Sócrates e os casamentos
Hoje deve ser o Dia Nacional da Esquerda Casamenteira. Primeiro, tivemos Louçã a falar da capacidade de reprodução de dois coelhos — se for um casal (de sexo diferenciado, supõe-se). Depois, foi a vez de Sócrates, que andou pelo centro a promover a sua moção e fez questão de garantir que iria levar em frente a sua proposta de casamento — casamento civil, talvez para que não se pensasse que seria militar ou religioso — entre duas pessoas do mesmo sexo.
Apesar de estar em terras que conhece bem e onde é pago com igual reconhecimento, a audiência não se mostrou propriamente aberta à proposta nupcial. O mais entusiasmado com a garantia de propiciar tais enlaces foi o próprio secretário-geral do PS, que mereceu como resposta um pesado momento de silêncio. O entusiasmo foi, aliás, de curta duração: esmoreceu logo perante os semblantes carregados que enfrentou. Desconfio que, não fossem os malhadores que deve ter levado com ele, Sócrates teria saído de lá a praticar maratona ou um daqueles desportos que gosta de mostrar em público...