O cartaz vazio
Todos os portugueses sabem que Sócrates lhes mentiu, que tirou aos trabalhadores para dar ao grande capital, que é um mau PM, que reduziu o PS a um grupo de caniches amestrados e governa como um proto-ditador, que se abespinha quando o contrariam.
Provoca-me por isso alguns engulhos o cartaz do PSD a que ontem o Paulo Gorjão aqui fazia referência. É que eu esperava que o maior partido da oposição tivesse para apresentar aos portugueses uma alternativa com propostas e não um cartaz próprio de ideólogos da esquerda caviar.
O país precisa de gente séria, que discuta os problemas que nos afectam com elevação, e se apresente como alternativa credível ao actual (des)governo. Para circo já chega o que temos, não precisamos de palhaços! Quando faltam as ideias, recorre-se ao humor rasca...
Eu percebo que MFL e a sua “entourage” não tenham propostas para apresentar aos portugueses, porque Sócrates tem prosseguido uma política que manifestamente lhe agrada. Eu admito que o círculo de apoiantes de MFL não tenha mais para oferecer aos portugueses do que a “chicana” política, o discurso vazio “eles não sabem governar e o país está assim por culpa do PS”, mas isso é o que faz toda a oposição.
Esperava do PSD propostas (ainda não ouvi uma única) para colocar o país no rumo certo e não piadas de café.
Esperava que a líder do PSD não embarcasse no populismo fácil e gratuito.
Esperava do PSD sentido de Estado e não comportamentos de putos da escola primária.
Concluo, então, que o PSD não tem nada para me oferecer de novo e, por isso, não é uma alternativa credível, pelo menos enquanto MFL continuar a enredar-se num discurso cheio de contradições e lugares-comuns que, salta à vista de todos, só tem como objectivo conquistar o poder a qualquer custo.
Sem ideias novas, sem uma centelha de imaginação, o PSD é mais do mesmo e traz-me à memória este episódio de Marcelo Caetano.