A alternativa que o não é (2)
Uma das mais sérias e fortes objecções à aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo é aquela que chama a atenção para a intromissão estadual nas relações humanas, de que esta medida legislativa é mais um exemplo, sobretudo olhando para grande parte da sua informal exposição de motivos .
Tendo a concordar com essa posição e a partilhar o receio das engenharias sociais impostas pelo Estado. Mas essa objecção aplica-se, também ela, a grande parte do regime do casamento (e não só, como alguns parecem afirmar, às recentes alterações socialistas ao divórcio) assim como se aplica necessariamente à contratualização tipificada da união civil entre pessoas do mesmo sexo.
Por isso mesmo, a correcção das engenharias sociais em matéria de família implica, do meu ponto de vista, uma disponibilidade para a revisão do regime do casamento civil que poucos parecem dispostos a empreender e que, por isso mesmo, não me aparece actualmente como alternativa no debate legislativo em curso.