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Delito de Opinião

O PSD tolhido por Cavaco

Pedro Correia, 12.04.10

 

O espaço que vai do centro à direita está bloqueado por um quarto de século de cavaquismo. Nas próximas presidenciais, ao que tudo indica, continuarão a ser Cavaco e o cavaquismo a determinar a estratégia a seguir pela direita e pelo centro-direita. Foi esse mesmo bloco que determinou o "apoio" - motivado por mero tacticismo - do PSD à recandidatura presidencial de Soares em 1991 e que tem abdicado de combates políticos sérios, como o das presidenciais de 2001, em que a reeleição de Sampaio parecia (e assim foi) estar assegurada à partida. A táctica, sempre ela, a sobrepor-se à estratégia.
O espaço de esquerda e de centro-esquerda tem revelado muito mais dinamismo, não abdicando de intervenção própria e de vozes próprias. É isso que se verifica já na grelha de partida para as presidenciais: enquanto, uma vez mais, a direita e o centro-direita se tornam reféns do silêncio de Cavaco, a esquerda e o centro-esquerda agitam-se na procura das personalidades mais representativas. Não por acaso, o debate político à direita é muito mais monocórdico e centrado em "personalidades". Sempre sem beliscar a sacrossanta personalidade que se mantém, tantos anos depois, como tutela de uma área política a que no fundo nunca pertenceu.
Por mim, veria com bons olhos a instituição do modelo - formal ou informal - das primárias, um pouco à semelhança do que sucede no sistema norte-americano, um dos mais representativos do mundo. Este silêncio resignado de personalidades com mérito, como Marcelo Rebelo de Sousa, eternamente à espera que Cavaco lhes ceda a vez, é que não...
 

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