"Estamos aqui".
Se há algo que distingue os verdadeiros líderes é sua resistência nas situações difíceis. A atitude mais fácil de um governante perante um ataque ao seu país é fugir, quando a sua vida é ameaçada. Mas os verdadeiros governantes são aqueles que resistem e não se importam de colocar a sua vida em risco em defesa da instituição que representam.
A história oferece muitos exemplos dessa atitude, começando pelo Imperador bizantino Justiniano, que viu a sua vida ameaçada por uma revolta, tendo equacionado fugir. Foi dissuadido de o fazer pela sua mulher, a Imperatriz Teodora, que lhe disse: "A púrpura (o manto dos imperadores) é uma linda mortalha". O Imperador ficou e a revolta foi dominada.
No séc. XX há vários exemplos da mesma atitude. Aquando do bombardeamento da Inglaterra pela Alemanha nazi foi equacionado transferir a família real para o Canadá, mas a Rainha respondeu simplesmente: "As minhas filhas não vão sem mim. Eu não vou sem o Rei. E o Rei não abandona o seu país".
Aquando do cerco nazi a Moscovo, a denominada Operação Tufão, houve algo semelhante. Estaline mandou evacuar o Governo e até transferiu o corpo de Lenine para fora da cidade. Mas ele próprio manteve-se lá. E foi essa atitude que mobilizou o exército em defesa de Moscovo. As duas palavras "Estaline ficou" ecoaram e mobilizaram todos os soldados russos na defesa da sua capital obrigando o exército alemão a recuar.
Hoje é Zelensky que, perante uma agressão russa à Ucrânia, recusa ofertas de fuga e mantém-se ao lado do seu povo na defesa do seu país dizendo-lhe simplesmente: "Estamos aqui". Não se sabe qual será o seu destino, mas não há dúvida que passou a ser o símbolo da Ucrânia resistente.