Bolas para o pinhal
Ontem, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou o “sentido de Estado” de Sócrates face à tragédia da Madeira. Hoje, Alberto João Jardim enalteceu a cooperação do governo e a atitude solidária do PM. Talvez se safem de ser acusados de socráticos.
Igual sorte não terá, provavelmente, Miguel Sousa Tavares. No primeiro “Sinais de Fogo”, que assinala o seu regresso ao jornalismo, entrevistou Sócrates. Foi incómodo, sem ser petulante; foi agressivo sem ser malcriado; mostrou que se pode fazer jornalismo sem uma chibata na mão; foi jornalista e não justiceiro.
Muita gente não lhe vai perdoar. Há quem não admita que as pessoas pensem pela sua cabeça. Há quem gostasse de ver Miguel esmagar Sócrates. Ele apenas cumpriu o seu papel de entrevistador. Fez as perguntas, ouviu as respostas, contra argumentou e deixou as pessoas tirarem as suas conclusões. O bom jornalismo é assim.