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Delito de Opinião

Libertar o futuro, mas pouco... (2)

Paulo Gorjão, 28.02.10

Da entrevista de hoje de Paulo Rangel ao Correio da Manhã retenho que não quer privatizar nem a RTP nem a Lusa. Só com a RTP, em 2009, o Estado teve de suportar quase 400 milhões de euros, como lembrou recentemente Pedro Passos Coelho. Rangel, pelos vistos, quer libertar o futuro, mas não pretende mexer nesta despesa. Sobre as SCUT também não me recordo de lhe ter escutado uma palavra nos tempos mais recentes. O mesmo se pode dizer sobre as parcerias público-privadas. Ou sobre as despesas do Estado em geral.

Como é que pretende libertar o futuro é um mistério. Dito de outra maneira, ninguém sabe -- e o próprio não explica -- como é que pretende reduzir o endividamento externo e o défice do Estado. Convenhamos que insistir apenas em citar o novo aeroporto e o TGV é curto, muito curto. Bem sei que aquilo que hoje é verdade amanhã pode ser mentira, mas mesmo assim convinha dizer alguma coisa substantiva. Para já, a bota não bate com a perdigota. Até ao momento o candidato da ruptura é, na verdade, o candidato do statu quo. É o candidato da continuidade da actual direcção do PSD que, convém lembrar, obteve 29,1% nas últimas eleições legislativas. Mais grave, e pelo que se começa a ver, é o candidato da continuidade também nas orientações políticas que nos conduziram até aqui.

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