A lei e a ética
Em Almonda, para os lados de Torres Novas, há três escolas: duas com vários anos e sinais de degradação e uma construída em 2002 que custou cerca de um milhão de euros. As duas primeiras para lá estão e hão-de estar, mas a escola mais recente vai ser demolida para dar lugar a outra mais nova ainda.
Porquê? Porque as obras de adaptação, segundo o Ministério da Educação, «tornariam a requalificação do imóvel uma opção desvantajosa, sendo preferível a construção de uma nova escola». E que obras de adaptação seriam essas que tornam preferível a demolição de uma escola com oito anos? O ministério diz que ela não obedece (e precisa de obedecer?!) às imposições legais destinadas aos edifícios públicos desde há quatro anos.
Por outras palavras: vai ser demolida uma escola construída em 2002 para obedecer às normas legais que vigoram desde 2006. Digam-me cá: é esta história que está muito, mas mesmo muito mal contada, ou é um sinal de que também têm de ser deitados abaixo os políticos em exercício que não obedecem às normas éticas exigíveis desde sempre?
Adenda — Uma notícia sobre um facto, mas que veicula uma informação institucional dúbia e não questiona a fonte para cabal esclarecimento da dúvida óbvia que levanta, é o exemplo da notícia que não devia ser publicada por não estar acabada e, como tal, exemplo de mau jornalismo.