheceu um dia desde 1979. O que, em si, é uma proeza.