Sci-Fi: os meus filmes (11)
5. The Matrix (Larry e Andy Wachowsky, 1999)
Diria que em 1999 ninguém estava preparado para um filme como Matrix. Nem mesmo a Warner, que perante o delirante projecto de três filmes apresentado pelos manos Whachowsky, decidiu não arriscar: faz-se um primeiro, e com pouco dinheiro; e o resto logo se vê. Sim, com pouco dinheiro: para os padrões da Warner, Matrix não é um filme de grande orçamento. Aliás, muitas cenas aparentemente complexas foram feitas com muita imaginação (e, literalmente, muita força de braços). A verdade é que Matrix impressiona logo a partir das cenas iniciais, quando Trinity (interpretada por Carrie-Anne Moss) se ergue no ar e a câmara gira em seu redor - a primeira cena que recorreu à técnica de "bullet-time", que mudou a forma como os filmes de acção são filmados. Mas Matrix é mais do que os seus efeitos especiais ou a sua fabulosa experiência visual: o filme apresenta um enredo sólido, com várias referências - e influências - filosóficas, sustentado por personagens inesquecíveis, como Morpheus (brilhantemente interpretado por Lawrence Fishburne) ou Agent Smith (o grande Hugo Weaving), um dos melhores vilões que o género conheceu. Até Keanu Reaves, habitualmente wooden, cumpre os mínimos no papel principal, Neo, e tem alguns rasgos durante o filme.Talvez não seja exagerado dizer que, nos últimos anos, poucos filmes - se algum - tiveram o impacto e a influência que teve Matrix no cinema moderno. Onze anos após a estreia, continua actual e controverso, como nos idos de 99.