Carnaval ignorado (2)
O Mardi Gras é outra festa carnavalesca secular e outro cartaz mundialmente reconhecido. Nasceu em Nova Orleães e corre o Estado de Luisiana: pode ocorrer em qualquer altura do ano, mas é tradicional dar-lhe especial relevo durante o mês que culmina na "terça-feira gorda" (do francês mardi gras). O costume foi introduzido pelos franceses, os primeiros colonizadores da região no século XVII.
Entre o imenso colorido sobressaem o dourado, que significa poder, o verde, que significa fé, e o roxo, que significa justiça. Os inevitáveis cortejos são muitas vezes acompanhados pelas igualmente inevitáveis bandas de sopro características da comunidade negra.
As paradas, com muitas máscaras de gesso e todo o tipo de trajes, incluem símbolos muito específicos, como a flor-de-lis e os colares de contas. Estes, das mais diversas cores e tamanhos, atraem toda a gente, que os oferece e recebe para logo serem colocados ao pescoço.
As continhas de cores podem ter um efeito mágico: muitas vezes, quem as oferece pode ter direito a ver o peito (ou até o rabo) de quem recebe. Aconselha-se, é claro, alguma prática de avaliação prévia, porque a experiência pode ser traumática. Excepto se for pura perversidade: é Mardi Gras, ninguém leva a mal!
Eis mais um vibrante Carnaval famoso, mas ignorado por cá, neste país do Entrudo violado pelo samba tiritado ao ritmo da chuva e onde não faltam estádios prontinhos para virar sambódromos, que para mais nada têm servido...