Um país de tanga
O que está a dar são debates sobre o casamento homossexual, ameaças veladas pelos abrantes do costume e sentidos apelos a mais uma vigília por um activista qualquer. Entretanto, Daniel Bessa publicou esta breve peça.
"Dez mil milhões de euros/ano. É quanto, entre aumento de receitas e diminuição de despesas, o Estado Português tem de reduzir o seu défice anual. Não para o anular mas para o trazer para os 3% do PIB. [...] Pode fazê-lo de vários modos: subir a taxa máxima do IVA para 35% (e as outras proporcionalmente); subir a taxa máxima de IRS para 87% (e as outras proporcionalmente); reduzir em 47% os salários da função pública; privatizar 35% dos serviços públicos. Pode também proceder a qualquer combinação destas e de outras medidas, em doses variáveis: por exemplo, reduzir para metade o investimento público, fixar a taxa máxima de IVA em 23%, fixar a taxa máxima de IRS em 52%, privatizar ou encerrar 7,5% dos serviços, reduzir em 10% os salários dos restantes funcionários públicos."
Num país que não tivesse as suas prioridades completamente baralhadas, este texto assustador justificaria um alarme generalizado. Por cá, no pasa nada.