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Delito de Opinião

Louçã e os casamentos

João Carvalho, 07.02.09

Francisco Louçã contou uma historieta tristíssima durante a convenção nacional do Bloco de Esquerda que está a decorrer. Queria, com ela, ilustrar o que tentava explicar, mas a coisa não lhe correu nada bem e acabou por fazer fraca figura.

A ideia parece que era demonstrar que o capital nada produz; o trabalho é que produz. Ao caricaturar isto em palavras, saiu-lhe mais ou menos como tentarei reproduzir.

Imaginemos que se metiam dois coelhos numa toca — disse Louçã. Em breve haverá muitos coelhinhos. E apressou-se a acrescentar: «se for um casal». Agora metam-se duas notas de cem euros numa caixinha — continuou ele. Alguém acha que irão nascer notas de vinte?

Realmente, isto não lembrava a ninguém. Duas notas de cem não se reproduzem. Só se for uma nota e um noto, não é? O pior, no entanto, foi o caso dos dois coelhos. «Se for um casal» — apressou-se Louçã a acrescentar, perante o silêncio da plateia. Mas o remendo tardio não surtiu efeito e a audiência manteve-se muda. Não admira: e se fosse um casal de coelhos do mesmo sexo? Partindo isto de um guru na ciência dos casamentos entre dois seres do mesmo sexo, a coisa saiu-lhe mal, mal, mal...

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