– Cheira-me que isto dos dias tranquilos por aqui estão a acabar — pensa Bo, com aquele seu faro tão português. Ainda por cima, recebi de Massachusetts um osso difícil de roer...
Aí está um cão politicamente correcto e anti-racista: preto e branco em doses estrategicamente (des)equilibradas e em pacífica coabitação. É português, não há dúvida.
E parado em frente a uma casinha portuguesa concerteza , deve ter pão e vinho sobre a mesa. Quatro paredes caiadas de branco (vê-se na foto), as rosas é que estão escondidas. Diria que sim é um cão com faro muito português !
E o cacho de uvas doiradas? E, já num outro "paradigma", a promessa de beijos os dois braços à espera?
Ah poizé. Esta canção é toda ela um programa. Se fosse escrita hoje, falaria da marquise arranjadinha, dos empréstimos à cofidis controlados, das férias em conta no parque de campismo da caparica e de como na família se aceitou, sem estardalhaço, o namoro do filho da prima Gertrudes com o filho da vizinha do lado.
Claro. Somos uma espécie farejadora. Quando as espécies vulgares dizem que já viram, sentiram, ouviram e provaram, nós dizemos sempre: «Cheira-me que...»
Ainda por cima ele estava à espera de uma 'febra' e o que recebeu foi um 'osso', foi o que foi. Mesmo na Casa Branca, vida de cão preto, ainda por cima raçado de português, é o que é. E parece que nos tempos mais próximos só vai haver um grande monte de ossos à porta para roer...