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Delito de Opinião

Sci-Fi: os meus filmes (3)

João Campos, 11.04.10

 

13º: Matrix Reloaded / Matrix Revolutions (Larry e Andy Wachowsky, 2003)


Mais uma escolha provavelmente polémica, mas a verdade é que, ao contrário de muitos, nunca me consegui sentir desiludido, ou mesmo defraudado com as duas sequelas de Matrix. Pelo contrário: a meu ver, Reloaded e Revolutions prosseguem, num sentido lógico, ainda que mais ou menos inesperado, a história deixada em aberto no primeiro filme. Com uma diferença: o desenlace de Revolutions não foi óbvio, e por isso permitiu inúmeras interpretações; por outro lado, essa ambiguidade abriu o flanco a alguma crítica mais ácida e, a meu ver, francamente injusta. Uma interpretação possível: Neo é, também ele, uma inteligência artificial (inconsciente desse facto), e a humanidade não é livre, sendo o "deserto do real" onde fica Zion apenas mais uma experiência simulada, um "matrix within the matrix" que dá a ilusão da escolha (de que fala o Arquitecto no final de Reloaded) àqueles que institivamente percebem a realidade "errada" onde a sua mente inicialmente vive. Tudo isto pode ser interpretado em várias cenas da trilogia (aliás, as pistas estão todas no primeiro filme, para quem acha que o argumento do segundo e do terceiro foram "feitos à pressa"), mas algumas pontas soltas (como Persephone) podem encaminhar algumas interpretações noutros sentidos.
É possível que uma parte considerável da crítica a Reloaded e a Revolutions tenha ficado desiludida por a componente visual do filme não ser mais do que uma actualização da estética inovadora do primeiro. É um facto que assim foi; no entanto, tanto Reloaded como Revolutions, apesar de apresentarem um enredo mais "obscuro", digamos assim, deram ao público motivos mais do que suficientes para figurarem entre os melhores filmes que o género conheceu na década.

 

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