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Delito de Opinião

Cartas do Japão - 6

Teresa Ribeiro, 06.04.10
6º dia
- Ainda não consegui que me dessem uma explicação satisfatória para uma coisa que me tem intrigado: porque têm eles áreas para fumadores nas ruas do centro de Tóquio? Isto parece-me de tal forma absurdo que não vou descansar até descobrir qual é a lógica, se é que existe alguma.

Não falei ainda das minhas aventuras gastronómicas. Gosto de comida japonesa. Já conhecia o sushi, o sashimi, a tempura e o fondue japonês. Desde que cheguei tenho experimentado quase tudo o que vejo à frente, menos o que me parece repugnante. À excepção de uns bolinhos que me pareciam de chocolate e afinal sabiam a feijão cozido, tenho gostado de tudo. Estive quase a encomendar no hotel um pequeno almoço japonês quando percebi que eles comem logo de manhã peixe e noodles soup. Recuei ainda a tempo de pedir fried eggs and bacon.  

Estou a escrever no comboio bala. Destino: Quioto. Sabem que eles vão ter um comboio ainda mais rápido, com capacidade para atingir os 500km/h? Noto que não temos a percepção da velocidade a que realmente vamos, tal como nos aviões. Vamos demorar três horas a chegar.

A guia que nos acompanhou, logo de manhã, no transfer do hotel para o comboio, correspondia ao estereotipo que temos das japonesas que imaginamos nestas lides: muito solícita, sempre a sorrir, às corridinhas, por entre vénias, de um lado para o outro, inglês péssimo. Em suma, era engraçadíssima. Durante esse trajecto fez um pouco de conversa e até cantou. Daquilo que nos foi dizendo fixei a parte em que nos falou dos "famous toulists, like Malilyn Monloe" que tinham passado por Hakone (unfolgetable!).

Alguém disse que a primeira visita a uma casa-de-banho pública condiciona, de forma irreversível, a opinião dos turistas acerca dos países que visitam. No meu caso confirma-se e o Japão não é excepção. Quanto da sua peculiar cultura se revela também neste detalhe: a par de sanitas high-tech com tampos giratórios aquecidos e repuxo, no império do sol nascente proliferam os wc japonese style, que não são mais que umas fossas abertas no chão (ugh!).

Na estação, nas ruas, por todo o lado onde circulo nem um papel no chão, nenhum escarro ou presente de canídeo. E vem-me à memória uma frase batida: "Por que é que os portugueses são tão porcos?"

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