Leituras
(que a vida, felizmente, não se esgota na nossa baixa política)
1. Fui à livraria do costume - há muito tempo que lá não ia - encomendar um livro, já que a leitura actual (ver ponto 2) promete estar concluída em breve. O livro em questão é Atlas Shrugged, de Ayn Rand - dizem-me que é melhor que The Fountainhead, e eu estou céptico. Acho The Fountainhead difícil de bater, mas daqui a três semanas começo a tirar a prova dos nove. Adiante, que o post não é sobre Ayn Rand. Pedi à menina que me atendeu na loja - uma cara nova, não trabalhava lá da última vez que lá fui - que visse se era possível encomendar o Atlas Shrugged (dei-lhe um post-it com o título e o nome da autora). O diálogo prosseguiu conforme vos conto de seguida (juro):
Ela: Com dois "g", tem a certeza?
Eu: Sim, com dois "g" (enquanto a dúvida me assaltou e fiz contas de cabeça, por assim dizer).
Ela: Pretende em que formato?
Eu: Paperback, de preferência.
Ela: Temos duas edições disponíveis em paperback.
Eu: Quais são os preços?
Ela: Uma custa seis dólares e a outra... vinte e seis. Procura alguma edição específica?
Eu: Não, é indiferente. Encomende-me a de seis dólares, então.
Ela: Essa é de 2003... a outra é de 2005(2007?). Se calhar prefere a de 2003, se é um atlas é capaz de querer o mais actual...?
Eu: Erm... não, não. Sabe o que é, Atlas Shrugged é o título do livro, não é um atlas.
Ela: Ah. Ah. (riso). Pronto, está certo. (Pausa) Olhe, afinal a edição de seis dólares não se encontra disponível...
Eu: Não há problema. Encomende-me então a de vinte e seis, por favor. Isso dá quanto em euros?
Ela: Cerca de vinte e três.
Eu: Certo. Obrigado. Chega daqui a duas, três semanas?
Ela: Sim, duas ou três semanas.
2. A minha leitura actual é Drácula, de Bram Stoker, que encontrei em edição paperback na Fnac pela módica quantia de quatro euros e vinte e oito cêntimos, com o bónus de incluir também alguns contos adicionais de Bram Stoker. Perguntou-me uma colega de trabalho se estou a ler Drácula por causa, e cito, "desta moda agora dos vampiros". Sim, respondi-lhe, mas ao contrário. É que este, ao contrário dos que por aí andam a provocar histerias adolescentes em adolescentes e não só, é mesmo um clássico. Sem dúvida - um clássico e um grande livro, com vampiros que gostam realmente de sangue. Se pensar que 2009 foi essencialmente um ano de releituras de fantasia e ficção científica (excepto Ayn Rand e Douglas Adams), começo 2010 mesmo muito bem. Em Drácula, as descrições são notáveis - as cenas de Jonathan no castelo do conde provocam mais arrepios na espinha que qualquer filme de terror que tenha visto - e a estrutura narrativa em forma de notas de diário, memorandos e cartas funciona surpreendentemente bem. Ainda não terminei, e tem sido difícil evitar consultar a internet para saber imediatamente o que vai acontecer a seguir (não contem).
3. A seguir é necessário arranjar ou as Nine Stories, de Salinger (disseram-me na Fnac que está esgotado, o que é uma vergonha quase tão grande como eu ainda não as ter lido), ou Dune, de Herbert (note to self: rever o filme em breve). Mas a Fnac tem agora uma edição muito interessante do The Hobbit, de Tolkien, e eu ando a resistir-lhe há demasiado tempo. Eu e a minha queda para as releituras. Com esta até tenho desculpa, espero: não li no original. Ainda.